O Retorno do Rei
Dos 3 livros, este é o mais contraditório com o filme. Basicamente o filme é uma grande mentira do relato do livro. Logo na primeira página do livro já se vê escancarado uma, pois quando Gandalf e o jovem hobbit estava chegando em Gondor, avistaram, de longe, os faróis (aquela grande fogueira) acesa. Gondor pediu ajuda de Rohan sem Gandalf; ou seja, Denetor pediu ajuda. Bem, são tantas as contradições, que não vale a pena ficar falando uma por uma. Mas o que dizer dos casos, por exemplo:
- O exército dos mortos não salvou Gondor, eles não chegaram de navio com Aragorn, Legolas e Ginli, e “lavou” Minas Tirith dos orcs. Mas apenas ajudou-os a destruírem a frota de navios que vinham com um batalhão enorme de inimigos sulistas, lá no sul, e pelo terror, e medo. E foi a base da força humana que salvaram Gondor. Na verdade, Gondor estava se defendendo muito bem; sobretudo quando chegou os cavaleiros de Rohan;
- A Batalha em Gondor levou dias; os exércitos acamparam; e depois parece ter havido uma tentativa de negociação com os orcs para acabar com a batalha. Mas o livro não conta como ela acabou;
- Não houve toda aquela novela de Aragorn com os mortos dentro da caverna. E os 3 não estavam a sós, mas junto havia um grupo enorme (se não me engano 300) dunenadains junto com eles;
- Quando os hobbits voltaram para o condado, ela estava sobre o domínio de homens semi-orcs; e ele estiveram que lutar para reconquistá-la das mãos de Saruman; (pois é, Saruman não havia morrido em Isegard como mostrou a versão estendida; mas morreu no condado).
Bem, me detenho a mostrar mais um monte de contradições entre o livro e o filme, e nem preciso dizer que 99% das informações contidas no livro não foram passadas por alto no filme.
Analise do Retorno do Rei
O Retorno do Rei trás basicamente 2 aspectos principais: (1) a dura luta entre o bem e mau e (2) a peregrinação, ou algum tipo de conceito de inferno e purgatório.
A parte que ocorre sobre a luta dos homens contra Sauron, é basicamente uma ideia forte de luta entre as forças do bem (humanamente falando) contra as forças do inimigo. Todavia numa perspectiva de quando O INIMIGO PARECE SER MUITO MAIS FORTE, QUANDO NÃO HÁ ESPERANÇAS (lógica, ou visíveis). Ou seja, quando são 9 contra 1. Quando você já está arruinado e em total desvantagem, na contra o inimigo e suas tentações. O livro deixa claro a virtude de “LUTE ATÉ A MORTE”, só assim há honra. Não desistir (como fez Denetor quando perdeu todas as esperanças). Não perder a sobriedade pelo terror e medo; mas permanecer firme, focado, disposto a lutar até o último folego; além disso socorrer com pressa, e pra valer, com a própria vida, o aliado, o amigo que está sobre o ataque do inimigo. Não se deve exitar. Tolkien deixa sempre bem claro e energético as ações.
As Táticas do Inimigo
O Inimigo, Sauron, é falível. Ele por ser mau, está sempre cheio de dúvidas, ele está sempre rodeado por medo, e isso o enfurece, é falível. Comete erros e equívocos, ele mesmo se engana. Para começar, por achar que todos, principalmente os humanos pensam como ele, ou seja, são sempre levados pela ambição e cobiça por poder. Mas ao mesmo tempo, sabe propagar, fazer marketing das suas ideias e de se mostrar como um vencedor. Foi assim que ele enganou Denetor, com a Pedra (lembra daquele globo negro que estava com Saruman? Haviam pelo menos 3, outra com Sauron, e outra em Gondor). Pois através da pedra, Sauron permitiu mostrou todo o seu exército para o regente de Gondor, toda sua maquinaria, armas e forças, e conquistas que já estava efetuando no norte, sul, leste e oeste; e não havia como Gondor vencer; resistir, cedo ou tarde Sauron iria destruí-lo.
