27 dezembro 2010

A Amizade - Lewis

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"... Eros pede corpos nus; a Amizade, personalides nuas.

Daí (se você me compreendeu bem) a prodigiosa arbitrariedade e irresponsabilidade desse amor. Eu não tenho a obrigação de ser amigo de ninguém, e ninguém no mundo tem a obrigação de ser meu amigo. Não há exigências, não há sombra de necessidade. A Amizade é desnecessária - como a filosofia, como a arte, como o próprio universo (pois Deus não precisava criar). Ela não tem valor de sobrevivência; ela é, antes, uma das coisas que dão valor à sobrevivência."

C. S. Lewis, Os Quatro Amores, p.100

26 dezembro 2010

Vou-me Embora pra Pasárgada - Bandeira

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Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brado
Subirei no pau de sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mais triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira

22 dezembro 2010

Alma, Sensibilidade e Arte

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Para certas pessoas, e talvez especialmente para ingleses e russos, o que nós chamamos de "amor pela natureza" é um sentimento permanente e sério. Refiro-me àquele amor pela natureza que não pode ser adequadamente classificado como simples subespécie de nosso amor pela beleza. É claro que muitos objetos - árvores, flores e animais. - são belos. Mas os amantes da natureza de que trato não se preocupam muito com objetos individuais belos desse tipo. O homem que se preocupa os distrai. O aficionado em botânica é para eles uma péssima companhia num passeio. Está sempre parando e chamando a atenção para detalhes. Tampouco procuram "vistas" ou paisagens. Seu porta-voz, Wordsworth*, censura veementemente esse comportamento. Ele leva a uma "comparação entre cenas", faz você se "mimar" com "mesquinhas variações de cor e proporção. QUando você se mantém ocupado com essa atividade de crítica e diferenciação, você perde o que realmente importa - os "humores do tempo e da estação", o "espirito" do lugar. (...)

O que realmente importa são os "humores" ou o "espírito". Os amantes da natureza querem assimilar tão plenamente quanto possível o que a natureza, em cada momento e lugar, está, em termos metafóricos, dizendo. A riqueza, a graça e a harmonia evidentes de certas cenas não são mais preciosas, para eles, que a lugubridade, a desolação, o terror, a monotonia ou a "melancolia visionária" de outras. Mesmo o que não apresenta características especiais desperta neles uma reação positiva. É mais uma palavra pronunciada pela natureza. Eles se abrem para o caráter puro de qualquer lugar, a qualquer momento. Querem absorvê-lo, deixar-se impregnar inteiramente por seus matizes.

* Willian Wordsworth (1770-1850), poeta britânico.

Os quatro amores, C. S. Lewis, p. 26


Compare essa idéia de Lewis com essa do compositor Gustav Mahler.

Bem, não consegui achar agora a frase.(depois de 45min procurando no Google [este começa a mostrar sinais bem deficientes], só acha site com Ctrl+C e V ).

Quando achar termino o post.

12 dezembro 2010

Nona - 9ª - Sinfonia de Beethoven (2)

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Hoje assisti a 9ª Sinfonia de Beethoven com a Orquestra Sinfonica de Santo André e o Coral de Santo André, depois de um booomm tempinho desde que ouvi pela primeira vez. De lá para cá eu ouvi ela inúmeras vezes, em especial o 3º movimento, em que se tornou muitas vezes a minha música de nanar numa sexta. Além de ter ouvido diversas interpretações.

