16 maio 2011

O que querem ensinar em nossas escolas?

Hoje li mais um texto amargo de se ler, do livro “Uma Vida de Professora” de Sandra Mara Corazza. Por que amargo? Ora, leia com seus próprios olhos:

“Os diferentes puros não existem, não lutaram tanto para existir, não foram dados a existir, para que a Pedagogia e o currículo apenas partissem de seus interesses e necessidades, para depois, então, eliminarem todas as diferenças, em nome dos interesses e necessidades dos mesmos, dos sujeitos-padrão, dos sujeitos-referência, dos sujeitos-verdadeiros.”

“Em educação, é tempo dos estudos culturais, feministas, gays e lésbicas, Pedagogia Queer, pensamento pós-estruturalista, pós-colonialista, pós-modernista, filosofia das diferenças, pedagogias da diversidade.”

“Hoje, somos educadores que educam em tempos pós-modernos. Se os tempos da Neutralidade Iluminada (Religiosidade e Cientificismo positivista) e da Suspeita Absoluta são filhos naturais da Modernidade e da educação moderna, este de agora, o do Desafio, é cria legítima da pós-Modernidade e da educação que lhe corresponde.”

“Esse é o tempo das pedagogias e dos currículos críticos, radicais, emancipatórios, progressistas, cidadãos. É tempo... De retirar o papel ingênuo, universalista e eterno da Pedagogia, dando-lhe o que ela sempre mereceu: ... muitíssimo forte para construir uma outra realidade, uma ou outra sociedade, um ou outro valor, um ou outro tipo de sujeito. É o tempo da revolução em educação.”

Não conheço a Sandra Mara Corazza, mas o discurso dela me lembra muito dos típicos ‘revolucionários esquerdistas marxistas’ que adoram uma greve da FFLHC-USP. (sem querer ofender, claro). Claro, tudo o que ela disse é muito questionável, fora as muitas generalições e colocações simplistas com algumas frases conclusivas e clichês. Mas isso mostra um pouco das atuais tendências e molde com uma parte considerável dos acadêmicos e dos formadores da Educação do Brasil, pensam, qual a ‘filosofia de vida deles’ ou seja, que ‘modelo de sociedade eles propõe’.

Não é só isso. Mas há muitas diversas concorrentes filosóficas sobre ensino no Brasil, apesar da visão protestante e mesmo cristã (católica) ainda ser muito forte, praticamente dominadora. Há, claramente, uma busca cada vez mais acentuada de buscar afastar o Teo da escola; para alguma perspectiva mais Rousseau, de desenvolver uma espécie de ‘individualismo naturalista extremo’, do qual não se pode, como se fosse uma ‘heresia’, ‘uma violação’, ‘um pecado’, doutrinar uma criança, ou lhe dar uma educação que o faça pensar em Deus, pois a ideia é que ele tem que ‘viver e crescer livre’ (como se não fosse isso o que o cristianismo propõe) sabendo aceitar (no sentido de achar ‘normal’) qualquer manifestação social e cultura (sem sendo critico), ou fazer oposição; e depois, quando já tiver na maioridade, então poder fazer a sua escolha livremente (sem que tenha sido ‘condicionado’ anteriormente). Sem contar a linha filosófica pragmática, na busca apenas de bem, direito e virtude máxima, buscar fazer com que tenha uma longa vida aqui na Terra, e fazer para que se prolongue o máximo a sociedade e mundo, nessas atuais condições de vida. Como se a máxima, a religião verdadeiro do homem fosse a “sobrevivência da espécie” e o resto é o de menos, contanto que colabore para isto.

Olhos atentos. Pois dias piores ainda virão, na escola, e consequentemente na sociedade formada por esta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sugiro que leia ou conheça a obra de Sandra M. Corazza antes de efetuar declarações.

Anônimo disse...

É um absurdo fazer considerações tão fúteis a partir da leitura de apenas um livro de Sandra Corazza... Sugiro aprofundamento!!!