17 agosto 2011

Blog Crescendo Solidamente

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Venho aqui comemorar o forte crescimento que teve no Blog, sobretudo, em grande parte causado pela sessão de Música que teve uma explosão de acessos, no inicio era em torno de 300 acessos por mês, agora, gira em torno de 2.700. Consequencia disso, no todo, o Blog teve um crescimento em torno de 21% no número de visitas e de 55% no de páginas visitadas (pois uma visita pode ver vários posts), no último ano (365 dias).

A contabilidade atual gira em:

Nos últimos 365 dias:
Visitas: 60.699  (Md. 166,3 / dia)
Páginas exibidas: 93.422 (Md. 255,95 / dia)

Desde o inicio: 24/6/2008 (inicio do contador)
Visitas: 180.057   (Md. 156,7 / dia)
Páginas exibidas: 278.899   (Md. 242,3 / dia)


Contras
Apesar do aumento significativo, a página principal "OcioKako", que sempre cresceu e teve muitos acessos, se permaneceu bastante estavel, e caiu em torno de 15% o número de acessos nos últimos 2 meses. O que me faz preocupar por um lado, pois talvez meus post mais reflexivos não estão agradando, ou estão muito 'pesados' (não é qualquer um que consegue digerir), ou o povo que está realmente ficando mais desinterassado nisso, em pensar, e realmente, estão curtindo mais ouvir música. Tenho que pensar um pouco mais sobre isso, sobre o futuro do blog e alguns projetos encalhados, por extrema falta de tempo para algo que é muito trabalhoso fazer sozinho. Até que tentei conseguir colaboradores para algumas partes do Blog, mas estes também, muito ocupados, não puderem ajudar muito.

Também recebi algumas reclamações de sessões extremamente desatualizados, em quais não posto nada há meses, como o de Ciencia (que até pouco tempo, era de Matemática), ou o de Dinheiro. Categorizar melhor algumas sessões. Alguns reclamam que faço "pequenas criticas" a alguns autores e obras, pois deveria conhecê-los melhor e suas obras. Alguns disseram para eu moderar os comentários dos posts, pois em muitos post acaba ocorrendo "muita baixaria". Por outro lado, faz muito tempo que não recebo nenhuma critica para com a escrita; claro, os erros de digitação continuam, não é sempre que reviso os textos, e meus dedos conspiram contra meus pensamentos; talvez, os erros não estejam impedindo o entendimento, o povo está de fato menos preocupado com a gramática e sintaxe nos últimos tempos e mais com o valor semântico - o que ao meu ver, é bom.

Melhorias Futuras
Pretendo, no médio prazo mudar os layouts, arrumar muitas coisas em questão a layout e links. Também usar alguns recursos do Blogger, como de "Seguidores" que nunca usei. Há apenas um pequeno uso de seguidores por e-mail; e há 2 semanas, disponibilizei o recurso no qual a pessoa pode inscrever seu email para receber. Talvez tente criar ou colocar uma ferramenta que haja maior participação dos internautas, e também ligação com o Twitter e Facebook. E estou com uma ideia de fazer alguns tutoriais super especializados, em modo video, de aulas de exercicios fisico e de trompete, não sei ainda se faria algo gratuito, ou apenas com amostra gratuita.

Por fim, agradeço a todos os leitores deste blog e que divulgam mesmo que esporadicamente. Ainda continuo com minha promessa de sempre responder os emails e comentários, mesmo que demore. Toda sugestão e critica são bem-vindas. Também, aqueles que quiserem ajudar como calaboradores seja com a publicidade, ou a infra-estrutura, ou layout, ou revisões, ou publicações... falem comigo.

Obrigado.

15 agosto 2011

Vamos falar de realidade

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Assisti - ao meu ver perca de tempo total, claro pode converter para aproveito - a série Game of Thrones HBO. E isto lançou uma pedra. Pois aquela série, baseada num livro, reflete e muito, o pensamento secular de hoje, das massas. Caso contrário, não iria ter audiência e tanta aceitação como teve. Bem, mas o que o filme mostra além das cenas de sangue, brutalidade, selvageria, mortes, estupros, sexo e mais sexo, mulheres e homens nús, homossexuais, luxúria, ambição, amor ao dinheiro, poder...? O professor de espada da pequena garota disse a frase, que ao meu ver, resume tudo:

"Um soldado só tem um deus: a Morte.
E para esta se diz: 'Hoje não.'"

Aí está, de certa modo, é mais complexo do que dizer que os homens estão a busca da felicidade, de certo modo, acho que a maioria não está e tem consciência disso. Mas acho que a maioria tem consciencia clara de que a morte chega para todos, e pode bater a qualquer momento, e a principal reação é dizer "Hoje não." O que implica isso?

Implica que simplesmente que a vida, a filosofia de vida do homem, se corresponde simplesmente ao suspiro até a morte. E mais do que isso. De certo modo, o que é a vida? Bem, perca todos os seus bens, fique numa solitária por dias... e terá a mais profunda reflexão sobre o que é a vida. Ou além disso. perca o controle de seus braços e pernas, numa cama, ou cadeira de rodas. Perca a capacidade de falar, ou de ouvir. E faça novamente a pergunta, o que é a vida?

É algo complexo. Porque o fato é que vida não significa nada; mas insistimos em falar dela como se significasse, pois não conseguimos lidar com isso (não temos peito). "Nu viemos do ventre e nu voltaremos para lá." De forma geral, é assim como diz a Palavra: "Pois eles dentro em breve definharão como a relva e murcharão como a erva verde." Salmos 37:2

A morte chega para a todos. Acho que poderíamos encontrar muita sabedoria quando meditássemos mais sobre isto. Perguntas quais, claramente nos leva a estrada da religião. Mas em geral, sabe o que acontece com a grande maioria? Inclusive os 'crentes'? São seduzidos a cultura de hoje, a este cultura, cada vez mais preponderadamente secular e antirreligiosa. Digo seduzidos porque tiveram a oportunidade de escolher. Sim tiveram esse livre-arbitrio. Caso contrário são meros escravos, sem escolha, para quais a palavra 'liberdade' não possuí significado algum.

