28 janeiro 2013

Reflexões Sobre Uma Triste Tragédia

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Hoje o Brasil chora uma lamentável tragédia em que centenas de jovens (em geral universitários) morreram não por brutalidade, briga, ação raivosa de outra pessoa; mas por um acidente fruto de diversos fatores. O fato foi triste, foi lamentável. A maioria morreu por asfixia ou por inalação de gases tóxicos, outros pelo calor (vi relatos de corpos que grudaram devido ao calor), outros carbonizados, outros pisoteados... 


O fato é triste, muito triste. Mas deveria nos promover reflexões muito mais profundas do que apenas a morte. O homem sempre busca um bode expiatório quem culpar. Mas o fato é que estamos vivos logo corremos a qualquer momento o risco de morrer e cedo ou tarde vamos morrer. Mas o grande fato triste da História é que todos morreram de uma maneira que não gostariam de morrer, não de uma maneira heroica, não de uma maneira natural, não de uma fatalidade por doença, entre tantos outros; mas todos morreram de uma maneira e lugar que ninguém jamais gostaria de assim, consumir os últimos instantes de suas vidas.

Me recordei de uma frase que eu li há muito tempo em algum lugar que dizia algo mais ou menos assim: "Nunca esteja num lugar em que, se morrer, se envergonharia de ser achado ali."

A morte pode chegar a nós a qualquer momento e em qual lugar. Existe até mesmo uma especie de pássaro que pega tartarugas e joga tal a centenas de metros de altura para quebrar o casco no impacto e então comer suas partes internas; e há relatos na História de pessoas que já morreram com uma 'tartarugada' na cabeça. ... Quero dizer com isso, que sim, o Governo, os Órgãos, os Fiscais, sempre buscam meios de 'minimizar' as possibilidades de acidentes e de mortes caso um aconteça. Mas por essência lógica, não há como evitar, garantir que você irá para um lugar qualquer vivo, e de lá voltará sã e salvo. Podemos até mesmo morrer escorregando em casa e batendo a cabeça.

Um grande lamento para todos os familiares sobretudo pais que perderam seus filhos neste incêndio. Mas acredito que um grande e maior lamento ainda está implicito no lugar, em que morreram. Na balada, show, na bebida, drogas, na promiscuidade, 'na noite a fora na gandaia' (como se dizia antigamente) enquanto poderiam estar em casa dormindo com suas familias.

Esta tragédia nos assombra com uma outra tragédia. Uma tragédia ainda maior. A tragédia de uma cultura popular destas últimas décadas. Na qual as Leis de Saúde de repouso a noite fora violada pelo uso de energéticos e atividade intensa. Na qual a sobriedade fora corrompida por uso de bebidas e outras substancias desnorteadoras da consciência. Na qual a relação familiar e de sumo importância entre as pessoas, entre homens e mulheres, fora corrompida pelo modo mais barato de 'pessoas objetos', 'pessoas descartáveis', com a onda do ficar, pegar... Ações quais marcam no caráter, na saúde e na consciência dessas pessoas quais serão futuros maridos e esposas, futuros pais, futuros administradores, futuros educadores, futuros empresários de nossa nação.

A tragédia é grande. A perca de uma vida o é. Mas mais triste e amarga ainda deve ter sido a dolorosa dor e decepção por 'terem morrido em uma balada'. Quantos pais não s
deviam estar aflitos e preocupados? Quantos pais, não estavam em casa há km de distancia mal sabendo onde o filho estava? Quantos pais não dormiram aquela noite, de preocupação, pois filhos foram sem sua permissão? É triste. É um triste veneno que inundou nossa sociedade, lares e amigos.

