O pior de tudo com este incrível vídeo. É que provavelmente, os que o virem irão gostar apenas por uma coisa "Porque é chocante." Porque a mensagem é dura, porque a música é obstinada, porque os pastores pregam com uma grande voz bem intensa, sensacional. Mas o que eles disseram mesmo? E a mensagem? É bem provavelmente que a essa altura, se já terminou de ver o vídeo, a mensagem já não esteja gravada. Pois esse video em si é um tipo de entretenimento, um palco de um grande discurso, que termina num "ohhh!", mas não num coração quebrantado. Entra por um ouvido e sai pelo outro.
A contemplação transforma. E é pela contemplação que sois transformados. Não é vendo um filme de 10 minutos que irá mudar a sua vida. Mas apenas se nos próximos minutos, horas, dias, você ainda contemplar em sua mente tal mensagem, tais pensamentos, e se exercitar, mover, pesquisar, trabalhar, em função e na direção daquilo que ela provoca e indica.
É quase desanimador querer comentar este video, mesmo a pedido de meu amigo. Pois "muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos". Poucos são os que darão ouvidos. Praticamente já possuem uma rotina, e tudo que esse video realmente tem a oferecer vai contra essa rotina. E nessa rotina inclui "aproveitar a vida", "curtir a vida", "o melhor da vida", se divertir e entreter neste mundo, comento, bebendo e gastando seu suado dinheiro embaixo do sol. Rir. Rir muito. Rir enquanto o mundo caminha para o inferno.
As pessoas estão ansiosas e nós rimos. As pessoas devoram quilos de chocolate, café, bebidas, por estarem ansiosos e nós rimos. Pois o que importa são os hormônios do prazer. É duro. Como diria Isaías: "Mas quem deu ouvidos a nossa pregação?"
Ora, a igreja que era para ser chamada de "Casa de Oração", talvez possa ser chamado de qualquer coisa, menos de casa de oração. Pois o que menos fazem ali, e quando fazem, rapidamente, é orar. A oração está tão ausente da rotina dos cristãos, que a maioria não 'aguenta' (como se fosse uma penitencia orar) 5 minutos. Ao meu ver se tornou mais algum tipo de "Casa de Espetáculos" com temas cristãos. São peças teatrais. São grandes discursos com pessoas de grande notória, e na maioria das vezes, sofistas. São muitas coisas para se 'interagir' como levantar mãos, bater palmas, "falem amém." (e o povo responde: "Amém!" - De onde tiraram isso?). E talvez, o principal, os espetáculos e shows de música. Não. Não são músicas para meditar. Músicas profundas. Músicas provocantes e inquietantes para a nossa alma. Como uma sinfonia de Bruckner. Mas pelo contrário. Algo para discontrair, mobilizar, encher de emoção, agitação, algo que tem que lembrar Jazz, Rock, aquilo que chamam de "Black Music", "Sool". Por que? Porque é "huuuuooooolllll". Introspecção? Reflexão? Não! Isso é chato! É coisa de velho. Vamos sair. É cinema em casa com pizza hoje a noite. Topa?