Nos dias de hoje simplesmente a cultura do mundo não combina com religião. E quando digo religião, eu não estou me referindo a atrações de shows, musicas, acampais, sermões, palestras, antividades sociais que são feitas normalmente em igrejas e coisas do tipo. Mas me refiro a religião que a Bíblia oferece.

A cultura hoje se caracteriza por um monte de elegantes correndo para algum lugar. E aí, vai querer andar contra a correnteza, a manada? São elefantes, grandes, enormes, pesados, fedorentos, e te esmagam facilmente. Sim, por essencia, é um grande incomodo; Mas o que a Bíblia diz? Olha o exemplo de Elias, ter que fugir de seu próprio povo, e viver anos isolados, no deserto, se alimentando de um rio e alimentado com a ajuda de pombos? Onde está a emoção? Onde está a promoção? Onde está o 'aue'? Onde está aquela gritaria, a dança, as pessoas erguendo a mão com olhos fechados? Pois, resumidamente, é nisso que a maioria das denominações cristãs são hoje. É um pacote de coisas tentando proporcionar conforto, bem-estar, e uma sensação a homens vazios de que se elevarão, que segurarão com as duas mãos nos pés de Deus, e forão 'tocadas' por Ele, tornando-se pessoas incríveis! E é isso o que tem acontecido, nos shows religiosos, até mesmo na programação que ocorrem nas casas de show e entretenimentos que tradicionalmente se chama de 'Igrejas'. E aí, surgem um monte de pessoas que ficam "comparando" crentes, e igrejas em função das "experiências que sentiram". Onde é normalmente ocorrer um tipo identico de invejo que alguns tem ao ficar imaginando uma pessoa que andou a 300 km/h numa Ferrari; e agora, está se sente deprimida por "não ser tão abençoada", ou se sentindo pior, ou religiosamente, ou de algum outro modo pior, do que a outra pessoa, por não ter tido a mesma experiência do que ela teve no show do super astro cristão (com certeza, músico). E aí, normalmente, com o tempo, a inveja se torna tão forte e traz tanto desgosto que acaba trocando de religião, e aderindo a tais práticas e experiências. Até que "novas surgem", ou estas percam o sabor. E assim, se prossegue loucamente como escravos, cegos, surdos, como um zumbi ambulante sem realmente a capacidade de desenvolver um pensamento próprio sobre aquilo, e todo.

Para muitos, simplesmente, nem essas tentativas seculares das religiões são suficientes, pois é perca de tempo. Sobretudo para os jovens de hoje, pessoas, sobretudo, quando chegam a maturidade, e estão cheio de energia, virilidade, desejos e impulsos, querendo explorar tudo e etc, lá para o seus 16 - 30 anos. E aí, é a Ferrari, querendo dar 400 km/h nessa curta descida. Zumbis. E ainda se denominam ateus. Ora, não tem a minima moral para dizer isto, pois quanto tempo realmente passou refletindo meditando, estudando sobre teologia, sobre ateismo, filosofia e etc, para então escolher optar pelo ateísmo? Por favor, sem hipocrisia. Se religião não cabe na cultura de hoje. Tampouco um sincero ateu.

Não vivemos uma cultura de pensadores, de filósofos. O secularismo não permite isso. Não é uma discussão filosófica, racional. É uma questão simplesmente de seguir a manada, o instinto. É isto o que ocorre com a maioria. Todavia, todos escolherão ou negarão escolher. O mesmo ocorre com música. Hoje qualquer um se diz músico, apreciador da música, dizem que qualquer conjunto de sons é música, de modo que não se diferencia a palavra sons de música (ou seja, poderíamos ter uma palavra a menos no dicionário para descomplicar nossas vidas). Mas do mesmo modo, não é música coisa nenhuma, é apenas um "efeito manada", "seguir a maioria", "a correnteza", "as experiências", "a essas perspectivas de experimentar sensações"; mas música? Não, isto não. Opa, gostou de tal música? "Sim, adorei!" Agora propõe estudar a partitura dela, a orquestração dela, a história dela, a do grupo ou compositor, e não no sentido, qual a cor da roupa que usa, o numero do sapato, se é feio ou bonito; mas numa perspectiva filosófica, psicológica e técnica. E verás, que não sobrará nenhum. (será um homem de sorte se encontrar).

Bem, isso daria um longo papo.

Todavia a questão é bem simples.

Vivemos num mundo de zumbis caminhando para o penhasco da morte. E nada mais. E este é o efeito manada, qual tenta nos carregar juntos. (se já não estamos).

Fiquem em silêncio, não tentam se justificar. Se for sincero, pelo menos diga que é um "Zumbi" (e tem muitos que dizem), respeito isso. Mas não me venham mais com estorinhas bobinhas, de duendes, filosofias de cervejaria, criticas religiosas... para tentar justificar ou lutar contra a religião cristã.

Que eu já estou cheio dessa brincadeira que é um luxo da tamanha comodidade e tempo livre de sobra dos dias de hoje. Mas creio que logo tudo isso irá parar. E as pessoas, terão que pensar.

12 agosto 2011

Influências de Anton Bruckner

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Hoje terminei de ler a extraordinária obra "O Menestrel de Deus - Vida e Obra de Anton Bruckner" de Lauro Machado Coelho. Recomendo muito, muito, muito mesmo; sobretudo para os músicos compositores, quem se interessa sobre História da música, e questões mais filosóficas sobre esta; ou para aqueles que tem afinidade com esse genial compositor, um tanto quão desconhecido no Brasil. (diga-se de passagem, nunca ouvi falar dele até meus 22, 23 anos).

Bem, das 230 páginas deste livro bem denso de uma incrível pesquisa, com centenas de referências, e um conhecimento musical de extremo intelecto com um acervo bem abrangente, tenho dezenas e dezenas de páginas marcadas, algumas citações, verdadeiras pérolas que certamente já moldaram minha alma. Porém, por incrível que pareça, o capítulo que mais me chamou a atenção foi exatamente este último, não só por ter sido a leitura mais recente, mas porque ela mostra a influência que Bruckner deixou para a música no mundo, na posterioridade. Influências, que de certo modo, que me arrisco a dizer mais, mais profundas do que Beethoven. Pois se Beethoven nos trouxe "a sinfonia", "a expressão romântica" (como na sua 9ª), bem, Bruckner, de certo modo foi quem "cravou" a sinfonia, há recriou, lhe trouxe uma nova concepção, quase que indestrutível, trouxe-lhe uma alma poderosa; num período em que Wagner decretou sua morte.

