Parece fácil associar uma bela paisagem, com árvores floridas e cachoeiras, a momentos de prazer. Estar em contato com a natureza transmite uma sensação de calma e tranquilidade e faz bem para a mente, certo? Mas isso quer dizer que a cidade pode fazer mal ao seu cérebro? Segundo um estudo da Universidade de Michigan, a resposta é sim.
O psicólogo Marc Berman publicou em janeiro um estudo em que mostrou como, depois de algum tempo andando numa rua barulhenta e movimentada, o cérebro humano perde parte de sua capacidade de guardar informações na memória. Isso explica também por que nos sentimos tão exaustos vivendo em cidades grandes.
Para chegar a essa conclusão, o cientista usou um grupo de estudantes da Universidade de Michigan, que foi submetido a testes e tarefas que exigiam atenção e concentração. A ideia era testar suas habilidades depois de um longo dia de trabalho com e sem o contato com a natureza. Já mentalmente cansados, os estudantes eram separados em dois grupos e tinham que andar por mais de 4 quilômetros. Uma parte fazia o trajeto por um viveiro de plantas da universidade e a outra andava por uma movimentada avenida. Em seguida, os jovens eram submetidos a um novo teste de concentração e memória, como decorar uma sequência de números de trás para frente. O grupo da cidade, além de ter chegado mal-humorado, saiu-se pior que o grupo que esteve em contato com a natureza.
“A mente é uma máquina limitada” disse Berman em entrevista ao jornal The Boston Globe. “Estamos começando a entender como caminhos diferentes em uma cidade podem exceder esses limites”. O cérebro de todos os animais funciona como um radar, sempre atento a possíveis ameaças. Numa cidade cheia de estímulos visuais e sonoros, o cérebro humano fica em constante estado de alerta. Ao andar na rua é preciso olhar os semáforos, o chão, para evitar buracos e desviar de pessoas distraídas. Ao mesmo tempo, é preciso “avisar” e controlar o cérebro para que ele não se concentre no que for irrevelante, como a conversa de um casal dentro do ônibus. Esse controle, segundo Berman, exige energia.
Essa atenção, chamada “focada”, é a mesma usada pela mente para fazer uma prova ou fechar um acordo financeiro. E ela pode se esgotar. Quando estamos em contato com a natureza, o ambiente calmo e sem ameaças permite que a mente relaxe e “recarregue as baterias” para a atenção focada.
Nem sempre é preciso estar na natureza para que ela traga benefícios. A simples visão de uma paisagem bucólica pode trazer calma e bom humor, como mostrou uma pesquisa do psicólogo Peter Kahn, da Universidade de Washington. Ele fez dois testes com grupos que trabalhavam em salas fechadas, sob níveis de estresse. No primeiro teste, um grupo não tinha janelas e outro, embora estivesse num ambiente fechado, tinha uma televisão onde passavam imagens da natureza, em alta definição. O grupo que assistiu à TV se mostrou mais bem disposto e com raciocínio mais claro. No segundo teste, adicionou-se um terceiro grupo, com uma janela com vista para natureza de verdade. Nesse segundo teste, o grupo da televisão não teve bons resultados. Para o pesquisador, ficou claro que a presença da natureza virtual não substitui a real, ainda que ela esteja em uma projeção de alta definição.
O psicólogo Marc Berman publicou em janeiro um estudo em que mostrou como, depois de algum tempo andando numa rua barulhenta e movimentada, o cérebro humano perde parte de sua capacidade de guardar informações na memória. Isso explica também por que nos sentimos tão exaustos vivendo em cidades grandes.
Para chegar a essa conclusão, o cientista usou um grupo de estudantes da Universidade de Michigan, que foi submetido a testes e tarefas que exigiam atenção e concentração. A ideia era testar suas habilidades depois de um longo dia de trabalho com e sem o contato com a natureza. Já mentalmente cansados, os estudantes eram separados em dois grupos e tinham que andar por mais de 4 quilômetros. Uma parte fazia o trajeto por um viveiro de plantas da universidade e a outra andava por uma movimentada avenida. Em seguida, os jovens eram submetidos a um novo teste de concentração e memória, como decorar uma sequência de números de trás para frente. O grupo da cidade, além de ter chegado mal-humorado, saiu-se pior que o grupo que esteve em contato com a natureza.
“A mente é uma máquina limitada” disse Berman em entrevista ao jornal The Boston Globe. “Estamos começando a entender como caminhos diferentes em uma cidade podem exceder esses limites”. O cérebro de todos os animais funciona como um radar, sempre atento a possíveis ameaças. Numa cidade cheia de estímulos visuais e sonoros, o cérebro humano fica em constante estado de alerta. Ao andar na rua é preciso olhar os semáforos, o chão, para evitar buracos e desviar de pessoas distraídas. Ao mesmo tempo, é preciso “avisar” e controlar o cérebro para que ele não se concentre no que for irrevelante, como a conversa de um casal dentro do ônibus. Esse controle, segundo Berman, exige energia.
Essa atenção, chamada “focada”, é a mesma usada pela mente para fazer uma prova ou fechar um acordo financeiro. E ela pode se esgotar. Quando estamos em contato com a natureza, o ambiente calmo e sem ameaças permite que a mente relaxe e “recarregue as baterias” para a atenção focada.
Nem sempre é preciso estar na natureza para que ela traga benefícios. A simples visão de uma paisagem bucólica pode trazer calma e bom humor, como mostrou uma pesquisa do psicólogo Peter Kahn, da Universidade de Washington. Ele fez dois testes com grupos que trabalhavam em salas fechadas, sob níveis de estresse. No primeiro teste, um grupo não tinha janelas e outro, embora estivesse num ambiente fechado, tinha uma televisão onde passavam imagens da natureza, em alta definição. O grupo que assistiu à TV se mostrou mais bem disposto e com raciocínio mais claro. No segundo teste, adicionou-se um terceiro grupo, com uma janela com vista para natureza de verdade. Nesse segundo teste, o grupo da televisão não teve bons resultados. Para o pesquisador, ficou claro que a presença da natureza virtual não substitui a real, ainda que ela esteja em uma projeção de alta definição.
Fonte: Revista Época
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