Crítica minha para um teólogo que afirmava ser a pirataria um grande erro e pecado.
Discordo sobre sua opinião a respeito da "pirataria". Pois analisado a grosso modo, pela constituição brasileira a qual não favorece a justiça social e sim as corporações e os ricos; e pelo modo como hoje é tratado "o comércio". Aí sim, podemos dizer que é errado a pirataria.
Ou seja, se você copiar um cd na sua casa para dar pro seu amigo, é um crime. Se você vender um lapis que for sem nota fiscal. Se você comprar algo no camelo também é crime.
Mas o pior de tudo é o "crime legal", o qual está de acordo com a lei humana. Um exemplo: Compre um tênis da nike. Você simplesmente está mantendo o trabalho escravo de chineses, e dando dinheiro para psicopatas.
Assista o documentário: "A Corporação".
Antigamente, o comércio normalmente era feito pela troca. Hoje, a burguesia, criou "barreiras" para as pessoas poderem viver, trocar mercadorias... para que em tudo que você faça, eles saiam ganhando um trocado. E o modo como é usado "pirataria" hoje, é a mesma coisa. Não passa de interesse próprio e vaidade. Por exemplo. Se as biblias custasse mil reais, e alguem quisesse vende-la por 10 reais, e assim começasse a pirateá-la... então?
A pirataria no mercantilismo era nada mais do que ações praticadas pela Inglaterra e França, para roubar barcos cargueiros que levavam produtos explorados da América para a Europa, sem a patente militar, para ficar no anonimato.
Hoje, a pirataria, é uma falha no sistema capitalista. Da mesma forma como é o tráfico de armas, drogas uma falha no sistema. Pois o próprio sistema o nutri. Se as potestades quisessem acabar com tais, bastava "aniquilarem com os paraísos fiscais". Mas, sabemos o motivo pelo qual ainda existem.
A pirataria é uma fagulha da justiça em meio à crise do capitalismo financeiro (tudo tem que passar pelo banco), mas que ao mesmo tempo, destrói aqueles que são justos "dentro do sistema".
Se uma pessoa quer fazer justiça de verdade, o bem-comum, fazer a coisa certa para a humanidade. E não ao interesse próprio de ganhar os créditos por ter feito a música, nem a favorecer os bancários e a legislação que favorece a minoria rica. Essa pessoa iria piratiar praticamente TUDO. Ela faria cópias de livros em casa, de cd's, venderia a baixissimo custo, no qual a maioria (pobres) poderiam ter acesso e ao mesmo conteúdo e informação, que hoje são privados do povão. E certamente, tal pessoa seria PERSEGUIDO pelos "grandes". Assim como Lutero e tantos outros foram.
E me chama a atenção um trecho no Grande Conflito que diz, que a igreja reavivada é uma igreja perseguida pelo mundo.
O problema da questão não são as leis. Mas a vaidade. E você escolhe se atenderá ao bem da minoria rica (num sistema completamente injusto, explorador, que rouba a massa) ou a maioria pobre (os quais só tem acesso ao resto da comida dos ricos).
Jesus disse uma vez: "Dê a Cesar o que é de Cesar..." Mas também que em primeiro lugar fazer a vontade de Deus. E em outro lugar diz: “Aquele que sabe o que é certo e não o faz, peca.”
E não acredito que colaborar com o sistema capitalista seja a vontade de Deus. Na verdade se opõe a ela. Porque é um sistema que reflete a máxima oposição da justiça.
E, sim, o foco deve ser o bom samaritano, o qual dá tudo de si o que for possivel pelo bem do próximo. E isto, hoje, requer romper-se com o sistema. Pois está fora de seus principios "o bem social".
Pirataria a grosso modo são produtos sem CNPJ originais. A qual a mídia subordinada aos burgueses, impõe a imagem que são simplesmente ladrões, traficantes e a escória da sociedade. E na verdade, a salvação da classe média baixa e pobres. – Claro que existem uns que usam para o narcotráfico. Assim como a MSI usa o dinheiro dos ingressos dos jogos do Corinthians para tal. (se acordo com muitas fontes).
O Brasil sem pirataria não seria o Brasil que é hoje. A informática seria quase inexistente. Entre muitas outras coisas.
Acredito que é uma questão a ser analisada profundamente. E para isso temos que olhar os âmbitos sociais, econômicos e políticos. Mas, antes de mais nada, assistir o documentário: A Corporação.
24 dezembro 2005
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