Compartilho, alguns dos comentários dos compostiores quais foram alunos de Bruckner, ou quem este muito influenciou:

Gustav Mahler (1860 - 1911)
"Nunca fui aluno de Bruckner. A crença geral de que fui é atribuível ao fato de que eu era visto regularmente com ele, quando era estudante em Viena e era um de seus maiores admiradores. Na verdade, acho que meu amigo Krzyzanowski e eu éramos os únicos naquela época. Isso deve ter sido por volta de 1875-1881. [...] Meu envolvimento com ele durou até a época do término da Sétima Sinfonia. Ainda me lembro com prazer de uma bela manhã, durante uma aula na Universidade, em que ele me chamou na classe e, para o espanto de meus colegas, tocou para mim o tema maravilhoso do Adagio, num piano muito velho. Apesar da grande diferença de idade entre nós, a disposição invariavelmente feliz, juvenil e quase infantil de Bruckner e a sua natureza confiante fizeram do nosso relacionamento uma amizade verdadeira e, portanto, era natural que, à medida que eu compreendia as provações e as atribulações de sua vida, o meu desenvolvimento pessoal como homem e como artista fosse influenciado por ele. Na verdade, acho que tenho mais direito a me chamar de seu discípulo do que muitos outros, e sempre farei isso com respeito e gratidão."

Mahler foi um dos que mais propagaram a música de Bruckner, apresentou diversas obras suas. Regeu mais de uma vez a Te Deum (que a OSSA apresenta em Dezembro/12) com imenso entusiasmo; - Nas palavras de Carl Wilhelm Zinne, crítico do Neue Hamburguer Zeitung: "sempre de forma incandescente". - tanto que "fez com ele riscasse, na capa da partitura, a menção "para solistas, coro, órgão e orquestra". No lugar dela, escreveu "para as vozes dos anjos abençoados pelo Céu, os corações puros e as almas purificadas pelo fogo"." (p. 213)

Richard Wetz (1875 - 1935)
"Apenas em Beethoven, e assim mesmo muito raramente, encontrei espiritualismo sentido de forma tão profunda quanto no Adagio da Sétima Sinfonia. Ela é a mais pura forma de ventura celestial. Quantas vezes desejei mergulhar em sua imensa pureza e flutuar nessa música música como em uma ilha coberta de flores, no centro de um lago de águas claras. Se a eternidade pudesse se mover e falar, os sons que ouvirias seriam os da Sétimade Bruckner."

"A falta de substância interna dessa nova música (só o poder criativo e veril pode produzir essa substância) foi substituída por uma técnica brilhante cuja intenção é impressionar o ouvinte, distraindo-o dessa falta de essência artística. Como a harmonia, a técnica, o ritmo e a instrumentação estavam se tornando cada vez mais amaneirados e super-refinados, era inevitável que surgisse, mais cedo ou mais tarde, uma situação em que as assim chamadas obras progressistas ficassem cada vez mais parecidas umas com as outras, como duas peras em uma cesta. Não surpreende, portanto, que para criar algo original, os compositores tenham começado a atacar e até mesmo questionar os componentes básicos da música: a harmonia, o metro e a tonalidade foram declaradas obstáculos e, para transformar a sua pobreza tísica em luxuosa riqueza, os compositores inventaram o conceito de melodia supérflua. É nisso que a ideia de progresso deu, atualmente."

Einojuhani Rautavaara (1928 - vivo)
"Comecei a compreender que, fundamentalmente, não se tratava de um certo tipo de construção formal, mas de uma certa maneira de pensar a música: uma sequência de pensamentos que se metamorfoseiam lentamente, de acordo com uma lógica muito individual, e dependente do temperamento do compositor. É uma narrativa, mas a história contada não se comunica por meio de palavras  ou de conceitos, mas somente por meio de música. Essa sequência não inclui símbolos, nem romantismos, nem um rosário de notas preguiçosas para preencher a estrutura formal. Esses mesmos pontos de partida dão origem a pontos de vista novos e diferentes: a transformação lenta da luz e das cores é um traço típico. Motivos, a "personificação" de temas permanecem elementos centrais, mesmo que o ritmo, a harmonia e a cor tonal assumam uma funçaõ não temática - sem nos esquecermos da advertência de um colega mais velho: "Música sem melodia não tem talento nenhum"."

Adolf Hittler (1889 - 1945)
Cito apenas como uma intrigante curiosidade. O fato é que Hitler adorava as sinfonias de Bruckner, sobretudo a 4ª sinfonia. Claro, não foi um músico, tampouco um compositor, mas transformou Bruckner num tipo de Herói Nazista, um Símbolo do ideal de um homem austro-alemão, fez até uma estatua dele. E disse que sua música representava a Alemanhã Ressurgida, o III Reich, o ideal do alemão. E fez com que sua música fosse tocada muitas e muitas e muitas vezes na Alemanha, e suas rádios. Era muito comum a 4ª ser ouvida antes de uma reunião de gabinete e com os chefes de Estado, etc. Aliás, Hittler se indentificava com Bruckner, por também ter vindo da Alta-Austria, e por ter também seus problemas com os judeus, pois Bruckner foi sempre extremamente massacrado e criticado por um tal de Hanslick que era judeu. Mas Bruckner, pessoalmente não tinha problemas, raiva, ou inimizade com os judeus.


Compositores e suas respectivas obras que valem a pena serem ouvidas:
Com links de gravações no Youtube

Gustav Mahler (1860 - 1911)
Em geral, o modelo de Mahler está muito carregado de Bruckner. Principais características brucknerianas:

  • os traços rústicos presentes em certos scherzos;
  • as longas melodias cantabile, aparentadas ao Gesangsperiode, o tratamento bruckneriano do segundo grupo temático;
  • a predileção por ritmos de marcha ásperos e obstinados (que em Mahler assumem frequentemente o tom de marcha fúnebre);
  • e as proporções avantajadas de suas estruturas sinfônicas.
Suas sinfonias, em geral, percebemos de forma clara uma grande exploração da sonoridade da sessão dos metais, de belas melodias nas cordas; e na religiosidade cristã tardia de Mahler (que era judeu); em sua 2ª e 8ª sinfonia, lembramos de uma grande obra coral + orquestra, com uma grande energia e com apelo de caráter religioso, que nos retoma um pouco a ideia de uma influência da Te Deum.

