Hoje fui atraido por uma noticia do Estadão - "Data pode impedir que judeus e adventistas façam o Enem" - e fui impressionado com algumas colocações ali.
1. "Enquanto vestibulandos de todo o País discutem as mudanças do Enem, alunos judeus e adventistas temem ser impedidos de prestar o exame, por motivos religiosos. A proposta inicial do Inep é realizar as provas em 3 e 4 de outubro, sábado e domingo, à tarde. Mas tanto judeus ortodoxos quanto adventistas são proibidos de escrever até o anoitecer de sábado, dia sagrado."
Essa colocação, infeliz, de Bruna Tiussu, escandaliza a religião. Pois em primeir lugar, ninguém é impedido, tão pouco o cristão; pelo contrário, ele tem a liberdade de optar por guardar o sábado ou não. E a palavra "temem" também foi forte. A religião que proibe não é religião. Temer o quê? Quando o que de fato sim ocorre, e cada vez mais no Brasil, são essas ações questionáveis (ENEM e Vestibular Unificado) e inflexíveis de modo a tentar igualar o modo, dia, hora em todo o país; mas que isso acaba não servindo para algumas pessoas que são simplesmente deixadas de lado, com pouco caso.
2. "A opção dada pelo Inep aos chamados candidatos sabáticos é a de que entrem nos locais de prova e fiquem em salas reservadas até o por do sol, quando começariam o exame. Líderes adventistas já concordaram com a proposta, mas os judeus não: o domingo do Enem cai no feriado do Sucot, quando valem as mesmas restrições do sábado."
A opção dada é vergonhosa, imagine o canditado ter que ficar literalmente trancado dentro de quatro paredes a tarde toda para só então depois, ao anoitecer realizar a prova. Logo, chegar tarde da noite em casa, para então comer algo e ir dormir, pois logo no dia seguinte haverá outra prova. É lógico que isso afeta o candidato, para começar a situação se torna diferente das dos demais; se essa é a solução, então que faça o mesmo com TODOS os alunos, trancando-os na sala a tarde toda para iniciar a noite, ou então mudando o horário da primeira prova para após pôr-do-sol.
Contudo o que mais me intrigou foi a atitude da instituição adventista (IASD) - concordaram. Isso foi jogo politico, cedeu valores. Na Bíblia temos claramente os princípios do motico e razão pelo qual se deve guardar o sábado, e o que significa guardar o sábado - que diferentemente do que disse Bruna Tiussu não é "proibidos de escrever":
"Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras, então te deleitarás no SENHOR, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do SENHOR o disse." (Isaías 58:13-14)
É um dia onde simplesmente não é um dia em que buscamos fazer a nossa vontade; buscar nossos interesses, ambições seculares; um dia sim inteiramente voltado para o Criador. E uma vez que se erra o valor atribuindo que o "problema" é o de "fazer a prova", se cai na questão do farisaísmo do tempo de Jesus. Qual é a diferença, dentro das Escrituras, entre fazer prova (pensar em diversas temas e escrever) e a diferença de ficar trancado dentro de uma sala?
É um "escape" que convém ao professo cristão, melhor assim o é pensar para tal. Partindo do pressuposto que dentro ali de uma sala, trancado, ele não estará cuidando dos próprios interesses, e adorando a Deus, assim como um sábado o deve ser. Não é isso o que vemos nas Escrituras; só o ato de no sábado ter que se preparar e deslocar para tal lugar, já mostra qual realmente é o "interesse"; só o ato de encarar essa prisão mostra a mistura que a pessoa faz entre o valor do sábado com o interesse secular.
Sim, ela pode levar uma Bíblia para ficar lendo-o, estudando, orando, e mesmo compartilhando coisas se outras pessoas ali estiverem. Porém, ela ainda está ali, no sábado, por um interesse. O que me lembrava muito bem de quando participava de um campeonato de futebol e que os jogos eram de sábado por volta do pôr-do-sol; eu me preparava para o jogo e ia para o local, mas só começava a jogar (às vezes) quando desse a noite chegava. Não vou ser hipócrita comigo mesmo, eu queria fazer do meu jeito, estava pouco me ligando para o sábado, mas ligando para o "temor" e a "obrigação" de guardar o sábado, estipulei de modo leviando e conveniente o que seria guardar o sábado, e fui, sabendo em minha consciência o pecado, mas preferindo acreditar que de nobre, algo havia em minha atitude, "que Deus não se zangaria" comigo. Porém, eu sabia que me enganava; mas optei por tal.
