Claramente uma nova Crise está acontecendo, talvez apenas os sintomas após o 'benegripe' perder seu efeito quando foi tomado em meio a crise de 2008.
As analises e repercussão do que ocorre está muito peculiar, ao meu ver. De inicio, a mídia simplesmente NÃO FALAVA, permanecia o assunto em oculto, algo que eu já vinha chamando a atenção há muitas semanas, em maio já fazia meus comentários com os colegas do trabalho. Mas ninguém nem aí. Agora hoje, depois da incrível 'sapencada', ASSIM COMO foi em 2008, a mídia teve que falar, e falou bastante; foi a matéria principal do Jornal da Noite da Rede Globo.
Todavia a imprensa foi muito contraditória. Houve desde 'economistas' dizendo que "o Brasil não será afetado" ou "será pouco afetado" a comentários do tipo "Crise pode deter crescimento do Brasil" (disse Mantega) - creio que os comentários deste foram os mais reais, todavia, com alguns "indicadores chutes" para dar um toque de 'acalmar as atenções', querendo comparar que o que a crise de hoje é muito fraca, apenas um pequeno tremor, comparado a de 2008.
Comentários super contraditórios foram encontrados. Houve quem disse que os bancos estão SUPER CONFORTADOS para contornar e lidar com a Crise. Um absurdo, diga-se de passagem, a palavra "Crise" já gera desconforto nos bancos. E se houvesse conforto, a situação da Europa estaria resolvida.
Bem, o mais certo e provável, é que o impacto 'a CURTO e MÉDIO' prazo desta crise não serão tão devastadores quanto eu pensei (e pensei mesmo). Todavia, a forma como tal tem sido anunciada nos canais economicos e noticiários são sempre muito desarticulados e limitados quando se pensa num contexto maior e no longo prazo. Por exemplo, não se faz a ligação disso com os problemas de revolta social crescente em todo o mundo (até na Inglaterra tem ocorrido barbaridades esta semana); além de questões de fome, falta de água, desertificação. Uma enormidade de coisas que estão acontecendo no mundo. Claro, podemos olhar para a História e tirar centenas de exemplos de situações piores pelos quais passamos (não foi o fim do mundo) e certamente hoje estamos mais preparados, pelo menos intelectual e tecnologicamente. Todavia há algumas questões únicas desta se formos pensar apenas nos últimos séculos (ou décadas, se preferir). Pois, como Eric Hobsbaw, a grande autoridade atual em História, disse, estamos na Era dos Extremos. Aliás recomendo muito ler esta entrevista para a Folha qual ele diz que o Estados Unidos perderia a superioridade, em 2007, e hoje, 4 anos depois, vemos o conceito dos EUA cair, pela primeira vez.
Isto é algo único em toda a História; pois nunca houve tanta pressão, sobre diversos aspectos. Nunca houve TANTA GENTE no mundo, e é um número crescente. É uma questão extremamente alarmante para as próximas décadas e já está num estado cronico. Há a questão também da destruição da Natureza, esgotamento dos recursos naturais, problemas da água potável, excesso de lixo, varrimento dos oceanos; e uma tendencia absurda de aumento nas commodities nas próximas décadas. A grave questão do desemprego em todo mundo; o risco de recessão e desaquecimento da economia; visto, que a grosso modo, o Capitalismo só funciona no modo 'aquecimento'; o que o salvou o mundo, em sentido econômico, da Grande Depressão da Crise 1929 foi a II Guerra Mundial. - Hitler não foi o único culpado, por uns é visto até como um salvador. - Logo, estamos sim sobre o risco de voltar para uma Grande Depressão econômica no mundo.
Mas enquanto isto a várias coisas andando juntas. O envelhecimento da população, com o aumento da pop. e da expectativa de vida; que está gerando uma grande Crise Previdenciária. Além disso temos os conflitos chamadas de Guerra Cambial, eu particularmente chamaria de Guerra Economica. É uma Guerra acontecendo, porque todo país quer vender, lógico; o Brasil, commodities, e os desenvolvidos, tecnologia e manufaturados.
Neste ponto tenho que reconhecer que o Brasil é um país muito favorecido. Talvez o que está, hoje, na posição mais confortável no mundo; devido a sua imensidão, a preservação que ainda possui de Natureza, e por ser um grande produtor de commodities, sobretudo, de alimentos; e ter grandes reservas de água e petróleo. Ou seja, teóricamente, tem a Base (em questão de recursos) para se auto-sustentar tranquilamente. E isto atraí investidores estrangeiros. Todavia, isto, como eu digo, ocorre no atual momento. Neste contexto. Pois o Brasil não é tão simples, há o próprio risco interno, devido aos seus grades problemas de corrupção, desigualdade social, concentração de riquezas; e tem suas fronteiras pessimamente 'protegidas'.