Hans Rott (1858-1884)

Franz Schmidt (1874 - 1939)
- Sinfonias, quatro ao todo (principalmente a 4ª)
- O Livro dos Sete Selos (inspirado no texto do livro de Apocalipse)

Richard Wetz (1875 - 1935)
- Sinfonias (em especial: primeira (1ª) e terceira (3ª))
- Requiem
- Oratório de Natal

Egon Joseph Wellesz (1885 - 1974)
- Sinfonia 1 (chamada por Paul Conway de "a Décima de Bruckner")

Krzystof Penderecki (1933 - )
- Sinfonia 2 do Natal (Stille Nacht (Noite Feliz) é um tema várias vezes citado)

Rautavaara (1928 - )
- 5ª Sinfonia em diante


Curiosidade: Hans Rott foi tão criticado, por Hanslick e Bramhs, devido a sua influencia de Bruckner (que era seu professor no Conservatório). De modo que Bramhs lhe disse que não tinha talento algum para a composição e devia renunciar à música; e depois disso, Rott entrou em depressão ficando com sérios problemas mentais, morrendo poucos anos após, com apenas 26 anos. Todavia, ouça a sinfonia 1 dele. Se um garoto com seus 20 anos nas costas compos algo assim, imagina o que não teria produzido em sua maturidade; obra qual, alguns hoje comparam com uma obra de Bruckner composta em sua maturidade tardia (depois dos 40 anos). Ou seja, cuidado quando for criticar um músico-compositor, você pode literalmente acabar com sua vida. E assim, morreu alguem, que em sua juventude, compos uma obra, que alguns chamariam de uma tipica sinfonia mahleriana, que depois se tornou o maior sucesso.

Ao ouvir a Sinfonia em mi maior de Rott, eu simplesmente me vi num mundo mahleriano. Se não soubesse quem era o autor, e apenas escultasse, eu teria a plena certeza: "Isto é Mahler". É incrivel, mas o fato desse jovem, que morreu aos 26 anos, foi, sem sombra de dúvidas uma grande inspiração para o perturbado Mahler. Se percebe claramente, que há muito conteúdo nas sinfonias 1, 2 e 5 que são reminiscências muito claras desta sinfonia de Rott datada do ano de 1880. E por incrivel que pareça, apesar da sua clara influencia bruckneriana, no 4º movimento fica evidente que ele utiliza de um dos temas da Sinfonia 1 de Bramhs, soa quase que um arranjo; além de muitas influências wagnerianas (o que aparentemente, não rimava, mas causa de grande rivalismo: Wagner x Brahms). Todavia o que mais me surpreende é que esta sinfonia soa um tipo de "anúncio", "profecia" do que viria a ser a obra sinfônica de Mahler. Eu particularmente considero genial está sinfonia dele, a qual foi criticada, e injustamente, brutalmente ridicularizada, o que o provavelmente levou-o a loucura. Apesar, de achar um pouco de uso exagerado dos trompetes; há música chega há um limite, quase que soando uma fanfarra; acho que faltou maturidade dele nesse aspecto, pois quando se trabalhava com solo de metais, sobretudo trompetes e trombones é uma grande perca dos demais naipes, quase como se tivesse esquecido deles. Todavia se percebe que ele consegue explorar de modo incrível o som da trompa e do trompete; acho que até então, plenamente inovador. Vale realmente a pena conferir.

09 agosto 2011

Nova Crise - Tic-Tac

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Claramente uma nova Crise está acontecendo, talvez apenas os sintomas após o 'benegripe' perder seu efeito quando foi tomado em meio a crise de 2008.

As analises e repercussão do que ocorre está muito peculiar, ao meu ver. De inicio, a mídia simplesmente NÃO FALAVA, permanecia o assunto em oculto, algo que eu já vinha chamando a atenção há muitas semanas, em maio já fazia meus comentários com os colegas do trabalho. Mas ninguém nem aí. Agora hoje, depois da incrível 'sapencada', ASSIM COMO foi em 2008, a mídia teve que falar, e falou bastante; foi a matéria principal do Jornal da Noite da Rede Globo.

Todavia a imprensa foi muito contraditória. Houve desde 'economistas' dizendo que "o Brasil não será afetado" ou "será pouco afetado" a comentários do tipo "Crise pode deter crescimento do Brasil" (disse Mantega) - creio que os comentários deste foram os mais reais, todavia, com alguns "indicadores chutes" para dar um toque de 'acalmar as atenções', querendo comparar que o que a crise de hoje é muito fraca, apenas um pequeno tremor, comparado a de 2008.

Comentários super contraditórios foram encontrados. Houve quem disse que os bancos estão SUPER CONFORTADOS para contornar e lidar com a Crise. Um absurdo, diga-se de passagem, a palavra "Crise" já gera desconforto nos bancos. E se houvesse conforto, a situação da Europa estaria resolvida.

Bem, o mais certo e provável, é que o impacto 'a CURTO e MÉDIO' prazo desta crise não serão tão devastadores quanto eu pensei (e pensei mesmo). Todavia, a forma como tal tem sido anunciada nos canais economicos e noticiários são sempre muito desarticulados e limitados quando se pensa num contexto maior e no longo prazo. Por exemplo, não se faz a ligação disso com os problemas de revolta social crescente em todo o mundo (até na Inglaterra tem ocorrido barbaridades esta semana); além de questões de fome, falta de água, desertificação. Uma enormidade de coisas que estão acontecendo no mundo. Claro, podemos olhar para a História e tirar centenas de exemplos de situações piores pelos quais passamos (não foi o fim do mundo) e certamente hoje estamos mais preparados, pelo menos intelectual e tecnologicamente. Todavia há algumas questões únicas desta se formos pensar apenas nos últimos séculos (ou décadas, se preferir). Pois, como Eric Hobsbaw, a grande autoridade atual em História, disse, estamos na Era dos Extremos. Aliás recomendo muito ler esta entrevista para a Folha qual ele diz que o Estados Unidos perderia a superioridade, em 2007, e hoje, 4 anos depois, vemos o conceito dos EUA cair, pela primeira vez.

