04 fevereiro 2011

Crônicas de Nárnia - Aslam - C. S. Lewis

Há anos atrás, muito antes de pensar em ler Crônicas de Nárnia, minha amiga Paula, do GEA-USP, já comentava eufórica comigo sobre o livro que estava lendo, dos vários paralelos com as histórias da Bíblia, e o próprio Aslam, o Leão, como sendo uma representação de Jesus. Bem, isso fica absurdamente claro em "O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa", principalmente, sobretudo, quando Aslam é sacrificado carregando a culpa da traição de Edmundo. E que após sua morte, a Pedra de Aslam racha ao meio quando ele ressuscita. Assim como foi como foi na morte de Jesus, e depois, Este, também ressuscitou [Amém!].

Já também na estória do Principe Caspian, há um outro enfoque cristão. Um enfoque muito mais quanto a questão de ter fé no que não vê, no que a muito não se vê, e no que apenas parecia história da carochinha de gerações passadas. E a grande questão de seguir o que não vê. E de como a descrença cega nossos olhos. E do poder de Aslam para reanimar, tirar de praticamente um sono eterno, aqueles que pareciam mortos (como os espíritos das arvores e as dríades).

Já o Peregrino da Alvorada que terminei ontem tem um outro enfoque. Basicamente, o personagem principal da história se torna o rato Ripchip. Encantado por Aslam. Em certo momento recebe uma profecia através de uma canção:

Onde o céu e o mar se encontram,
Onde as ondas se adoçam,
Não duvide, Ripchip,
Que no Leste absoluto está
Tudo o que procura encontrar


E o que ele queria encontrar era a cidade, o país de Aslam. Já no Peregrino, aprendemos mais sobre algumas coisas que envolvem muito a coragem, a bravura, o de ir em terras além-mar, onde ninguem já fora, onde tudo era desconhecido. E novamente, Ripchip se faz o papel principal, como sendo o ser que o seu único medo é de sentir medo, um ser que transpira coragem e bravura. E a sua crença tão confiante quanto sua bravura e coragem de que a profecia é verdadeira. Até que finalmente chegam no fim do mundo. E Ripchip provavelmente foi para a terra de Aslam, o que não é dificil imaginar, o Céu, enquanto isso, a descrição do fim do mundo, e da cortina de luz, é cada vez mais uma tentativa de descrição de um lugar celestial.

Bem, mas o ultimo capitulo do Peregrino deixa escancarado as intenções de Lewis para com o livro. Aslam aparece sobre a forma de um Cordeiro (ops, o Cordeiro de Deus lembra algo?). Então:

- Por favor, Cordeiro - disse Lúcia -, é este o caminho para o país de Aslam?
- Para vocês, não - respondeu o Cordeiro. - Para vocês, o caminho de Aslam está no seu próprio mundo.
...
- Aslam! - exclamou Lúcia - Ensine para nós como poderemos entrar no seu país partindo do nosso mundo.
- Irei ensinando pouco a pouco. Não direi se é longe ou perto. Só direi que fica do lado de lá de um rio. Mas nada temam, pois sou eu o grande Construtor da Ponte. ...
...
- Está também em nosso mundo? - perguntou Edmundo.
- Estou. Mas tenho outro nome.[Deus?] Têm de aprender a conhecer-me por esse nome. Foi por isso que os levei a Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor.

Reescrevendo: "Foi por isso que, eu, C. S. Lewis, escrevi Nárnia, para que, conhevendo um pouco de Deus, venham a conhecer-Lhe melhor."

Fora o capitulo da Ilha do Dragão, em que Aslam tira a pele de dragão Eustáquia. Um claro paralelo quando Jesus disse que pode transformar um lobo numa ovelha. Ou quando o profeta diz que Deus retira as vestes imundas e dá vestes novas, limpas como a alva. Além, do método, ele teve que mergulhar várias vezes no rio, e de inicio, parecia nada acontecer. Muito semelhante a história dos 7 mergulhos de Naamã (II Reis 5), quando Elizeu diz para ele mergulhar no rio 7 vezes para curar da doença.

Em o Peregrino da Alvorada, o tema é a transformação e a busca por Aslam, crendo na sua profecia, e o caminho para o Céu. E é deixado claro, é preciso ter fé na profecia para ir as terras de além-mar. E preciso muita coragem e bravura, para enfrentar os piores medos, assim como os piores sonhos quando entram naquele lugar que é pura escuridão.

É preciso ter a determinação, o foco, e a coragem de Ripchip:
- Os meus planos estão traçados. Enquanto puder, navegarei para o oriente no Peregrino. Quando o perder, remarei no meu bote. Quando o bote for ao fundo, nadarei com as minhas patas. E, quando não puder mais, se ainda não tiver chegado ao país de Aslam, ou atingido a extremidade do mundo, afundarei com o nariz voltado para o leste, e o outro será o líder dos ratos falantes de Nárnia.


Engraçado, há um trecho especifico que eu juro ter lido, mas que já folheei e revirei as páginas por 2 horas e não encontrei. Que coisa. Será que foi fruto da minha imaginação? Seria perfeito para encerrar este post.

1 comentários:

Anônimo disse...

Estou lendo "as crônicas de Nárnia"
pela segunda vez, e acho que leria muitas vezes mais...E estou comentando cada história com meus filhos para que desperte o interesse deles pelo livro e acho que está surtindo efeito. Quando li o livro pela primeira vez também tive a certeza de que as histórias faziam aluzões a BIBLIA SAGRADA e que Aslam (o criador de Nárnia)era uma aluzão a DEUS (o nosso criador). Amo este livro e quero muito que meus filhos leiam.
Adorei seus comentáris. Beijos