Das várias que ouvi, minhas prediletas são as de Fricsay de 1958, a de Furtwangler de 1954, a de Toscanini acho que é de 1950 e a de Karajan de 1977. Cada um tem suas peculiaridades, que as tornam únicas. Por exemplo, o 2º movimento de Toscanini é imbatível, ele faz uns crescendo absurdos! Inacreditáveis! Perfeitos! Já o 3º movimento, detestei, é rápido e até mesmo meio que sem alma, como que tocada por um ateu, num movimento muito cristão. A de Futwangler tem tudo de bom, é realmente extraordinário, todos os movimentos são impecáveis; mas não teve um segundo movimento tão extraordinário quanto o de Toscanini; mas tem, em certos aspectos, o melhor 3º movimento que já ouvi, sobretudo, sem dúvidas, a melhor interpretação daqueles clarins dos metais; pois em geral; é um dos únicos que realmente parece se encaixar com o que vem acontecendo no movimento. A do Karajan de 77 também é incrivelmente boa, sobretudo o 3º movimento, apenas os clarins dos metais neste não ficaram tão mesclados quanto a do Futwangler; e é um movimento que transborda alma; mas no quarto movimento parece não ter drama, o final parece chegar repentinamente. (Já acabou?!) E a do Fricsay é a mais equilibrada no todo mas nada que se destaca muito.

Bem, depois de ouvir todos esses monumentos. Em certos aspectos é difícil ouvir novamente a obra, sem que seja algo monumental. Há momentos que simplesmente me parece que os brasileiros, ou pelo menos a orquestra, os músicos, apenas tocam notas com suas devidas dinâmicas, mas não interpretam. Bem, o primeiro movimento, ao meu ver faltou energia, e uma crescente idéia clara do tema no decorrer; também faltou um pouco de acustica, o som dos contra-baixos estavam pesados demais, meio que tampando, de algum modo os demais nipes, as madeiras ficaram meio que com um som apagado, os cellos, sumidos, já a trompa mandou muito bem mesmo, acho que excepcional em todos os movimentos. Ficou no geral parecendo um discurso mal discursado, em que se chegou repentinamente no ponto final.

No segundo movimento, o que, segundo o regente, Carlos Moreno, era para soar como uma guerra, algo militar, uma luta; creio que perdeu essa energia e marcação e se tornou redundante por demais. Acabou se tornando 'um movimento longo', novamente, voltava a expor o mesmo tema quase como se não tivesse mais nada a propor, nenhuma expectativa a mais a nos dar. Alguns crescendendos ficou claramente do modo escada, ao invés de modo tão 'gradiente' como Toscanini fez. A guerra mesmo não se viu. Acho que faltou interpretação, talvez por parte dos musicos. Aliás, que guerra é essa? Depois de muito ouvir, é uma guerra contra a própria alma do homem, no sentido de contra a tudo aquilo que é fútil, ruim, paixões, a luta interior, e algum tipo de declaração contra a pobreza dos homens, no sentido espiritual, dos homens que não tem uma alma, dos homens que correm futilmente pela vida, dos homens que não buscam a verdadeira fraternidade, amor entre os próximos (como é escancarado no quarto movimento). É quase como a angustia de arrependimento. É essa luta, que acho que deve ficar evidente neste movimento. Mas isso se perdeu, ao meu ver, ficou parecendo apenas uma exposição do tema, repentinas vezes, de modo cansativo e sem energia.

O terceiro movimento, a oração. Bem, sabe quando as vezes as pessoas ou nós mesmos fazemos uma oração do tipo "rapisódia". Só para dizer que orou, rapidamente. Este movimento tem que abrir o coração para Deus, tem que ser profundo, tem que esquecer o tempo até se perder nele, é está a impressão que as de Karajan e Futwangler dão, você esquece do 'relógio', das horas passando, é como se o tempo congelasse ali, e ali você fica indeterminado, e tipo, você não quer sair, não quer que acabe nunca. É uma oração que cada vez você se expõe e abre mais para Deus, vai se elevando cada vez mais ao sublime (faltou muito essa 'elevação'); é quando o 'homem arrependido' do segundo movimento se entrega totalmente na mão de Deus e começa a receber a dádiva, a benção, e a mensagem dEle (o 4º movimento). Este movimento tem que preparar a alma para o 4º movimento. Eu sempre o escuto de olhos fechados, parece não fazer sentido algum de outro modo, talvez por estar acostumado a orar de olhos fechados. Bem, aí o canglor dos metais também ficou tão estranho com o todo quanto a do Toscanini, apesar que o segundo até que ficou melhor. Além de alguem das paletas ter dado 2 'apitadas' que simplesmente não se espera de um músico profissional, que foram tão grotescos quanto alguem na platéia soltando um berro.