Isto é algo único em toda a História; pois nunca houve tanta pressão, sobre diversos aspectos. Nunca houve TANTA GENTE no mundo, e é um número crescente. É uma questão extremamente alarmante para as próximas décadas e já está num estado cronico. Há a questão também da destruição da Natureza, esgotamento dos recursos naturais, problemas da água potável, excesso de lixo, varrimento dos oceanos; e uma tendencia absurda de aumento nas commodities nas próximas décadas. A grave questão do desemprego em todo mundo; o risco de recessão e desaquecimento da economia; visto, que a grosso modo, o Capitalismo só funciona no modo 'aquecimento'; o que o salvou o mundo, em sentido econômico, da Grande Depressão da Crise 1929 foi a II Guerra Mundial. - Hitler não foi o único culpado, por uns é visto até como um salvador. - Logo, estamos sim sobre o risco de voltar para uma Grande Depressão econômica no mundo.

Mas enquanto isto a várias coisas andando juntas. O envelhecimento da população, com o aumento da pop. e da expectativa de vida; que está gerando uma grande Crise Previdenciária. Além disso temos os conflitos chamadas de Guerra Cambial, eu particularmente chamaria de Guerra Economica. É uma Guerra acontecendo, porque todo país quer vender, lógico; o Brasil, commodities, e os desenvolvidos, tecnologia e manufaturados.

Neste ponto tenho que reconhecer que o Brasil é um país muito favorecido. Talvez o que está, hoje, na posição mais confortável no mundo; devido a sua imensidão, a preservação que ainda possui de Natureza, e por ser um grande produtor de commodities, sobretudo, de alimentos; e ter grandes reservas de água e petróleo. Ou seja, teóricamente, tem a Base (em questão de recursos) para se auto-sustentar tranquilamente. E isto atraí investidores estrangeiros. Todavia, isto, como eu digo, ocorre no atual momento. Neste contexto. Pois o Brasil não é tão simples, há o próprio risco interno, devido aos seus grades problemas de corrupção, desigualdade social, concentração de riquezas; e tem suas fronteiras pessimamente 'protegidas'.

Há quem diga que Guerra é coisa do passado, coisas hoje que só ocorre com "fanáticos do mundo árabe" ou miseráveis na África. Bem, eu digo que isso não ocorre com a Europa e EUA hoje, porque a situação ainda é confortável, ainda há CREDIBILIDADE no sistema, ainda há ESPERANÇA. Repito, a nossa melhor referencia é 1929, e ela gerou uma Grande Depressão que resultou num mundo SEM CREDIBILIDADE, SEM ESPERANÇA; numa Alemanha passando fome, entre outros, o conforto passaria. Ou seja, quando isso ocorre, em geral, se tem os ingredientes para uma revolta social, politica, ou mesmo internacional. Veja na Inglaterra, hoje. País Europeu de 1º mundo, está tendo uma grande Crise Social, com revoltas com pessoas que chegaram a um ponto de dizer "Dane-se o mundo! Vou cuidar de mim mesmo." A população inglesa acredita, confia, que a Policia irá conseguir deter a revolta. É uma esperança. Mas, e se passa 2, 3 semanas, 2 meses, e nao consegue, e pelo contrário a coisa só cresce e espalha...? Ou seja, e quando começar a perder a credibilidade?

Assim é no mundo, a paz que ocorre entre o G8, G20, entre muitas cadeiras na ONU, entre o Brasil e o mundo, é porque ainda há credibilidade; há esperança, há valor, há moral. Mas estas coisas começam a sumir? Talvez se resulte numa mudança no 'tom de voz' com que os aliados do Brasil fale com este. Iraque, México, tiveram seus exemplos de grandes petroleiros; o próximo é o Brasil, e como será a relação dos EUA conosco nesse sentido?

Bem, por fim, sem querer extender mais o texto, é que a questão é: "TUDO ESTÁ SOB CONTROLE."

É isso o que tentam nos transmitir os Governos, a Mídia, inclusive nos familiares. Porque, enquanto a grande massam "ACREDITA" que "tudo está sobre controle", então, de fato, o mundo permanece num certo controle virtual. E é isso o que está acontecendo nesta Crise, estão tentando nos convencer de que TUDO ESTÁ SOB CONTROLE, pois, se acreditarmos nisso, esse caos (que irá acontecer) irá demorar mais para chegar, se consegue extender por mais tempo a degradação, diminuindo o ritmo, amenizando os impactos e problemas no curto e médio prazo. Porque a partir do momento que as pessoas (em massa) começa a acreditar que "NÃO ESTÁ SOBRE CONTROLE" tudo entra em caos.

Sabe qual é a diferença da Crise de 2008 para esta de 2011? Apenas uma. Em 2008 as pessoas acreditaram que não estava sob controle. E nesta, ainda se acredita que está. Mas eu já aviso que "controle" é uma ilusão.

O que aconteceu nos Estados Unidos, a ilusão, o fator virtual, é "acreditar" que os EUA irá nível AAA, ou seja, pode emprestar dinheiro, e fique tranquilo que ele irá pagar fielmente. Ou seja, credibilidade. Mas algo aconteceu lá, não é por menos, que foi rebaixado para AA+. Isso significa perca de credibilidade para quem era visto como supremo, praticamente sem risco; é um tremendo impacto. É dizer "que não está sob controle". A Dilma ficou revoltada com esse rebaixamento, falou que "isto não era momento de rebaixar"; ou seja, ela quis dizer, que quando se está enfrentando uma crise, não se pode fazer uma coisa dessa por mais justa que seja, porque o seu impacto é devastador. Pense nisso. Pense no que a Dilma está querendo dizer. Extrapolando, alguem que você emprestou muito dinheiro não te paga umas 'gordas' parcelas combinada, e tem vários sinais de que as coisas não está muito bem, mas aí, ele te pede ainda mais dinheiro, e você vai tratá-lo exatamente como antes, quando pagava tudo certinho e as coisas iam bem? Segundo a Dilma sim. Se formos extrapolar ainda mais, Dilma está dizendo que devemos alimentar, até mesmo, 'um Gigante Morto', contanto, que isto venha impedir uma Crise Global pior. Lembra bem na Crise de 29, quando o Governo comprava Café e queimava, para salvar os cafeicultores.