Dizem que é para evangelizar? Não. Não me digam isso. É apenas um disfarce. É trocar um prazer por um semelhante. Um cara gosto de fazer x e y para ter w e z, mas fora da igreja. Ai os caras tentam "atrair" e "oferecer" uma religião, no qual podem fazer um x' e um y' para ter w e z. E as vezes, tentam produzir, ou convencer que haverá um 2w e um 3z ali. Mas não é uma mudança, no qual todas essas coisas são jogadas no pó da terra, num mundo perecível. Falam de Jesus, mas de um Jesus secularizado. De um Jesus vaidoso. Um Jesus com a imagem de principe e rei, de longos cabelos lisos, rosto bonito bem proporcional, barba bem feita, sorriso impecável que passou por muitos clareamento, e claro, grandes e simpáticos olhos azuis, sempre bem vestido com suaves mantos limpos e claros, sem uma imenda, e sempre sorridente. Mas não o Jesus da Biblia, o simples, humilde e rustico carpinteiro que só tinha as próprias vestes (alguns dizem que até a sua voz, apesar de mansa e suave devia ser desafinada e não bem articulada), não tinha onde reclinar a cabeça e cair morto, o qual era feio, muito feio, que não tinha nada em sua aparencia que era atrativo. Uma vida de andarilho, perseguido e com difíceis companhias, muitos apenas interesseiros. Que por 30 anos, de certo modo vivel como um zé ninguem, desconhecido, apenas admirado pela comunidade local, pelos mais próximos e seu conhecimento da Palavra de Deus. Alguem que sabia que ia morrer, e sabia até exatamente quando. Como alguem com cancer que é desenganado. E esta certeza de seu sofrimento e morte estava sempre claro para ele. Era perseguido. E passou 40 dias isolado socialmente sem nenhum tipo de conforto e comodidade. Talvez, pouco ou nunca viu uma pela teatral, nem um grupo musical, tampouco um coral. Todas essas coisas que hoje apreciamos como essenciais para um cristianismo, Jesus desprezou. Jesus não tinha. Logo, no que se constituia o cristianismo de Jesus? "O que fazia de Jesus um cristão?" Ele se retirava para longas horas de oração nas solitárias montanhas, e nós, longas horas na Internet. Era um grande conhecedor da Palavra de Deus, e nós, na tese de mestrado. Ele dizia "Eu venci o mundo", e nós "É. Mas eu tenho que trabalhar, tenho 6 bocas para alimentar. E ter dinheiro para viajar e me divertir com os amigos." Ele rejeitou a bebida, a droga, a anestesia, na hora de mais sofrimento; e nós a devoramos como um vicio, ou reclamamos de qualquer aí. Aliás, Plano de Saúde em primeiro lugar. Etc. Etc.
Mas do que adianta ficar falando de tudo isso?
O que você quer? O que realmente você, leitor quer?
Provavelmente, dinheiro, status, prazer, mulheres, sexo, viagens, luxo e comodidade. Mas o verdadeiro evangelho não te oferece nada disso. Não nesse mundo. Para o verdadeiro evangelho essas coisas vêem quase como um acaso. Mas hoje, a teologia da prosperidade é o mandamento.
Sinceramente, sou um tanto pessimista com isso tudo. De algum modo nunca houve muita esperança.
Achará fé na terra quando vier o Filho do Homem? Achará fé na igreja, nos cristãos? Ou um monte de pessoas entretidas, ocupadas.
Quer um indicador para saber como você realmente está? Te darei um.
Estamos com a paz que excede todo o entendimento? A todo momento, a todo dia? Quando respousamos para dormir? Quando despertamos para levantar? Estamos despreocupados com as coisas deste mundo? Estamos em paz com a nossa preparação para a vida eterna, para o encontro com Jesus? Estamos em paz com nossa santificação? Em paz com nossos hábitos alimentares e estilo de vida? Em paz com nossos estudos? Com nossos relacionamentos? Amigos? Familia? Estamos em paz com a missão que Jesus nos confiou de ide ao mundo pregar a cada tribo e nação e levar o amor de Cristo a toda geração? Estamos em paz no tratamento que damos ao nosso próximo, aos necessitados e desconhecidos? Estamos em paz nos cultos, mesmo ao ouvir um garoto de 14 anos que mal sabe falar ou um idoso senhor com poucas forças pregando no culto? Estamos em paz, quando nos vem tentações, problemas financeiras, dúvidas profissionais? Estamos em paz na doença?
Se tem dúvidas, provavelmente é porque não se está nessa paz que excede todo entendimento. Pois quando se está nessa paz, não se há está dúvida, mas a plena certeza e convicção que se está em paz, com este maravilhoso dom de Deus.
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