O quarto movimento. Bem, até agora não ouvi nenhuma versão que me agradou totalmente no quarto. Talvez a de Fricsay seja a mais coerente no todo e a do Futwangler em diversos outros aspectos, porém energético demais, até quando não deveria ser. Mas a impressão que tive com a OSSA foi que correu com os primeiros movimentos para chegar logo neste 4º. Foi o movimento melhor trabalhado nas dinamicas entre outros. Talvez, no inicio o Carlos Moreno até exagerou no drama para expor o tema principal. Acho que não faltou energia, mas faltou uma energia mais coerente, focalizada num objetivo, parece ter sido uma energia que ficou muito dispersa. Ficou muito martelado e marcado o movimento, o coral cantou muito intensamente, parece que cada sílaba era um acento marcado, e sempre com muita potencia de voz (parecia até que queriam exibir a capacidade vocal... muito mais do que 'criar' um poema). O quarteto foram ótimos, o baixo principalmente, uol!, incrivel! Já o tenor começou um pouco afobado mas foi melhorando muito no decorrer, as mulheres foram boas, mas de algum modo, parece ter faltado voz nelas, para nivelar com os demais, sobretudo no contra-alto. Mas foi bom, foi bem energético, no sentido de alegre; o tema foi bem expostos sobre diversas cores e tons diferentes. Se percebia claramente que todos sairam embedecidos de alegria e animo, como é a proposta de Beethoven. (que diferença do final da Sagração da Primavera de Stravinsky, onde se parecia ter saido de uma cena de terror).

Outra coisa que faltou, bem, segundo o Carlos Moreno, para Beethoven não existia meio-termo, ou era claro ou era escuro. E acho que isso ficou faltando. Justamente esta evidencia do som escuro, e do som claro. Do inicio em ré menor, e do final em ré maior. Dando muitos tons intermediários, como o cinza. Até mesmo no quarto movimento, poucos foram os verdadeiros 'clarões'; e no terceiro, faltou o tom puro, o famoso "branco como a alva"  que torna o mov. celestial. Já, na minha vaga memória do que lembro do concerto de 2009, este aspecto tinha sido muito bem trabalhado.

Não sei se foi isso, mas acho que houve um toque/foco popular. Sobretudo por ter meio que 'corrido' nos 3 primeiros movimentos, para chegar logo no mais popular, o 4º. E enfatizar muito a marcação e a energia, que em geral, é que mais 'comove' o comum brasileiro. Talvez isso foi até bom, levei muita garotada, alguns, primeira viagem na 9ª sinfonia e tals... e isso ficou bem mais agradavel para eles, se percebia o tédio bem exposto na cara deles, nos primeiros movimenots, no terceiro nem vi, fiquei de olhos fechados, mas não acho ter sido diferente; talvez os que mais se desligaram da música, mas no 4º movimento ficaram eufóricos. Ou seja, talvez um modo de 'atrair os novos', e buscar popularizar a música de Beethoven e erudita; se formos pensar a longo prazo.

Mas eles gravaram. Não creio que irão lançar um CD com esta gravação - eu não compraria, isto que admiro a OSSA. Acho que falta muito ainda para explorar mais a obra num sentido artístico, uma interpretação 'almatica'. Talvez até mesmo a necessidade maior de uma experiencia religiosa. Fico imaginando como pode um cara que nunca teve uma 'oração para valer' na vida, pode conseguir tocar o 3º movimento de modo a soar além do que a partitura e regência mandam. Acho que está 'falta de alma' fica exposto na OSSA por ter muita dificuldade em interpretar movimentos largos, acho que o único que ficou bom até hoje foi o da 5ª de Mahler - dos que ouvi; nos demais, a música tende a morrer. Mas em geral, os brasileiros são assim, talvez seja uma questão cultural essa dificuldade do brasileiro de interpretar 'o inverno' europeu e de ter tanta introspecção quanto se vê na História da Europa; do mesmo modo, como dizem faltar 'rebolado' e 'a energia de brasileiro' quando uma orquestra européia toca obras brasileiras, como O Guarani de Carlos Gomes, ou mesmo Santoro e Villa-Lobos.