Parece ser uma questão distante, quando pensamos em dinheiro apenas como algo "virtual" para se queimar a vontade. Mas a importância da questão é quando se olha para o seu valor físico, para quando pensamos 'em pessoas', para quando pensamos em nós, nos pais, família.

Eu realmente não quero, não quero mesmo, uma crise. Acho que ninguém quer. Mas não quero também que as pessoas sejam iludidas e manipuladas grosseiramente pela mídia, como estão sendo. Creio que cada um deve refletir e tentar compreender isto. Pois é de suprema importância. Pois vivemos numa bomba relógio que pode explodir nas próximas décadas, e estes apenas são os primeiros sinais.

Sinceramente, creio que o Sistema Financeiro, sofrerá sequelas dessa crise no sentido de ser menos atrativo a investidores decepcionados; e mais receosos no futuro. Este já é um sinal de descredito.

03 agosto 2011

Crise - Tensão e Incerteza

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Incerteza, ou seja, aversão ao risco, falta de confiança no futuro. É assim que, em geral, os mercados mundiais têm se comportado este ano. Me recordo em 2009, no ano do SUPER BOOM pós-crise, no qual, sobretudo em março, uma super onda de otimismo atacou os investidores e todo mundo saiu comprando que nem doido, de modo que tal, que muitas ações dispararam mais de +100% no ano (algumas mais de 300%). E em meio a tudo aquilo, alguns economistas e analistas, como uma voz contraditória, dizia que toda aquela onda era insustentável; que a crise não tinha sido contida, ela ainda continuaria e seus principais efeitos seriam sentidas a partir de 2010, 2011.

Bem, este ano demonstrou bem claramente isto, além do desaquecimento da economia global, temos a crise do Euro, países como a Grécia, Portugal e Itália um pouco na corda bamba. Questões como a Dívida dos Países, como a dos Estados Unidos. Qual poderíamos aproveitar para pensar na do Brasil, qual o Lula fez questão de pagar a divida para com o FMI fazendo outra divida com um juros maior (apenas para usar de MARKETING politico nas eleições); e agora, aumentará a divida com obras de infra-estrutura entre outros para a Copa de 2014 e as Olimpiadas. Apostando que isto atraira muito dinheiro estrangeiro, sobretudo de Turistas. Bem, gasta todo esse dinheiro e tals, e ai, chega 2014, e a crise está mais profunda, sobretudo nos maiores turistas (Europa e EUA), e aí, recebe poucos turistas... E aí, como fica?

Abaixo uma relação dos principais indices de alguns paises, que atestam, que, em geral, este ano as coisas estão muito incertas - ao meu ver, tendendo para baixo. E que no Brasil, as coisas só não estão pior, porque se vendeu e o peixe do Pré-sal, da Copa, das Olimpiadas, do crescimento do mercado brasileiro, e sua capacidade agropecuária, e todo mundo, até agora, engoliu e tem muita esperança.

Fonte: Bloomberg

Australia

França

Alemanha

Inglaterra

Italia

Grécia

Brasil

Estados Unidos (Dow Jones)

Estados Unidos (NASDAQ)

Portugal

Russia

China


Reflitam sobre isso. E aconselho a pesquisar e refletir muito sobre aposentadoria e previdência. E tirem suas conclusões.

Coleção Completa de A História das Coisas

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Eu considero toda esta série de videos imprescindível para todos para ter uma noção um pouco melhor sobre o como as coisas são, como o mundo funciona. Claro é muito mais complexo, e falta toda uma abordagem, sobretudo histórica e antropológica, além de cultural e religiosa. Mas é muito bom, e extremamente didático.


A História das Coisas

A História dos Cosméticos

A História dos Eletrônicos

A História da Água Engarrafada

A História dos Cidadãos Unidos VS FEC (Eleições Federal dos Estados Unidos) -

A História do Comércio de Carbono



Bancos & Capitalismo - O Fim?

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A grosso modo, um Banco é visto como o simbolo máximo do Capitalismo. Um termo equivoco ao meu ver, visto que instituições com a mesma característica existia na Roma Antiga, quando ainda não se tinha o Capitalismo como Modo de Produção. Bem, a associação atual em Banco com Capitalismo se deve em geral a questão de serem grandes acumuladores de capital, a cada ano que passa, em geral, crescem absurdamente em bilhões acumulando sempre um patrimonio fisico e virtual cada vez maior.

Em termos simples, podemos resumir as principais contribuições de um banco nesses 3:
1. Segurador
2. Agente credor
3. Investidor

1. Segurador
Em temos antigos, as pessoas guardavam suas riquezas em casas, cofres, palácios, precisavam esconder bem, e também, os mais afortunados, contratavam seguranças, guardas, guerreiros, etc. Para proteger que sua fortuna não fosse roubada. Outros colocavam o dinheiro dentro do colchão, de buracos estratégicos na parede, em caixas de sapato. - Acredito que muitos ainda o fazem. Bem, o banco pode ser visto como um 'agente segurador'. Ou seja, alguem a quem você confia o seu dinheiro, ele irá proteger seu dinheiro, suas riquezas, sua fortuna. E em troca desta proteção, você praticamente permite que o banco utilize seus recursos para outros fins, mas sempre se comprometendo poder devolvê-lo em sua totalidade.

2. Agente Credor
Como o banco naturalmente acaba tendo um grande quantia de dinheiro em posse. Ele fornece empréstimos para outras pessoas que precisam do dinheiro, em grandes quantias; podendo, por sua solidez financeira, permitir pagamentos parcelados de muitos anos. E assim, fornece recursos para muitas pessoas, empresas entre outros.

3. Investidor
Devido também a ter muitas reservas de dinheiro, o banco age investindo em muitas coisas, e não só visando o próprio lucro; mas muitas vezes (e isso ocorre todos os dias) apenas para dar "saúde ao mercado", quais em muitas possuem operações de perca. Mas de tal modo, que faz com que o mercado continue a se movimentar; pois o Capitalismo é uma engrenagem que precisa estar sempre em movimento.