Há quem diga que Guerra é coisa do passado, coisas hoje que só ocorre com "fanáticos do mundo árabe" ou miseráveis na África. Bem, eu digo que isso não ocorre com a Europa e EUA hoje, porque a situação ainda é confortável, ainda há CREDIBILIDADE no sistema, ainda há ESPERANÇA. Repito, a nossa melhor referencia é 1929, e ela gerou uma Grande Depressão que resultou num mundo SEM CREDIBILIDADE, SEM ESPERANÇA; numa Alemanha passando fome, entre outros, o conforto passaria. Ou seja, quando isso ocorre, em geral, se tem os ingredientes para uma revolta social, politica, ou mesmo internacional. Veja na Inglaterra, hoje. País Europeu de 1º mundo, está tendo uma grande Crise Social, com revoltas com pessoas que chegaram a um ponto de dizer "Dane-se o mundo! Vou cuidar de mim mesmo." A população inglesa acredita, confia, que a Policia irá conseguir deter a revolta. É uma esperança. Mas, e se passa 2, 3 semanas, 2 meses, e nao consegue, e pelo contrário a coisa só cresce e espalha...? Ou seja, e quando começar a perder a credibilidade?
Assim é no mundo, a paz que ocorre entre o G8, G20, entre muitas cadeiras na ONU, entre o Brasil e o mundo, é porque ainda há credibilidade; há esperança, há valor, há moral. Mas estas coisas começam a sumir? Talvez se resulte numa mudança no 'tom de voz' com que os aliados do Brasil fale com este. Iraque, México, tiveram seus exemplos de grandes petroleiros; o próximo é o Brasil, e como será a relação dos EUA conosco nesse sentido?
Bem, por fim, sem querer extender mais o texto, é que a questão é: "TUDO ESTÁ SOB CONTROLE."
É isso o que tentam nos transmitir os Governos, a Mídia, inclusive nos familiares. Porque, enquanto a grande massam "ACREDITA" que "tudo está sobre controle", então, de fato, o mundo permanece num certo controle virtual. E é isso o que está acontecendo nesta Crise, estão tentando nos convencer de que TUDO ESTÁ SOB CONTROLE, pois, se acreditarmos nisso, esse caos (que irá acontecer) irá demorar mais para chegar, se consegue extender por mais tempo a degradação, diminuindo o ritmo, amenizando os impactos e problemas no curto e médio prazo. Porque a partir do momento que as pessoas (em massa) começa a acreditar que "NÃO ESTÁ SOBRE CONTROLE" tudo entra em caos.
Sabe qual é a diferença da Crise de 2008 para esta de 2011? Apenas uma. Em 2008 as pessoas acreditaram que não estava sob controle. E nesta, ainda se acredita que está. Mas eu já aviso que "controle" é uma ilusão.
O que aconteceu nos Estados Unidos, a ilusão, o fator virtual, é "acreditar" que os EUA irá nível AAA, ou seja, pode emprestar dinheiro, e fique tranquilo que ele irá pagar fielmente. Ou seja, credibilidade. Mas algo aconteceu lá, não é por menos, que foi rebaixado para AA+. Isso significa perca de credibilidade para quem era visto como supremo, praticamente sem risco; é um tremendo impacto. É dizer "que não está sob controle". A Dilma ficou revoltada com esse rebaixamento, falou que "isto não era momento de rebaixar"; ou seja, ela quis dizer, que quando se está enfrentando uma crise, não se pode fazer uma coisa dessa por mais justa que seja, porque o seu impacto é devastador. Pense nisso. Pense no que a Dilma está querendo dizer. Extrapolando, alguem que você emprestou muito dinheiro não te paga umas 'gordas' parcelas combinada, e tem vários sinais de que as coisas não está muito bem, mas aí, ele te pede ainda mais dinheiro, e você vai tratá-lo exatamente como antes, quando pagava tudo certinho e as coisas iam bem? Segundo a Dilma sim. Se formos extrapolar ainda mais, Dilma está dizendo que devemos alimentar, até mesmo, 'um Gigante Morto', contanto, que isto venha impedir uma Crise Global pior. Lembra bem na Crise de 29, quando o Governo comprava Café e queimava, para salvar os cafeicultores.
Parece ser uma questão distante, quando pensamos em dinheiro apenas como algo "virtual" para se queimar a vontade. Mas a importância da questão é quando se olha para o seu valor físico, para quando pensamos 'em pessoas', para quando pensamos em nós, nos pais, família.
Eu realmente não quero, não quero mesmo, uma crise. Acho que ninguém quer. Mas não quero também que as pessoas sejam iludidas e manipuladas grosseiramente pela mídia, como estão sendo. Creio que cada um deve refletir e tentar compreender isto. Pois é de suprema importância. Pois vivemos numa bomba relógio que pode explodir nas próximas décadas, e estes apenas são os primeiros sinais.
Sinceramente, creio que o Sistema Financeiro, sofrerá sequelas dessa crise no sentido de ser menos atrativo a investidores decepcionados; e mais receosos no futuro. Este já é um sinal de descredito.
09 agosto 2011
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