Por que isso? O que falta para haver mais introspecção na cultura do brasileiro?!

10 novembro 2010

Textos Inspiradores

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Well... há muito muito tempo não coloco nada no Blog. Devido há muitos fatores, entre os principais, total falta de tempo para poder dedicar a isto. E nem adianta fazer uma prévia do que aconteceu, foram muitas coisas. Na ultima semana já foram muitas coisas... alias, nas ultimas 24 horas já foram MUUUIIIIiitasss coisas...alias, tantas, que alguns são totalmente misteriosos até mesmo para a minha mente...


Bem, nos ultimos dias deu vontade de ler algo mais leve e religioso, e pela milésima vez peguei o Caminho a Cristo para ler... ... e algumas, entre centenas, de trechos compartilho para vossa apreciação.


"... Confessais os vossos pecados e entregais-vos a Deus. Vós quereis servi-Lo. Tão depressa isto fazeis, Deus cumpre Sua palavra para convosco. Se credes na promessa - credes que estais perdoado e purificado - Deus supre o fato...


Não espereis até que sintais que estais curado, mas dizei: "Creio; assim é, não porque eu o sinta, mas porque Deus o prometeu."" P. 51


"Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração: "Tome-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje tem Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti." Esta é uma questão diária. Cada manhã consagrai-vos a Deus para esse dia. Submetei-Lhe todos os vossos planos, para que se executem ou deixem de se executar, conforme o indique a Sua providência. Assim dia a dia podereis entregar às mãos de Deus a vossa vida, e assim ela se modará mais e mais segundo a vida de Cristo.


A vida em Cristo é uma vida de descanso. Pode não haver êxtase de sentimentos, mas deve existir uma constante serena confiança. Vossa confiança não está em vós mesmos; está em Cristo." P.70

"O gozo de nosso Salvador estava no erguimento e redenção dos homens caídos. ... Assim também os anjos estão sempre empenhados em trabalhar pela felicidade dos outros. Este é seu gozo." P. 77

"Quando o amor de Cristo é abrigado no coração, ele como o suave perfume, não pode ocultar-se. Sua santa influência será sentida por todos aqueles com quem entramos em contato." P. 77

"Se nos achamos revestidos da justiça de Cristo, e cheios do gozo proveniente da habitação de Seu Espírito em nós, não nos será possível calar-nos." P. 78

"Os mais humildes e mais pobres dentre os discípulos de Jesus, podem ser uma bênção aos outros. Talvez não tenham consciência de estar efetuando algum bem especial, mas por sua inconsciente influência poderão dar origem a ondas de bênçãos que se irão alargando e aprofundando, mesmo que nunca venham eles a saber dos benditos resultados, a não ser no dia da recompensa final. Não percebem nem sabem que estão realizando qualquer coisa de grande. Não se requer deles que se afadiguem com ansiedades acerca do sucesso. O que têm que fazer é simplesmente prosseguir tranqüilamente, realizando fielmente a obra que a providência de Deus designa, e sua vida não será em vão." P. 83

15 outubro 2010

Video para Reflexão

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Este video foi enviado por minha amiga Simone, graduada em Pedagogia na USP, cursando Direito agora, e braço-direito do GEA e do CAJU. Simplesmente, um video fantástico para refletir, nos trazendo idéias básicas sobre propósito, caminho, direção, objetivo. E ainda uma grande lição, de autoreconhecimento da nossa vida e de quem somos. Bem, as aplicações vai a add infinitum.

Aproveite. Pois se eu postei aqui, num período ultra-mega-sem-tempo para postar qualquer coisa. É porque é realmente IMPERDÍVEL.

07 outubro 2010

O que eu faria com 119 milhões de reais

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Hoje me deparei com uma no trabalho que poucos já experimentaram, alguns colegas ganharam num bolão que fizeram da Mega-Sena, acumulada em 119 milhões. Para sorte (não tanta) acertaram 5 números, com um prêmio de 28mil, que dividido entre eles deu em torno de 600 reais para cada. Porém, por 1 número, não fizeram a sena, o que tornaria cada um deles milionários.