Babilônia era uma nação grande e próspera, era a grande potência da Mesopotâmia em tempos anteriores. E Belsazar, seu último rei, fizera uma grande festa (Festa para Mil dos seus lordes - O Banquete de Belsazar, como ficou conhecido na História) no palácio real, declarando a mais profunda orgia. Uma festa como as baladas de hoje, nas noitadas, com muita bebida alcoólica e coisas alucinógenas, músicas dançantes, muita luxúria e todo tipo de orgia. E ali, pensando estar seguros, seguros pela infra-estrutura formidável da cidade de Babilônia e suas impenetráveis muralhas, seguros pelo seu exército que defenderiam a cidade. Fora nesta noite de orgia; quando ousaram trazer os vasos que saquearam do Templo de Jerusalem para neles se embriagarem de vinho foram surpreendidos por uma mão invisivel que escrevera na parede:

"MENE, MENE, TEKEL, PARS"

A orgia, a festa foi interrompida. Magos foram chamados para interpretar aquilo, mas ninguem fora capaz. Daniel então foi o único que pode dar uma interpretação ao seu rei:

"Contou Deus o teu reino e colocou fim a ele. Pesado foste na balança e achado em falta. Dividido foi o teu reino e dado aos medos e persas"

E naquela mesma hora, o Exército Medo Persa já estava invadindo sua cidade através do rio que passava por dentro da cidade, penetrando assim nas muralhas e pegando seus lideres e muitos soldados de surpresa; embriagados, despreparados, foram pegos de surpresa, por dentro da cidadela, onde suas defesas e muralhas foram inúteis.

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A mesma Palavra de atenção é dada a todos os tempos, inclusive hoje:
"Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;"
1 Pedro 5:8

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O Fato é triste. Muito triste. E que Deus possa consolar as famílias que perderam seus queridos filhos, irmãos, primos. A vida para estes acabara. Mas mais triste ainda é o lugar, o modo de como tal se encerrara. Uma morte para não condecorar, nem prestar homenagens. Apenas uma inconsolável lágrima. Qual apenas deixou-nos o mais amargo sentimento de perda. E a mais dura certeza que a culpa não fora somente da infra-estrutura local e da desordem na evacuação e plano de emergência (qual sempre busca minimizar perdas, mas não garante a vida de todos). Mas ficou, acima de tudo, um forte de sentimento que há algo de errado neste mundo, nesta cultura, um vazio foi deixado. Um sentimento claro no coração de cada homem sóbrio que sentira a dor desta perda: "nossos filhos não deveriam estar ali."

Que está mensagem possa alcançar a reflexão de todos aqueles que ainda se encontram sóbrios e vivos. Para que um dia, não lamente como Andorinha que dizia "vivi a vida a toa"; mas que possa, um dia possa ter uma morte que seja sempre celebrada e uma vida a inspirar outras vidas. Uma vida com qual possamos dignamente apreender em sua História tanto quão em seu fim.

"Nunca esteja num lugar em que, se morrer, se envergonharia de ser achado ali."

Pense nisso.

Não estou dizendo o que deve fazer ou não. Não estou dizendo o que está certo ou não. Muitos ali, como muitos bombeiros foram heróis naquele noite, e certamente, você não ouvirá a mídia destacando-o bombeiros que entraram no prédio, encararam os perigos, a fumaça para buscar a quem socorrer. Apenas desejo, que cada jovem aqui, pense nisso, e tire suas conclusões, ou, que, no minimo, se mordam com este pensamento.



Aspectos mais técnicos - Evitando Tragédias
Quanto aos aspectos mais técnicos. Há informação de que entrou muita gente de menor idade utilizando de RG falsos. E também entrou mais gente do que o local suportava. Houve relatos de pessoas dizendo que era tanta gente, que antes mesmo do incêndio, o ar já estava sufocante e 'era difícil se locomover e se chegar a algum lugar lá dentro' (inclusive a saída) - logo imagine na hora da muvuca. Além de saídas, obviamente não engenhosamente pensadas para um caso de desastre como este.

Todavia, aspectos como este não são novidades. Não sou um frequentador, mas sei que essas casas noturnas, de bailes, shows, baladas em geral, praticamente a maioria e quase sempre estão acima da capacidade. É como a história do Transporte Coletivo. Trens, metros, ônibus  você sempre olha lá 'o limite de passageiros', mas a realidade é que se exprimem como sardinha até não caber mais nada. Talvez um péssimo hábito de brasileiro. Mas é comum que nessas casas isso aconteça. Não só a superlotação como também a facilidade com qual menores entram e consomem bebidas alcoólicas  Pois, no fim, a regra que vale mais é DINHEIRO. Ou seja. A coisa, só mudaria mesmo, quando a penalização para tais fossem muito penosamente maior do que o lucro que pudessem obter com a frequencia de tais. Além de uma fiscalização mais rigorosa. Porém, numa nação de mensalão, subornos a fiscais é a coisa mais comum que existe - infelizmente.