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Poupança
Você já pensou alguma vez o porque a poupança dá um pequeno retorno (mesmo que, normalmente, abaixo da inflação)? Donde vem o dinheiro do banco para ele depositar na sua poupança? Bem, antes de mais nada, é bom entender o que é a "poupança". A poupança de certo modo, significa 'emprestarmos' dinheiro ao banco. Ou seja, é um acordo financeiro, no qual damos (depositamos), R$ 10.000,00 por exemplo. O banco irá usar este recurso, com uma parte fazendo seu caixa, como um fundo de segurança, e outra parte usando para operações financeiras, ou mesmo emprestando o dinheiro para outras pessoas. E assim, os seus R$ 10.000,00 que podiam ficar parados na caixa de sapato em casa, é usado para movimentar o mercado, para outras pessoas usarem. E tudo isso, no acordo, o banco se compromete, dando a sua palavra, que você sempre poderá resgatar seu dinheiro, esses R$ 10.000,00; protegendo-o. E ao mesmo tempo, como você 'empresta' dinheiro para o banco, ele te paga um juros. É literalmente isso, o banco TE PAGA uma pequena taxa.

Bem, atualmente, o banco paga em torno de 0,6%. Mas quanto será que ele lucra? Bem, com os seus R$ 10.000,00 ele pode ter emprestado para uma pessoa, num cheque especial, por exemplo, com 4% de juros ao mes. Ou seja, só nisso, ele teve uma diferença (spread) de 3,4%. Está aí o lucro do banco. Além disso, soma as operaçoes no Mercado Financeiro, entre outros.

O Patrimonio de um Banco
É meio estranho dizer isto, mas há uma boa lógica um banco lucrar cada vez mais, isto, de certo modo trás saúde financeira, e para o mundo financeiro; apesar, que por outro lado, é uma concentração maior de riquezas. Que teoricamente é a grande contradição do Capitalismo.

Então, a grosso modo podemos dizer que um banco possuí quatro (4) blocos de recursos (no meu linguajar):

I. Depositados
II. Próprio
III. Emprestados
IV. Investidos
* há também a parte das ações do próprio banco no Mercado Financeiro, mas prefiro deixar este de lado.

Depositados: É a parte dos recursos depositados no banco pelos clientes (conta corrente, poupança...) usado como reserva, que não foi usado para empréstimo e investimentos.
Próprio: É os recursos próprios (que arrecadou através de lucros) que tambem não foi usado para outros fins.
Emprestados: Recursos emprestados para outros que são pagos a longo prazo, que pode lhe render lucro com o juros ou prejuízo pela inadimplência (não pagamento).
Investimentos: Recursos investidos no Mercado Financeiro, pesquisas, ou acordos especificos. Que pode valorizar, desvalorizar, e até mesmo perder todo o valor, ou dever. (é bem variável)

Se formos pensar de modo bem conservador, o banco realmente só possui em caixa "o dinheiro próprio". Com qual tem que ainda pagar funcionários, despesas gerais. E de certo modo os "Depositados". Todavia, este os clientes podem querer resgatar a qualquer momento. E grande parte dos seus recursos (arrisco-me a dizer, a maior) em empréstimos e investimentos.

É bom enfatizar que o valor depositado pelos clientes é maior do que I. E, talvez, maior do que I + II. Logo, o que aconteceria se todos os que emprestaram dinheiro ao banco quiserem resgatar seu dinheiro? É bem possível que o banco quebre.

CONFIABILIDADE
Logo, a saúde de um banco praticamente depende da confiabilidade de seus clientes no banco. De que tal pode honrar os seus compromissos. Que tal está fazendo uma boa administração dos recursos. Pois, quando o cliente do banco suspeita que virá uma crise sobre o banco, ou que o banco não conseguirá honrar os seus compromissos, ele, naturalmente, para proteger seu patrimonio, irá resgatar seu dinheiro.

Caso Desastre:
Suponha o seguinte caso:
Depositaram no banco: 1.000.000,00
O banco possui: 2.000.000,00

Total: 3.000.000,00
Despesas do banco: 1.500.000,00

Então o banco empresta: 1.000.000,00
Saldo: 2.000.000,00

Ai o banco investe 1.000.000,00
Saldo: 1.000.000,00

Bem, o tempo passa. E ocorre uma grande crise financeira no Mercado, então o banco resgata parte do que tinha investido, com prejuizo, e mantém outra parte para tentar dar o minimo de saúde para o mercado.

Saldo anterior: 1.000.000,00
Resgate: 200.000,00
Investido: 500.000,00 (em alto risco - em baixa)
Saldo: 1.200.000,00

Devido a uma crise financeira no pais, negócios fracos, alta do desemprego, ocorre um grande aumento de inadimplência, e a taxa de juros não era muito alta. De modo, que do emprestado, apenas retorna 200.000,00.

Saldo: 1.400.000,00

(percebe-se que o saldo está abaixo das despesas, e do saldo dos clientes)

O banco faz demissões, e toma atitudes para diminuir os gastos e custos fixos. Baixando as despesas para R$ 800.000,00

Naturalmente, os investidores e clientes do banco percebem que uma crise está acontecendo, que o banco está com uma saúde precária, e grandes clientes resgatam seu dinheiro para se proteger, pretendo o pior... Perda de 1.200.000,00

E assim se tem o saldo final de apenas: 200.000,00
E sendo que tem despesas de 800.000,00 para pagar.
E ainda 800.000,00 que pertencem aos seus clientes.

Bem, o banco chega num ponto que não pode honrar os compromissos. Os demais clientes querem resgatar seu dinheiro, e o banco se vê necessário vender todas as suas posições no Mercado Financeiro a custo de banana. Conseguindo mais 200.000,00. Mas ainda é o insuficiente para honrar os compromissos.
Então o banco tenta recorrer a um empréstimo de outro banco, mas o outro banco vê muito risco, pois a saúde do banco está péssima, e o cenário financeiro do mundo também ruim, e não empresta. Então, o banco recorre (por incrivel que pareça) ao Governo, e o Governo também diz não. Então o banco pede 'concordata'.

E aí o banco fecha as portas e é obrigado a honrar seus compromissos, tendo que vender o patrimônio físico e tudo mais, e na esperança que alguem compre. Mas e se ninguem comprar? E as pessoas, que tiveram suas contas congeladas não podendo resgatar o que colocou no banco?