Bem, um gaucho ("tche") ganhou o prêmio. E com isso fiquei pensando quanto aos planos futuros. De fato, tenho planos bem definidos para quando (se tudo der certo, como está indo) eu alcançar 200mil ,400mil, 600 mil, 1m milhão e 3 milhões. Mas este foi o meu teto, para o qual projetei planos, para caso nos 3 milhões, um dos principais projetos seria criar uma escola com um novo conceito pedagógico mais baseado na educação do caráter, do senso critico, através de relacionamentos, e em segundo plano a "liturgia escolar" (vamos assim dizer) que estamos acostumados a ver, que é basicamente aquilo que é pragmático.

Bem, então fiquei pensando se eu ganhasse 119 milhões. O que eu faria? Bem, obviamente não vou seguir o caminho daqueles que me disseram que parariam de trabalhar (virariam vagabundos, em outra palavra), que iriam 'curtir' a vida, ficar viajando pelo mundo, e provavelmente, bebendo, se drogando, comprando carros de luxo e catando as 'melhores' (hum!) mulheres que o dinheiro pode comprar. Já do lado das mulheres, comprariam vários shoppings center.

Bem, está ai o plano que fiz:

1. Fundaria uma Escola de Música de altissimo padrão, algo do nipe da Juilliard, de Nova Iorque, nos Estados Unidos, na minha cidade natal, Santo André, no ABC Paulista, aliás, uma cidade que simplesmente não tem nada. A região sofre muito com falta de escolas de música, as opções são praticamente a Fundação das Artes em São Caetano do Sul e a ULM em São Paulo, onde a oferta de vagas é muito abaixo da demanda, e conheço várias pessoas que não fazem música devido a esta falta de oportunidade. Para tal, não tenho bem uma noção de preço, pois teria que ser feito um orçamento para a construção do imóvel, infra-estrutura, equipamentos, professores, funcionários etc. Mas eu estimo que para tal gastaria, por alto, uns 30 milhões, o que incluiria uma sala de concertos para um bom público, quem sabe competir com o Teatro de São Paulo.

Saldo: 89 milhões

2. Pensando nos alunos, e para se ter uma ótima qualidade, investiria em bons professores e pagaria bem a eles. E para não demasiar muito custo dos alunos, visto, para poder atrair alunos sem muitas condições financeiras. Criaria um Fundo de Investimento, voltado apenas para ajudar os alunos, e com os rendimentos, pagar parte dos custos, de modo, a minimizar a mensalidade dos alunos, ou até mesmo oferencendo bolsas. E para isso, depositaria no fundo uns 35 milhões. O que, a um rendimento de 0,7% ao mês, renderia, mensalmente uns 250mil. Claro, poderia negociar melhor com a corretora, de modo que talvez, quem sabe, poderia retribuir com 1% ao mês, visto que ter 35 milhões para eles seria bem vantajoso. Ou ainda outras formas de investimento, isso pensando numa renda fixa, mas em parte voltado numa renda variavel, e com capital aberto, poderia conseguir muito mais. Aliás, quem sabe, até conseguir manter (ou ajudar talvez com outras parcerias privadas e publicas) uma orquestra, talvez uma orquestra formada por funcionários e alunos, ou puramente profissional.