Porém, fica claro que as REGRAS precisam mudar para se evitar tais tragédias, ou pelo menos, minimizar nos seus efeitos. Tais lugares precisam de claro plano de evacuação. Sensores de fumaça que disparam água de imediato. Precisam de pessoas que tenham passado por algum treinamento de evacuação. Pois dificilmente, o Sistema irá combater a ganância de empresários que ganham entupindo de pessoas esses lugares. Aliás, diga-se de passagem, que mesmo quando lotado, pessoas insistem para os seguranças da porta permitirem sua entrada. Logo, medidas mais concretas, pelo menos, minimizariam as possíveis tragédias. Como uma organização do espaço interior, das saídas, e da sinalização. Creio que poderia se aplicar um simples modelo de lógica.

Velocidade de evasão das saídas: x pessoas por minuto.

E a partir disso, adotar um critério, de que todas as saídas somadas, permitissem uma evazam de modo, a garantir que em 5min. 20% acima da capacidade máxima do local possa sair do estabelecimento.

Creio que seja um parâmetro simples, fácil de se calcular e fiscalizar, inclusive na planta. Pois no caso deste acidente, bombeiros tiveram que fazer um buraco na parede para facilitar a remoção de pessoas.

Mas uma atenção também chamo quanto a isso para Igrejas. Igrejas são locais também com glande aglomeração de pessoas. E muitas vezes ficam super lotadas, ou com uma estrutura incapaz e problemática para casos de evacuação, incêndio e etc. Mas algo que ainda me assusta mais são os Metros. Há algumas estações em São Paulo que são extremamente profundas, muitas escadas. Claro, a maior parte da estrutura é concreto, há pouco combustível para uma grande incêndio. Mas no caso de algum tragédia, sobretudo nos horários de picos em que esses lugares TAMBÉM ESTÃO ACIMA DA CAPACIDADE, será que tais lugares estão com uma infra-estrutura e com pessoas treinadas para organizar uma rápida e segura evacuação do local evitando para o minimo possível de vitimas?

25 janeiro 2013

ABSURDO! - Hospital ABC Recusa Pedido Socorro

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Hoje, 25/1/13, por volta das 18h retornando de São Caetano do Sul para Santo André, havia um transito muito pesado na av. Dom Pedro II. Fiz uns caminhos alternativos, mas estava tanto transito que resolvi parar e ir a pé para o Parq Celso Daniel (antigo Duque de Caxias) correr enquanto havia transito. Mas para minha surpresa, no meio do caminho, eis que contemplo o motivo do transito: Havia uma vitima deitada no meio das pistas e um grupo de 5 - 7 pessoas (2 motoqueiros) bloquearam a pista para não atropelarem ela.

De imediato fui até o local, e por ser um lugar muito conhecido para mim, logo pensei: "Isto deve ter sido agora, pois é de frente para o hospital e ninguém veio atendê-la ainda." Bem, fui até eles, para a minha surpresa não havia nenhum enfermeiro do Hospital, apenas civis comuns. Logo observei os sinais vitais da mulher que aparentava entre 40 - 50 anos, 1,60m e uns 67kg. Ela estava com os sinais vitais estáveis nem sinal de ferimento na cabeça, ou roupa suja ou rasgada indicando uma possível queda com o tronco no chão, mas demonstrava nitidamente que estava sentindo uma dor tremendamente forte. Logo perguntei se ela estava sentindo dores nas costas, ou cabeça - tentando observar se as pupilas estavam dilatadas, mas ela mal abria os olhos para poder ver - e outra mulher que já estava com ela disse, que não, que ela não bateu a cabeça nem costas, que foi atropelada na perna, e ai ela caiu no chão deitando deste jeito.

