24 abril 2009

Saúde: Herança Genética X Estilo de Vida

A revista Veja desta semana traz interessante matéria de capa intitulada "Genética não é destino", assinada por Gabriela Carelli. Segundo a reportagem, "o tipo de alimentação, o nível de atividade física, o tabagismo, o uso de medicamentos, as experiências emocionais - todos esses fatores agem para ‘ligar' ou ‘desligar' determinados genes, ou seja, torná-los ativos ou conservá-los adormecidos. Nos dois casos, ocorrem alterações físicas e psicológicas em seu portador. Essas mudanças podem ser para o bem ou para o mal, atenuando sintomas de doenças ou provocando seu desenvolvimento. Os gatilhos que ativam ou desativam os genes são acionados por trechos do genoma que até pouco tempo atrás os cientistas tinham por inúteis - o chamado DNA lixo. Agora se sabe que eles servem de elemento de ligação entre os fatores ambientais e os genes. Esse ramo da genética que estuda a interação entre o ambiente e o genoma é conhecido como epigenética. O geneticista americano Randy Jirtle, da Universidade Duke, usa uma analogia para explicá-lo. Disse Jirtle a Veja: ‘Imagine o material genético existente no organismo como um computador. O genoma é o hardware. Para que a máquina funcione, é preciso ter softwares. Os mecanismos epigenéticos são os softwares. Eles produzem resultados distintos rodando sobre um mesmo hardware, ou seja, o genoma herdado dos pais.'"

No quadro "Abre-se a caixa preta da genética", é dito que o ambiente é mais importante que os genes na constituição física e psíquica de uma pessoa. Curiosamente, isso já era dito pela escritora Ellen White, há mais de cem anos. Seu livro A Ciência do Bom Viver é um clássico nesse sentido. Ali ela propõe a medicina preventiva baseada na saúde holística, que procura equilibrar os aspectos mental, físico e espiritual do ser humano. Resultado corroborado por amplas pesquisas: os adventistas do sétimo dia que se pautam por esse estilo de vida saudável vivem até uma década a mais que as demais pessoas, conforme reportagem de capa da revista National Geographic.

Inicialmente, achava-se que o genoma sofria raríssimas alterações ao longo da vida. Hoje se sabe que ele sofre muitas modificações e que elas podem ser reversíveis, se forem epigenéticas. Além disso, essas alterações podem ser transmitidas aos descendentes. Veja menciona pesquisa comandada pelo geneticista Michael Skinner, da Universidade de Washington, em que ratos foram expostos a um tipo de inseticida. A substância causou a metilação de dois genes relacionados à produção de esperma e os animais passaram a produzi-lo em menor quantidade. A deficiência se perpetuou por quatro gerações (interessante que Êxodo 20:5 menciona Deus "visitando a iniquidade" dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração, numa alusão às consequências do pecado; mas abençoando até mil gerações daqueles que seguem Seus preceitos).

Atualmente, os cientistas já sabem que a falta ou excesso de comida na infância pode alterar os genes ligados ao metabolismo, provocando puberdade precoce, obesidade e diabetes. Sabem também que a vitamina B12 pode ligar os genes associados às funções cerebrais, como a memória, e que uma alimentação rica em soja, vitamina B2 e ácido fólico desliga o gene da obesidade. Além disso, uma dieta rica em vegetais diminui a expressão dos genes ligados ao câncer de próstata no estágio inicial da doença. Uma alimentação rica em ácido fólico, encontrado em grãos integrais, retarda o envelhecimento e inibe certos tipos de cânceres. E mais: a falta de carinho materno na infância altera os genes que controlam a produção dos hormônios do estresse. Essa alteração pode levar a transtornos como a depressão.

Fonte: Outra Leitura



Evandro comenta:
Finalmente um xeque-mate em mais uma desculpa esfarrapada muito usada hoje e que teve seus dias de fama: "Tudo era culpa da hereditariedade." O mal desempenho escolar, a gordura, a obesidade, a visão ruim, a preguiça, sonolência, os infartos, dores de cabeça, pouco desenvolvimento físico e mental, asma entre tantos outros. Até mesmo a doença, de um resfriado a um cancer, a culpa era da hereditariedade.

De fato, a Bíblia afirma haver ruins consequencias hereditárias frutos dos maus hábitos e estilo de vida dos nossos pais - "visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geraçäo daqueles que me odeiam." (Exodo 20:5). Porém, ao mesmo tempo, a Palavra de Deus trás conforto, esperança, e uma mensagem de saúde e boas consequencias para as gerações presentes e futuras, mesmo carregando os genes ruins dos pais, ao afirmar no verso seguinte: "E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos."

Tem um livro da Biazzi, não me recordo o nome, porém eu apenas li as primeiras páginas, sobre saúde, que ela fazia uma critica quanto as pessoas culparem a hereditariedade por suas doenças. Ela dizia, com outras palavras, o seguinte: "Enquanto não adquirimos bons hábitos alimentares; abstinência de coisas maléficas a saúde como alcool, fumo, drogas, chocolate, carne, açucar refinado; não praticamos exercícios fisicos regularmente; não temos um sono completo e regular; enfim, não temos um estilo de vida saudavel, por Deus orientado; de modo algum podemos culpar a hereditariedade por nossas condições. Apenas quando todos esses fatores forem supridos devidamente e a doença ocorrer, ou a cura não ocorrer, é que então podemos ter alguma consideração pela herença genética."