Bem, isso, a grosso modo, de modo meramente didático, foi mais ou menos o que ocorreu na crise que ocorreu a poucos anos atrás, com a quebra do banco Lehman Brothers. E que espalhou como um efeito dominó, a partir do momento que tirou a saude financeira do Mercado, fez o Sistema Financeira, como um todo, perder credibilidade, e as pessoas passaram a resgatar seus investimentos, poupanças, conta corrente.

Em grandes crises financeiras do tipo, nada impede de que o próprio Governe mande congelar as contas bancárias (ninguem mais pode fazer saques); ou o banco fechar. Logo, poupança também tem risco; inclusive aposentadoria. Resumidamente, TUDO tem risco.

Mas e se os bancos fecham a porta, e o dinheiro volta para a mão das pessoas, o que ocorre?

Em primeiro lugar, uma crise total do capitalismo e panico... pois o MOTOR da engrenagem para de funcionar. O mundo, as pessoas, as empresas, o Governo... precisam de empréstimos. Quem vai emprestar? Como conseguir juntar um grande poder que estava espalhado nas mãos de muitos, concentrados sobre a administração dos bancos? Ao mesmo tempo, o que acontece com "a moeda"? Que em grande parte é controlada pelas operações de cambio, bem, também entra em grande crise. Passa a perder valor, uma grande corrida inflacionária passa a ocorrer, o dinheiro passa praticamente a parar de valer, pois perde credibilidade. E assim todo o comercio entra em caos também. E então, o Governo se vê num enorme desafio para conseguir controlar isto.

Isto também atinge seriamente a sociedade. Aumento absurdo do desemprego, crise civil, saques, furtos; e uma corrida desumana pelos itens de base: higiene, água e comida.

A Roda do Capitalismo
O capitalismo, é uma roda que funciona com o movimento, e não um movimento qualquer, mas num no qual precisa haver acumulação de riquezas, o que não necessariamente é algo ruim. Todavia, este movimento de produção e consumo, necessita ser 'acelerado'. Isso significa que deve haver crescimento. O que se chama de Crescimento Economico. Todavia, sobretudo, desde a crise de 2008, se percebe, que o Crescimento Economico, está diminuindo, ou seja, a aceleração está caindo. Clara percepção disso está no "consumo", está caindo, ou seja, diminuição do 'consumismo', sendo um dos pilares do capitalismo. Ao mesmo tempo, que a produção está enfrentando um problema devido a alta cada vez maior das commodities, devido a fatores climáticos, aumento pela demanda de alimentos (por exemplo)...

Recomendo E MUITO, para quem ainda não viu, ver o vídeo abaixo (apesar de seu enfoque ambientalista):



Infelizmente, acho que muitos não conseguem compreender as implicações de todas essas coisas, no sentido de como pode afetar o mundo em todos os aspectos, social, politico, financeiro, trabalho, educação, saúde, acesso a alimentos e água, pacifidade, guerras.

Pois uma coisa é um mundo que funciona no modo "Esperança On": Paz, investimentos, saúde, educação, melhora do padrão de vida, prosperidade, exodo rural (migração para cidadesBlog do Evandro), desenvolvimento, organização, boas expectativas, desenvolvimento cultural...

E uma outra coisa é um mundo que funciona no modo "Esperança Off": Pessimismo, guerras, falta de investimentos, exodo urbano (migração para o campo), destruição, milicias, guerra civil, manifestações, protestos, paralisações, falta de recursos (inclusive em Saúde), racionamento, entre tantos outros...

E aí é só ver na História o que acontecia quando o "modo Esperança" estava On e Off. No ultimo grande Off, (crise 1929), tivemos em seguida a II Guerra Mundial. Depois, meio que ligou o modo On, sobretudo após a Queda do Muro de Berlim, praticamente marcando o fim da Guerra Fria, e a partir daí, tivemos praticamente 20 anos, de "Modo Esperança On". Mas isso parece estar acabando. Ao meu ver, já acabou. Mas, acho que a midia aprendeu a lição com 2008, e não ficar cotucando a tecla, e não intensificar e espalhar o pessimismo, mas buscar contê-lo.

O mundo necessita de um grande milagre. A Mídia tenta vender o peixe, que o Grande Milagre virá de malabarismos politicos e economicos e com revoluções tecnológicas que a ciência realizará; e assim, prega a esperança o povo. Todavia, questões como a Previdência, pouco são faladas. O projeto 85/95 da Dilma alguem disse alguma coisa? Falta do aumento da expectativa de vida para 150 anos na próxima geração, alguem fala das implicações sobre recursos naturais, água, comida, espaço, moradia, tráfego, poluição, lixo que isto implicaria, competitividade? Além da desertificação, erosão, 'varrimento' dos oceanos... Ninguem fala sobre isso. Questões que estão ocorrendo, importantíssimas, mas a mídia, está ocorrendo, para não disseminar o pânico. O que ocorre é como numa guerra, em que a Imprensa era obrigada apenas notificar coisas boas para animar a moral, animo e esperança do povo e dos soldados, e ocultar deles ou minimizar os 'contras'. Aliás, isto, sem falar da questão "moral" em que o mundo se encontra, como alguns dizem, já em divida com Sodoma e Gomorra.

Eu particularmente, não quero que isto ocorra, de certo modo, um grande temor, como nunca tive antes cresce dentro de mim, quando penso nisso e no meu futuro e da minha família, amigos e entes queridos; e no próprio cenário que pode vir a ocorrer no mundo (tendo a ser um tanto pessimista, quase melancólico). Todavia, isso gera um pouco de esperança que possa ser o cenário apocalíptico no qual ocorra os eventos finais que antecedem a volta de Jesus conforme as profecias bíblicas descrevem. Todavia, confeço que sou de uma geração mal acostumada, acomodada, que apenas viveu num mundo a grosso modo 'em paz', ou seja, pouco preparado, para enfrentar os desencomodos e o que pior pode acontecer. Será que estou preparado como Elias a viver anos no deserto bebendo de um riacho, alimentado por corvos, em meio a solidão, enquanto um mundo no caos; e ainda assim, manter as esperanças? Ao mesmo tempo, como se preparar? E quando? Do que minhas ocupações e atuais atividades e propósitos estão realmente valendo para a segurança futura?