[Neste momento começou a chover]
Disseram que apenas sentia muita dor na perna esquerda que estava abaixo (ela estava deitada de lado em cima da perna esquerda com ela dobrada, com uma calça jeans apertada, logo não tinha como observar nada. Além disso, os motoqueiros local cobriram ela com uma capa para proteger da chuva, e outra pessoa ficou segurando o guarda-chuva nela. Uma mulher colocou uma camisa dobrado para ela apoiar a cabeça, enquanto esperava lá o socorro.) Então não tinha como melhor avaliar o caso, ver se havia alguma fratura.

Passaram quase 5 minutos e eu achei estranho. Perguntei se não tinham pedido socorro. Que o HOSPITAL era ali, EM FRENTE (literalmente, estava de FREEENTE para o hospital). E disseram que sim, mas eu achei estranho, e fui imediato até o hospital. Na entrado o segurança, comentou com a maior indiferença do mundo (mesmo sendo um simpático senhorzinho de uns 50 anos) do atropelamento, e ainda reclamou que alguém deixou um carro parado em frente a entrada da ambulancia no Hospital (perguntou ainda se era meu). E falou para eu 'ir ver na recepção' (isto que ele estava com um rádio comunicador na mão). Fui até recepção. Falei do atropelamento para a recepcionista a qual disse:

"Ahh acabaram de vir falar. Mas NÃO PODEMOS FAZER NADA. Não podemos enviar nenhum enfermeiro nem equipamento do hospital para atendê-la. ..." Neste momento cortei ela e disse: "Mas a mulher está aqui em frente ao hospital agonizando de dor e vocês não podem fazer nada?!" A recepcionista começou a repetir o discurso normativo decorado, dizendo que tinha que 'aguardar o resgate que já foi solicitado e este encaminharia ela para um hospital que tivesse convenio ou público...'

Deu vontade de dizer "E se fosse a sua mãe?!". Mas deixei ela falando, me despedi cortando ela novamente: "Muito obrigado." - E me retirei apressadamente dali. -  Voltei para a cena. A chuva, os carros parados (pelo menos não estavam buzinando). Alguns motoristas perguntaram se não podia tirar ela um pouco para o lado para os carros passarem. Pois estavam todos tendo que entrar pela rua perpendicular ao lado e logico MUITO transito. Mas já os odiados motoqueiros, pararam mais deles para ajudar e bloquear a pista. Enquanto que nenhum motorista de carro ousou parar para bloquear e sair do conforto do seu veículo sequinho para enfrentar a chuva para ajudar. Difícil imaginar que entre a imensidão de carros e onibus que passaram por ali, não havia um médico ou enfermeiro entre eles.

De volta a cena, a mulher tremia os lábios de tanta dor e os olhos fechados segurando a choro e agonia, enquanto duas mulheres, uma que voltava do parque com seu marido, e sua conhecida tentavam consolá-la para ficar calma, aguentar. Logo perguntei se haviam chamado o resgate e disseram que sim. Enquanto outro, tentava desbloquar o celular dela para ligar para os familiares, mas por fim tiveram que pedir para ela desbloquear (se mexer). :/ Outro motoqueiro parou, perguntou se havia sido atropelada. E disse "Mas o hospital é ali!" e ai eu disse que se recusaram a prestar socorro. 

[...] a chuva intensificou e - resumindo a história -  aprox. 20 minutos depois chegou uma viatura da policia, que primeiramente chegaram falando 'vamos liberar o bloqueio, antes de chegar a vitima. Pois eu fui até eles para falar da situação. E meio que não deram a minima para o que eu falava. Ai eles chegaram viram a vitima, as poucas 5-7 pessoas que pararam ali no meio da chuva para ajudar e bloquear a pista, viram que ela estava deitada e com muita dor... e ai ouvi um deles comentar "Éé vamos ter que liberar o resgate".. [pensei: Como assim?! Só agora que vai vir o resgate!?]. Um dos policiais voltou a viatura e se comunicou. Enquanto isso, começou haver outro problema pois algumas pessoas começaram a vir nessa rua alternativa de lá para cá travando tudo... tomei a frente e fui até eles, fiz os darem ré, ajudei-os a voltar e liberar mais o transito ali. uns 7min. depois um dos policiais veio fazer isso no meu lugar.

