24 janeiro 2011

Sobre a fé, o futuro e nossas escolhas

"- Pois aí é que está o problema! - concordou Trumpkin. Os animais, na sua maioria, ficaram mudos e tornaram-se inimigos. Nunca se sabe de que gênero são; se a gente espera, pode ser tarde demais.
(...)
[Lúcia diz:]
- Não seria medonho se um dia, no nosso mundo, os homens se transformasse por dentro em animais ferozes, como os daqui, e continuassem por fora parecendo homens, e a gente assim nunca soubesse distinguir uns dos outros?"
Cap. O que Lúcia viu

Que grande ironia. De fato, quantos não são as pessoas hoje, talvez até nós, que por fora, aparentam ser homens, as vezes, belas pessoas. Mas que por dentro são animais, dispostos a atacar o próximo para saciar sua fome?

...............

"- Dizer o que teria acontecido? Não, a ninguém jamais se diz isso.
- Oh, que pena! - exclamou Lúcia.
- Mas todos podem descobrir o que vai acontecer - continuou Aslam. - se voltar agora e acordar os outros para contar-lhes outra vez o que viu, e disse que eles se levantem imediatamente e me sigam... que acontecerá? Só há um modo de saber..."
Cap. O retorno do Leão

Essa é aquela sempre presente questão: "O homem não sabe o futuro." O que vai acontecer? Só tem um jeito de saber, tentando. Mas como nessas horas sempre somos tentados a vacilar como céticos, medrosos, entre outros. Mesmo quando nossa consciencia nos diz: "Vai lá, tente."
............

"- Lúcia! - chamou Susana, baixinho.
- Que é?
- Agora estou vendo Aslam. Desculpe-me.
- Não tem importância.
- Mas sou muito pior do que você pensa. Acreditei que era ele... acreditei ontem mesmo... quando ele não queria que fôssemos pelo pinhal. E acreditei também hoje, quando você nos acordou. Isto é... no fundo acreditei... Ou podia ter acreditado, se quisesse... Mas estava com tanta pressa de sair da floresta... e... não sei como vou explicar. O que vou dizer a ele agora?"
Cap. O Leão ruge

Um dos grandes focos que Lewis deu no conto "O Principe Caspian" é a questão do homem em relação a fé em Deus. A um Deus que os antepassados falavam, mas que não aparece há muito tempo, tudo aparentando ser apenas uma "história da carochinha antiga" (como diz o anão). Ou mesmo, em duvidar no testemunho de outras pessoas, considerando-as loucas, que tiveram sonhos, ou ilusões, porque é mais conveniente para nós. Mas como Pedro diz, "se quisesse ter acreditado, eu poderia ter acreditado". Acho que isso, vale para todos. Porém, por que preferimos não acreditar? Talvez, como Pedro disse, "porque estamos com pressa", talvez pressa de "curtir a vida", "pressa de fazer logo isso e aquilo", "pressa para conseguir dinheiro", pressa para x e y, porque, aliás, como diria um "agnóstico convicto" com quem debati esses dias - "A vida é muito curta." - E assim, quantos não estamos trocando a unica esperança de eternidade, pela brevidade da vida? - E apressada.

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