Isto era uma verdade. Sim, enganou Denetor com essa verdade. Por isso ele ficou louco, na verdade não foi bem falta de juízo, mas estava convencido de que iria morrer de qualquer jeito, então preferiu escolher o modo de morrer, como os antigos reis. Aliás, se o mesmo ocorre hoje na vida das pessoas, crio que muitos iriam ‘escolher’ o modo de morrer, simplesmente lhe dando a maior ambição ou prazer. Mas por outro lado, não mostrou para o regente as suas ‘incertezas’ e ‘dúvidas’, pois tais seriam raios de esperança. Aliás, o próprio Sauron desconhecia a demanda do Anel, e que Frodo estava indo para sua própria casa destruí-lo.
Ora, e quantas vezes não somos assim iludidos pelos fantasmas da dúvida, a partir de um monte de dados, mas apenas aqueles que visam tirar toda a nossa esperança?
A Peregrinação, ou Inferno, ou Purgatório
Esta parte é contada pelo esforço de Frodo e Sam para destruir o anel. O filme não chega nem a arranhar esses dois personagens, e pelo o que eles passaram. Ao ler o livro, ambos, ao meu ver, principalmente Sam, se destacam muito mais do que qualquer outro da Sociedade, talvez, apenas Gandalf esteja a altura. Mas se for ver bem, Ginli e Legolas foram inúteis, no sentido de não terem feito nada muito significativo. Até Merry e Pippin conseguiram salvar Faramir e Eowin, os quais acabaram se ligando (graças as atitudes dos dois hobbits) e depois casaram. Mas o que Frodo e Sam fizeram e pelo o que passaram é um absurdo!
Principalmente em Mordor, eles estavam literalmente no INFERNO. Era tudo seco e inóspito, o ar era sufocante e carregado de algum elemento angustiante; era uma terra escura, como uma noite bem fechada. Estava cheia de inimigos nojentos e fortes. Tudo foi extremamente torturante. A fome. As noites sem dormir ou mal dormidas. Gollun sempre por perto podendo estrangula-los quando dormissem. Fora a questão do medo. A exaustão física, ao ponto de estarem em farrapos, só pele e osso, desidratados ao extremo, sem forças para andar, tendo que literalmente se arrastar, com o corpo todo esfolado, ferido, sujos, fedorentos ao extremo, sem esperança alguma de que conseguiriam destruir o anel e tampouco que sobreviveriam; além de estarem em terras desconhecidas, e que até alguns meses atrás a vida para eles era a simples vida de um hobbit no condado. Mas que foi com essa peregrinação, com esse sacrifício próprio que venceu. De certo modo, pode-se dizer que eles fizeram tudo. Mas também “talvez” não teriam conseguido caso Aragorn, com Gondor, a partir da idéia de Gandalf não fosse até Sauron, para lutar contra ele; e muito menos, se as águias não tivessem vindo para lutar contra as nazgul.
E assim, o menor de todos, o mais simples, da vida mais humilde e símplice no campo – um hobbit – foi quem destruiu e acabou, pelo menos por um tempo, com o poder do Inimigo, de Sauron.
Por cima, coloco a questão também de no Retorno do Rei, mostrar dois casos de relacionamento afetivo, amoroso, conjugal. (Aragorn e Arwin; Faromir e a Ewoin) Porém, sem ser nos moldes que em geral o mundo prega; ou seja, algo movido pelos “desejos carnais”, pelas “entranhas”, pela “contrição dos vasos sanguíneo no estomago” (friozinho na barriga); nem pelos hormônios sexuais. Mas de for racional, sincera, com moral, caráter, paciência, há um longo tempo, há espera. Ninguem força a barra. Ninguem AGARRA a outra e dá aquele beijo, e já vai para cama. Ou muito menos “vão beber”, “encher a cara” para aí depois... É tudo muito diferente do que se está acostumado hoje. Há uma longa espera, mesmo quando já entraram de acordo. Há prudência! Eowin por exemplo, ainda retorna para a sua terra, Roham, deixa tudo em ordem com seu irmão, Eower. E aí só depois de muitos meses, quando o corpo do rei Theoden foi levado de Gondor para Rohan, é que então Faramir pede ela em casamento, na frente, de todos (e não a toma de forma escondida).
Para quem nunca viu, deixou o trailer do filme abaixo:
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