Quase 10min. depois a chuva deu trégua  E finalmente chegou uma ambulância do SAMU, pela contramão, e nisto foi eu mais um motoqueiro acenar para as pessoas da outra mão a pararem, para assim a ambulância poder vir mais rapidamente. Os socorristas pareciam estar mais preocupados em tirá-la logo da pista do que em fazer um APH correto. Tentei dizer algumas coisas sobre o estado dela, mas parece não ter dado ouvidos apenas dizerem "vamos liberar logo a via", e "Daqui para frente, deixa com nós".
Logo já colocaram a prancha ao lado, e SEM COLOCAR O COLAR CERVICAL já tentaram por-la na mala. Mas ai eu disse: "Espera! Ela está com muita dor na perna." E logico, eles tinham que verificar e imobilizar uma possível fratura antes. (alias, eu sabia bem os procedimentos de APH do curso da SAMU que fiz em 2005 ou 2006). Ai eles, mesmo assim tentaram mexer a perna dela.. e ela começou a gritar e gemer de dor, o queixo e lábio dela tremia de tamanho dor! Ai eles realmente foram então ver a perna dela. Tentaram mexer a perna, tocar em alguns lugares e ai finalmente eles perguntaram "Onde você sente dor?" e ali ela levou a mão a altura um pouco acima do joelho. Ai então finalmente eles pegaram uma tesoura e cortaram a calça dela, quando chegou até a altura do joelho, e ai eu já vi uma pelota na perna, evidenciando um trauma, provavelmente uma fratura interna. Só então eles foram até a ambulância  pegaram os imobilizadores e um colar cervical. E ai, PORCAMENTE, fizeram uma imobilização bem mais ou menos na perna dela (bem diferente das que faziam no curso, parecia mais uma daquelas que os desbravadores faziam quando ensinavamos eles e dizíamos estar errado, para imobilizar direito). Ai me ofereci já tomando posição para ajudar a colocá-la na prancha. E eles pegaram de maneira sem muito buscar o conforto e minimizar a dor dela. (alias totalmente diferente de como foi no curso, simplesmente viraram ela na prancha (sem fazer toda aquela pegada que protege a coluna, que vi no curso) Só então, deitada na prancha é que colocaram o colocar cervical (sendo que no curso, era uma das primeiras coisas a se fazer). Depois colocamos ela na maca (ai me toquei que ela devia ter quase uns 70kg, mas a união de 4 pessoas pareceu papel)... e ai foi para a ambulância...

O motoqueiro que atropelou não fugiu. Ficou ali meio em choque o tempo todo na calçada, só quando chegou os policiais ele já assumiu que foi ele. Mas disse "ela entrou na frente" (detalhe estava em cima da faixa de pedestre). E ai ele começou a falar com o guarda e este pediu os documentos dele... e não dei mais atenção, mas em nenhum momento eu o vi tentando prestar socorro a vitima, só não fugiu. Mas parecia estar um pouco em choque e desorientado, direto ficou andando para lá e para cá desnorteado, deixando a moto em cima da calçada.

Mas a minha maior indignação, além da DEMORA - em torno de 30min. desde que cheguei a cena - PARA O SOCORRO (qual foi com péssima qualidade) foi a que me deixou  REVOLTADO: o HOSPITAL. Se trata de um Hospital qual tenho convenio e já fui muitas vezes quando criança - acho que até meus 16-17 anos 90% das vezes eu ia lá. Hoje, chama HOSPITAL ABC (mas já foi Amico, Focus...). É um Hospital Particular que SE RECUSOU A PRESTAR QUALQUER SOCORRO A VITIMA que estava LITERALMENTE a 10 passos da calçada do, EM FRENTE, AO HOSPITAL!!!

E se fosse eu, e se você você?! Como se sentiria se o hospital a sua frente não prestasse socorro a você. E te deixaria lá agonizando?! E se fosse um trauma mais grave, um que talvez houvesse lesão na cabeça ou hemorragia? 30min. poderia ter sido tarde demais e ter morrido NAS PORTAS do Hospital praticamente.
Em muitos aspectos a fisionomia da senhora lembrava o da minha mãe. Era uma mulher simples que estava voltando do trabalho. E ai eu fiquei extremamente revoltando pensando se caso fosse a minha mãe. Caso fosse a sua mãe. O Hospital qual tenho convenio, deixaria ela lá em frente agonizando de dor, por 30min., debaixo da chuva. E sem fazer absolutamente NADA!!! E eu, se fosse eu? E se estivesse inconsciente e não pudesse dizer que tinha convenio lá? Também me deixariam lá morrendo de dor, ou morrendo literalmente, sem mexer 1 dedo!!!

