26 janeiro 2010

Bach - O Quinto Evangelista

A música de Bach não é produto de um homem nem a obra de uma geração, mas o resultado de longo trabalho em comum. Alguns séculos de polifonia colocaram em suas mãos uma linguagem, um estilo e uma compreensão do mundo. Com esses elementos, já trabalhados por grandes e nobres espíritos, a sua missão ficou facilitada e não lhe foi difícil dar o melhor de si ao mundo. Fê-lo com a simplicidade e a humildade com que as árvores oferecem os seus frutos e os pássaros enriquecem a paisagem do amanhecer com os seus cantos. Teve mestres, é certo; mas entre o que os professores lhe ensinaram e o que nos ensinou a todos nós, seus alunos, há uma diferença maior que a existente entre a luz da vela e a do sol. Bach, como um demiurgo, tirou o seu mundo de si mesmo. O seu poder de criação era tal, que se diria ter nele se refugiado o “fiat” divino para poder ampliar as fronteiras do mundo.


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