07 fevereiro 2011

Reavivamento

"Onde quer que a Palavra de Deus tenha sido fielmente pregada, seguiram-se resultados que atestaram de sua origem divina. Pecadores tiveram a consciência despertada. Coração e mente eram possuídos de profunda convicção. Tinham uma intuição da justiça de Deus, e exclamavam: "Quem me livrará do corpo desta morte?" Romanos 7:24. Ao revelar-se a cruz, viram que nada, exceto os méritos de Cristo, seria suficiente para a expiação de suas transgressões. Pelo sangue de Jesus tiveram "a remissão dos pecados passados". Romanos 3:25

Essas pessoas creram e foram batizadas, e se levantaram para andar em novidade de vida, pela fé no Filho de Deus seguir Seus passos, refletir Seu caráter, e purificar-se a si mesmos como Ele é puro. As coisas que antes odiavam agora amavam; e as que antes amavam passaram a odiar. Os orgulhosos se tornaram mansos, os vaidosos e arrogantes se fizeram sérios e acessíveis. Os ébrios se tornaram sóbrios, os devassos, puros. Os cristãos procuravam não "o adorno... exterior, no frisado dos cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário... porém o homem interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus". I Pedro 3:3 e 4.

Os despertamentos se caracterizavam por solenes apelos ao pecador. Os frutos eram vistos nas pessoas que não recuavam da renúncia, mas que se regozijavam de que fossem consideradas dignas de sofrer por amor a Cristo. Notava-se uma transformação naqueles que haviam professado o nome de Jesus. Foram estes os efeitos que, em anos passados, se seguiram às ocasiões de avivamento religioso.

Muitos dos reavivamentos dos tempos modernos têm, no entanto, apresentado notável contraste. É verdade que muitos professam conversão, e há grande afluência às igrejas. Não obstante, os resultados não são de molde a autorizar a crença de que houve aumento correspondente da verdadeira vida espiritual. A luz que brilha por algum tempo logo fenece.

Avivamentos populares muitas vezes excitam as emoções, satisfazendo o amor àquilo que é novo e surpreendente. Conversos ganhos desta maneira sentem pouco desejo de ouvir as verdades bíblicas. A menos que o serviço religioso assuma algo de caráter sensacional, não lhes oferece atração.

Para toda pessoa verdadeiramente convertida, a relação com Deus e com as coisas eternas será o grande objetivo da vida. Onde nas igrejas populares de hoje existe o espírito de consagração a Deus? Os conversos não renunciam ao orgulho e amor do mundo. Não estão mais dispostos a negar-se, tomar a cruz e seguir o manso e humilde Jesus, do que antes da conversão. O poder da piedade quase desapareceu de muitas das igrejas.

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Onde quer que homens negligenciem o testemunho da Bíblia, desviando-se das verdades claras que servem para provar a alma, e que requerem a renúncia de si mesmo e a do mundo, podemos estar certos de que ali não é outorgada a bênção de Deus.

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É obra da conversão e santificação reconciliar os homens com Deus, pondo-os em harmonia com os princípios de sua lei. No princípio, o homem estava em perfeita harmonia com a lei de Deus. O pecado, porém, alienou-o do Criador. O coração estava em guerra com os princípios da lei de Deus. "O pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar." Romanos 8:7. Mas "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito" para que o homem pudesse ser reconciliado com Deus, restaurando à harmonia com o seu autor. Esta mudança é o novo nascimento, sem o qual a pessoa "não pode ver o reino de Deus". João 3;16 e 3.

O primeiro passo na reconcialiação com Deus, é a convicção do pecado.

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Sem a lei, os homens não possuem verdadeira convicção do pecado e não sentem necessidade de arrependimentos. Não se compenetram da necessidade do sangue expiatório de Cristo. A esperança da salvação é aceita sem uma mudança radical do coração ou reforma da vida. São assim abundantes as conversões superficiais, e multidões se unem às igrejas que nunca se uniram a Cristo.

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Os seguidores de Cristo devem tornar-se semelhantes a Ele - pela graça de Deus devem formar caráter em harmonia com os princípios de Sua santa lei. Isto é santificação bíblica.

O cristão sentirá as insinuações do pecado, mas sustentará luta constante contra ele.

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Cometer pecado conhecido faz silenciar a voz do Espírito e separa a alma de Deus.

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E a igreja muitas vezes incentiva o mal, a fim de encher o seu tesouro, que o amor a Cristo é demasiado fraco para suprir.

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Deus é roubado nos dízimos e ofertas, enquanto consomem no altar das destruidoras concupiscências mais do que dão para socorrer os pobres ou para o sustento do evangelho. ... Os cristãos dariam um exemplo de temperança e sacrifício. Seriam então a luz do mundo.

Somos transformados pela contemplação. ... Somente à medida que se restabelecer a lei de Deus à sua posição correta, poderá haver avivamento da primitiva fé e piedade entre o Seu professo povo.


Ellen G. White, O Grande Conflito Ed. Condensada, cap. Qual o Exito dos Modernos Reavivamentos

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