ALGUEM, POR FAvOR, ALGUEM ME EXPLIQUE:!!! COMO PODE HAVER TANTA FRIEZA E DESCASO PARA COM UM SER HUMANO !!!?? (e tudo por isso por dinheiro)

QUAL É A FUNÇÃO DE UM HOSPITAL!!!?? QUAL A FUNCÃO SOCIAL DE UM HOSPITAL??? PARA QUÊ EXISTEM MÉDICOS E ENFERMEIROS!!??


Um Sistema Precário
Conversei com algum amigos da saúde, enfermeiros e inclusive um residente em medicina. E fiquei sabendo que o problema não foi o Hospital. Mas sim o PROTOCOLO. Pois de fato, mesmo um Hospital Público precisa esperar que o Resgate ou SAMU retire a vitima da via publica e dê entrada ao Hospital. A menos que seja em caso de "morte iminente" o Hospital tem o dever de prestar socorro a vítima. Mas eles apontaram diversas falhas no sistema. Na verdade, um monte. Para começar, a precaridade do SAMU e Resgate. Compararam com os Estados Unidos em que o tempo entre o acionamento do resgate até a chegada deste para atender a vitima gira em torno de 3 a 5 minutos, e para entrada no Pronto de Socorro, 15 a 20 minutos. Mas que lamentavelmente, no Brasil, uma ambulância chegar ao local para o atendimento em 30 minutos é considerado "POUCO".

Há precariedade em todos os níveis de organização. Para começar na falta de um código de conduta, deveres de atendimento entre outros, que fossem mais abrangentes. Ainda mais se temos um cenário no qual o serviço de resgate leva 30 minutos ou mais para socorrer a vitima. É claro que outros mecanismos e um sistema mais amplo precisa ser desenvolvido. Por que não em cada unidade de saúde, seja Hospital Público ou particular, não tivesse uma equipe (e nem precisa ser muitos), especializada em prestar socorro como o SAMU, bombeiros, de modo a poder ser acionado se estes forem os mais próximos na região em questão (tempo necessário para se deslocar até a vitima)?

É um absurdo que em frente a um Hospital uma vitima seja deixada agonizando de dor a espera de um serviço de resgate para poder então ser encaminhada a um Hospital! Ora, se for particular, que o SUS reembolse tal se necessário. É tão absurdo que NÃO TEM COMO, é INCABÍVEL!!! É tão absurdo quanto uma regra estupida sem o menor bom senso. Ainda mais quando objeto em questão é o ser humano, o homem, a dor, a saúde. E as possíveis consequencias podem ser trágicas!
E se for caso de parada cardíaca qual precisa ser reanimado ou feito um RCP imediato! E se for Uma hemorrogia que precisa ser estancada em minutos e o volume sanguíneo recuperado com soro? E se for um trauma na cabeça? Ou uma obstrução nas vias aereas que precisa de uma traqueotomia emergencial?

Segundo meu amigo, o mais sensato seria pelo menos o Hospital ter enviado alguem para examinar e verificar a situação da vitima. Pois caso fosse de morte iminente, já tomarem procedimentos antes de chegar o resgate. Mas por n fatores (e eu destaco aqui: O financeiro) não houve essa proatividade de atender uma pessoa sofrendo que necessitava desta ajuda especializada.

Além disso, meu amigo, ele tambem ironizou: "Você acha que mesmo que se tiver um acidente ou alguem cair em frente ao Albert Einstein (um Hospital referencia e muito rico em São Paulo) eles irão lá atender ou querer prestar socorro? Vão nada. No máximo, vão fazer um PS básico e encaminhar para um Hospital Público."