Também, hoje me deparo com a seguinte matéria no FolhaOnline: "Corrida previne problemas de visão, sugerem estudos". O qual destaca a relação dos exercícios físicos com a manutenção e prolongação da saúde.

"Correr pode reduzir o risco de desenvolver catarata e degeneração macular relacionada à idade, sugerem novos estudos da Universidade de Berkeley (EUA). Os maiores ganhos foram verificados em atletas, mas mesmo pessoas que correm distâncias menores foram beneficiadas."

"Os pesquisadores compararam ainda os dados dos homens com melhor condição cardiorrespiratória aos dos menos preparados e viram que os atletas mais velozes apresentaram menos queixas da doença."

"Para o pesquisador em oftalmologa esportiva Marinho Scarpi, os resultados sugerem que a corrida pode ajudar na prevenção da catarata e da degeneração macular por evitar problemas como hipertensão, diabetes e obesidade, que são fatores de risco para as duas doenças.

Estudos anteriores já apontavam que outras atividades físicas podem reduzir tais fatores, mas exercícios vigorosos como a corrida se mostraram mais eficazes. "Com exceção da exposição à luz solar, os atletas, em geral, cuidam mais de si mesmos e de sua alimentação."

Segundo ele, a prática também ajuda no controle do metabolismo do açúcar e reduz o consumo de cigarro e álcool entre seus praticantes, fatores de proteção já conhecidos."

"Outro estudo, feito em 2006 na Universidade de Medicina de Kaunas, na Lituânia, testou 210 pacientes com cerca de 60 anos internados para cirurgias de catarata e verificou que o aumento da opacidade das lentes oculares foi maior em pessoas sedentárias. Os pesquisadores creditam o resultado, entre outros fatores, ao acúmulo de radicais livres, presentes em maior concentração no organismo de quem não pratica atividades físicas." [importante lembrar da associação entre radicais livres com envelhecimento e cancer.]

"Rubens Belfort Júnior, oftalmologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirma que o estudo traz dados interessantes, que podem sugerir novas investigações. "Talvez a exposição à luz ultravioleta, que é geralmente tida como agravante, não afete tanto seu surgimento", diz."


Evandro comenta:
Beneficios da corrida, caminhadas e exercicios aeróbicos são tremendos! Só o bem estar provocado pelo relaxamento, pela liberação de seretonina e beta-endorfina já produz em si grande saúde. É comum de repente eu notar uma certa tabalha imunológica por uma virose, então você vai lá se exercitar, soa igual um porco, e depois fica 100%, pois acelerou o metabolismo, fortaleceu-o, e eliminou a doença pela transpiração. Sendo que também observo que nos periodos mais sedentários, pelo contrário, ao invés de eliminar pela transpiração, o paciente acaba eliminando mais demorado através das vias aéreas, muitas vezes provocando alergias e irritação nas vias respiratórias. Fora o modo como a mente fica a todo vapor, ao estar bem oxigenada pelo exercício.

Ao mesmo tempo é importante frisar alguns aspectos da medicina. Jamais podemos considerá-los Onicientes. Erraram por muitos anos quanto a hereditariedade, quanto aos exercícios fisicos, exposição ao sol. Alimentação então!!! Quem não se recorda de quando acabaram com as fibras alegando não servir para nada, já agora... Ou quando assumiam - há quem ainda assuma - de que uma pessoa que não come carne será um desnutrido, debilitado e fracote fisico e imunamente. E nessas notícias vemos mudança de paradigma médico-cientifico, como o de Rubens Belfort da Unifesp - "Talvez a exposição à luz ultravioleta, que é geralmente tida como agravante, não afete tanto seu surgimento". Pois até então, os médicos diziam que se você ficar fazendo exercícios exposto ao sol, sem proteção, você ficaria com a visão destruida ou com o cancer de pele quase que na certa.

Tudo isso ainda mais reforçam e testificam sobre o que a Bíblia e os escritos de Ellen G. White já diziam sobre saúde, muito antes dessa moderna medicina e pesquisas. Sinceramente, não sou vegetariano, pratico exercícios, tento respirar o melhor possível, não bebo nem fumo, para assim viver 200 anos, de modo algum. Antes sim, por uma qualidade de vida, uma vida saudavel amor para com Deus, o próximo, natureza e comigo(como criatura). A verdadeira saúde é quando suprimos tudo aquilo que nossas células necessitam, o qual o Criador projetou. Logo, se satisfazermos tais, elas irão transbordar saúde, o que resulta num funcionamento perfeito e harmonioso de todo o ser, resultando, evidentemente, na plenitude do bem estar fisico, mental e espiritual, assim, a felicidade. Felicidade a qual muitos, infelizmente, buscam na contradição, estimulantes, bebidas, drogas, sedentarismo, os quais, logicamente, não produzem felicidade alguma, no máximo, alguns pequenos momentos de bem estar, que na verdade não passam de pequenos prazeres enganosos, onde você ri da própria desgraça.


Para encerrar, considerarei o exemplo de Décio Oliveira Castro, um idoso ressaltado pela reportagem do FolhaOnline.

Décio Oliveira Castro, 72, correu pela primeira vez em uma São Silvestre, em 1953. "Sem treino e descalço", conta. Tomou gosto pelo esporte e hoje percorre 76 km semanais. Nos fins de semana, corre cerca de 23 km diários, incluindo subidas no percurso. Ao contrário de outros membros de sua família, Castro não sofre de hipertensão, de diabetes ou de problemas de visão. "Leio qualquer coisa sem ajuda de óculos. Remédios, só para dor muscular, comuns após maratonas."

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