E de fato, a IASD transmitiu a idéia que no sábado é proibido escrever, é proibido pensar em português, matemática ou biologia; e que não há erro algum em ficar trancafiado, preso, fazendo nada, e na ociosidade. O valor do sábado lançado por terra. Para alguns pastores e lideres da instituição, esse direito de ficar trancado é uma vitória, um triunfo, uma bênção de Deus; quando na verdade é mais um sinal de Laodicéia, de corrupção para com os valores do mundo, talvez não se joga o sábado por terra como o fez a ICAR, mas jogou um caminhão de areia sobre.
Porém liberdade religiosa se limita a pessoa "observar" o acordo feito entre o Estado e a Igreja? Sendo que tais acordos deveriam existir? E o Estado Laico, como que fica? Historicamente sabemos no lugar em que esses apertos de mão dão.
Sim, todo esse sistema de ensino brasilieiro é lamentável, o objetivo da educação brasileira - formar cidadãos - mais lamentável ainda; esse foco em se adquirir números e incluir pessoas na faculdade jogou a educação pela janela do centésimo andar. O Estado quer formar o homem num robo, quer robotizar a educação no Brasil. Primeiro, a luta pela imposição do Darwinismo, depois, a exclusão do criacionismo das ciências; depois, querem "ensinar" crianças de 10 anos a usar camisinha e fazer sexo; agora haverá o 'ensino' do homossexualismo; agora, vemos uma estatização dos cursos supeiores e ingresso neles; e quanto aos valores religiosos, a liberdade, a guarda do sábado, também deixam de conto, como se fosse um espinho, que propos então quebrar a ponta do espinho, e o espinho aceitou.
Não é por menos que esse caos na educação ocorre. Um país que gasta milhões na luta contra a violência, o tráfico, a corrupção, mas que não consegue evitar que os futuros "cidadãos" sejam pacificas, temperantes, sóbrias e honestas. Não me surpreenderia se daqui alguns anos fosse proibido de ser Bíblia nas escolas - mas o Henry Potter (escrito por uma satânica que fez pacto com o *) já se incentiva. Talvez o ensino católico não fosse afetado, visto ser um pais de maioria católica e de forte presença da Opus Dei, tal que já aderiu ao evolucionismo e BigBang, talvez as instituições protestantes e mesmo israelitas estejam com os seus dias de liberdade contados - se já não fora retirado.
Felizmente eu já me ingressei no curso superior na USP, antes dessas coisas. E deixei de prestar alguns vestibulares porque só podiam ser feitos no sábado. Mas o que dizer dos meus amigos e conhecidos que prestarão vestibular esse ano e nos anos seguintes? Meu amigo Marino veio conversar comigo no sábado sobre isso, a filha dele, Paola, está estudando para entrar em medicina, um curso super concorrido, e que os "pontinhos do ENEM" fazem diferença. Um pais que diz "Universidade para todos." Cria ProUni (o questionável) para os pobres , cria cotas para ingressar quem tem mais melatonina; aumenta o número de vagas nas universidades, lotam as salas de aula, permite o surgimento das "Uni. UWÂRVIX" da vida que sugam o dinheiro dos alunos e lhes dão um diploma de areia. Mas que nunca lidou seriamente com os alunos que tinham aulas na sexta a noite e no sábado; e que agora, colocam mais uma barreira para esses. Qual será a próxima?
E em meio a tudo isso, vemos o exemplo de uma garota dizer: "Prefiro estudar mais para compensar a falta da nota do Enem na Fuvest", diz Mike Khafif, de 16 anos.
Esse é o meu MEC.
Esse é o meu Brasil.
Um país de todos.
3 comentários:
Tenho que concordar com você. O MEC deveria ter programado o ENEM para domingo e segunda, como ocorre nos vestibulares normais. Ficar preso em uma sala é uma solução no mínimo vergonhosa.
Bom dia!
eu concordo com vc em alguns pontos, mas acho vc um pouco radical em outros, isso não importa, vc tá no direito de falar.
só vim dizer que ano passado eu passei pela experiencia de ficar trancada esperando por uma prova de vestibular da UFRRJ. e lá não podiamos fazer absolutamente nada, não podiamos ler a biblia, nem cantar hinos e nem msm falar.
depois de td q passei tbm me questionei sobre se era certo fazer aquilo, se não fazer a prova e ficar naquela tensão não seria a msm coisa q fazer a prova.
sinceramente ainda não responder. ano passado não passei pra direito e queria tentar de novo, mas ...
sou adventista e concordo que os líderes falharam, afinal eles deixaram o principío bíblico de lado,ficar trancado numa sala não é a solução.
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