Meu amigo também mencionou a corrupção no Governo que some com uma fortuna de milhões ou mesmo bilhões nos cofres públicos que seriam destinado aos Serviços de Saúde. O sistema de resgate escasso. Os plantões longos e jornadas de trabalho que deixam os trabalhadores do serviço de emergência muito estressados. Mas ele mencionou que ele mesmo ele é 'louco', meio que vai contra o sistema e sempre vai até a pessoa, mesmo que esteja presa num caminhão ajudá-la, examiná-la, por um colar cervical.

Outra amiga mais da area que cuida da fármacia do Hospital disse o problema das 'despesas': E quem vai arcar com as despesas? Custos hospitalares já é um grande problema. Ainda mais num sistema em que alguns médicos há salários exorbitantes. Fica óbvio que o Governo precisa rever suas questões fiscais quanto ao Sistema de Saúde. É preciso haver um Sistema mais completo que maximize o atendimento, o orçamento, e as despesas. As vezes, sempre comummente reclamamos de Politicos, deputados que tem um salário astronomico e clamamos para que se reduza o salário deles. Mas por que não também não reduzir ou estabelecer teto salarial para com médicos e o restante poder ser destinado há recursos instrumentais, remédios e etc?!

O objetivo final deve ser salvar vidas, atender, maximizar, dar mais conforto, melhores condições de vidas. E este episódio ficou claro para mim "que estamos fazendo isto de maneira errada".

E onde fica também o aspecto da solidariedade, do amor ao próximo. Nem tudo na vida é dinheiro?! Por que como pessoas daquele hospital não agiram mais como seres humanos e menos como CNPJ burocratas? Ora, se há gastos, endividamento, depois se dá um jeito com isso. Enquanto vivo há como correr atrás das coisas, de uma divida se preciso, mas morto, não tem nem a chance. E ainda fico com o pensamento; que no geral, todos arcam com o discurso institucional, CNPJ, "o protocolo é assim". O protocolo que sobressaí a Lei Divina que façais ao próximo como a ti mesmo, me soa como a Parábola do Bom Samaritano, mas que no caso, o bode espiatorio, toda a culpa, é depositada sobre os ombros do SUS e do Protocolo de Atendimento. Mas eu acredito que se fosse o filho de um dos médicos daquele Hospital Particular que tivesse sido atropelado ali em frente, eu DÚVIDO que o próprio médico não teria saído correndo para atender, socorrer seu filho, levaria uma equipe de enfermeiros com ele para levá-lo para dentro do hospital e fazer tudo o que fosse necessário pelo seu filho. E não que isso seja algo ruim. Pois ao meu ver, se não o fizesse, não seria uma pai que amasse seu filho como deveria. A questão que coloco aqui é o desvalor que é dado ao ser humano, é tanta indiferença para uma mulher atropelada na rua, agonizando de dor, pois é mais uma qualquer, mais uma pessoa descartável em nossas vidas; e ai o que importa é o SUS, é o Hospital, é o Protocolo... e não o meu amor por ela, a minha caridade.


Que reflitamos sobre isto. E que tomara que a sociedade se mobilize. Que a mídia se mobilize (informei do caso para imprensa). Que nossos legisladores, ministros, administradores se mobilizem. Que médicos, enfermeiros, bombeiros, engenheiros, matemáticos se mobilizem e se unam, para desenvolver um sistema otimizado e maximizado para fornecer o melhor atendimento possível para as pessoas.


E sempre pense. Que você, sua mulher, sua filha, sua mãe, poderia ter sido aquela mulher atropelada em frente ao Hospital, com a perna provavelmente quebrada, agonizando de dor (ou com algo ainda pior), aguardando por socorro que pode demorar dezenas de minutos, senão até mesmo horas, ou até mesmo 'tarde demais'.

Precisamos de mudança. E isso para o bem de todos.

E que Deus esteja com quem tomará a frente nessas questões. E me disponibilizo, se necessário a ajudar como for preciso, sobretudo com idéias, medidas, e meios para se desenvolver um sistema mais otimizado, maximizado.

23 janeiro 2013

O que é Mal de Alzhaimer

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Se você - como eu - tem algum parente com Mal de Alzhaimer, sabe o quão duro é ter um caso deste na família. Baixo, um video explicativo e super didático, deixando claro para nós o que é Alzhaimer. E também nos ajudando mais a pensar em como ter perspectiva desda doença e a lidar com ela.



20 janeiro 2013

A Fé e o Vírus

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No primeiro século, um pequeno e nada influente grupo de pessoas começou a espalhar uma estranha mensagem. Dizia respeito a um deus que havia sido morto por homens e que depois havia ressuscitado. A hipótese era inédita e por isso mesmo absurda. A esperança que uma tal mensagem fornece não é tão intuitiva, não é, por assim dizer, fácil. Mesmo assim, aquilo se espalhou de modo viral. O pequeno grupo, num espaço curto de tempo, se tornou um grande grupo, capaz de incomodar o stablishment e de alcançar pessoas por todo o mundo helenizado.


No vigésimo primeiro século, um novo e espetacular meio de comunicação é inventado e popularizado. Quebrando paradigmas seculares, agora qualquer particular, por simples e humilde que seja, tem voz e pode falar a milhões de outras pessoas. Pode-se dizer que pela primeira vez na História é possível saber o que o mundo inteiro está falando, no que está pensando e o que está passando adiante, e a resposta é: fotos de gatos, gangnan style, memes, inócuos protestos políticos e frases de autoajuda.



Em "Acredite, estou mentindo", Ryan Holiday, um assessor de imprensa americano que se apresenta como "manipulador de mídias", conta como consegue tornar assuntos de seu interesse virais, alavancando filmes inexpressivos e personalidades obscuras. "Em 2010", ele conta, "dois pesquisadores da Wharton School examinaram mais de 7 mil artigos que chegaram à Lista dos Mais Enviados por E-mail do New York Times (...) De acordo com o estudo, `o mais forte preditivo de virulência é a quantidade de raiva que um artigo evoca' (...) Os pesquisadores descobriram que, embora a tristeza seja uma emoção forte, ela é totalmente antiviral. Tristeza, como a que sentimos ao ver um cachorro abandonado tremendo de frio ou um sem-teto esmolando dinheiro, é uma emoção não estimulante. (...) As coisas devem ser negativas, mas não demais. O desespero e falta de esperança não nos levam a fazer algo. Pena, empatia – estes nos motivam a fazer algo, como levantar do computador e agir. Mas raiva, medo, excitação e riso nos fazem espalhar conteúdo. Esses sentimentos nos impelem a fazer algo que nos faz sentir que estamos fazendo alguma coisa, quando na realidade estamos apenas contribuindo para aquilo que é, provavelmente, uma conversa superficial e absolutamente sem sentido".



Chegamos a uma realidade em que, ainda que tenhamos uma verdade palpitante e a fonte de nossas maiores esperanças, não a passamos adiante, porque isso não é o tipo de coisas que as pessoas passam adiante. Elas passam adiante só coisas que os outros podem sentir que fizeram algo clicando em "compartilhar" e mais nada. Passar coisas que as façam meditar que talvez não estejam vivendo da maneira correta é intrusivo e antipático, e não queremos que os outros deem um "não curti" no que estamos replicando, porque aí seríamos bloqueados.



Acho que não se trata de ser impertinente, mas de deixar claro o que é realmente importante para você, não importando as consequências. Se trata de não esquecer que na Bíblia existe este texto: "prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina" (II Timóteo 4:2).


por Marco  Aurelio Brasil

13 janeiro 2013

Como conhecer o mau

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”Nenhum homem sabe quão mau ele é, até que ele tenha tentado de toda maneira ser bom. Uma idéia tola, mas muito atual é que as pessoas boas não conhecem o significado ou não passam por tentações. Isto é uma mentira óbvia. Só aqueles que tentam resistir a tentação, sabem quão forte ela é. Afinal de contas, você descobre a força do exército inimigo lutando contra ele, não cedendo a ele. Você descobre a força de um vento, tentando caminhar contra ele, não se deitando ao chão. Um homem que cede ante a tentação depois de cinco minutos, simplesmente não sabe o que teria acontecido se tivesse esperado uma hora. Esta é a razão pela qual as pessoas ruins, de certa forma, sabem muito pouco sobre sua maldade. Elas viveram uma vida abrigada por estarem sempre cedendo." - C. S. Lewis