Saldo: 54 milhões

3. Criar 2 escolas. Uma escola, seria em parceria com essa escola de música, na cidade; porém, voltado para a classe média e alta, e com algumas bolsas e oportunidades para classes baixas que mostrarem muito interesse, determinação e empenho; de altissimo nível. Alias, provavelmente, faria algumas viagens ao exterior para conhecer escolas de música e elementares boas, para ter melhores conceitos do que fazer. E uma segunda escola no interior, no campo, uma escola mais estilo vida bucólica e regrada, um tipo de internato, cheio de artes manuais no campo, onde as salas de aulas, poderiam ser debaixo de uma arvore, longe da loucura da cidade, e também de altissimo nível. E como a verba é grande, neste caso, voltaria para pessoas de baixa renda, orfãos, moradores de rua. E se alguem da classe média ou alta quiser a todo custo entrar, seria cobrado o olho da cara deles, e viveriam lá sem regalias e privilégios, como os demais. (uma educação "anti-mimar"). Buscaria um padrão de excelencia, qual espero que seria referência para as demais instituições e órgãos de ensino, até mesmo do exterior. E um fundo de investimento também, para, principalmente, bancar a Escola do Campo, e onde os pais dos alunos poderiam tambem investir, de modo, a poder resgatar na formatura, ou fazer parcerias com Universidades, de modo, que o fundo pague a graduação deles, sei lá, há várias opções. Com isso, gastaria de 30 a 40 milhões.

Saldo: 14 milhões

4. Bem, como já dizia Sêneca, "Não dou uma única moeda se quer, para aquele que não merece, ou que depois irá precisar de outra moeda." (nas minhas palavras). Ajudaria algumas poucas pessoas que conheço, que a humanidade deles tem muito a oferecer, mas a falta de condições financeiras impedem e os limitam a manifestar todo esse beneficio que têm a oferecer a humanidade. E muito  talvez, ajudaria alguns parentes e amigos; porém, não quero bancá-los. Mas procuraria oferecer o de melhor para os meus pais, sem deixar gastar com coisas fúteis. Com isso, acho que gastaria uns 100 - 200 mil.

Saldo: 13,8 milhões

5. Como sou cristão. 10% iria a Igreja. O que seriam 11,9 milhões. Porém, como já diz o ditado "Muito poder implica em muita responsabilidade." Não creio que doaria esse dinheiro para lideres religiosos controlá-lo e usá-lo como acharem melhor. Faria uma boa pesquisa em vários aspectos, aliás, talvez não seria exclusivamente destinado a denominação que sou membro, para escolher a dedo os pontos no qual doaria tal dinheiro. E ainda pagaria 100 mil para alguem de confiança ficar apenas acompanhando, auditando e pegando no pé para que esses recursos sejam devidamente destinados, ao invés de desviados.

Saldo: 1,8 milhão

6. Ainda sobraram 1,8 milhões. Quem diria. bem, trocaria de casa, talvez comprasse uma outra casa para os meus pais. Pois a que moro é um tanto limitada que não me permite maximizar muitas das coisas que faço, como simplesmente descansar e estudar, e além de ser longe de tudo, logo buscaria um lugar que pudesse maximizar o aproveitamento e tempo para as demais coisas que eu faria. Com isso, pretendo gastar entre 300 e 500 mil.

Saldo: 1,3 milhão

7. Bem, com o restante, eu aplicaria em renda fixa e poupança.Esperando, um rendimento, de pelo menos uns 0,55% ao mês. O que daria algo em torno de 7mil reais, e com esse valor, vamos assim dizer, seria o meu salário, ganha pão. Claro, como não sou gastão, entre outros, não gastaria tudo isso, assim, provavelmente esse patrimonio cresceria com o tempo. E com este saldo mensal, buscaria manter a familia, e investir-me na música, aliás, tenho um sonho pessoal de tocar numa orquestra, e de ser maestro e professor; além do trabalhão que terei em administrar as escolas, os fundos, etc. E talvez, buscaria dar palestras, aulas em faculdade (porém, voltaria para a área de educação, teologia e filosofia), além de ser professor numa das escolas.

Saldo: 0

....

Bem, por fim. Mesmo fazendo muitas coisas, e torrando o dinheiro (aparentemente). Grande parte dos recursos estariam em patrimônio físico; além de outra grande parte em fundos de investimentos, poupança... quais também beneficiariam outras instituições, como as financeiras, empresas, e o Governo, e no Brasil, pois assim teriam mais recursos para investir em outras coisas. Teria um salário, que considero até bem-suficiente para viver bem, e dar com tudo isso, e sem tambem subir a cabeça. Pois como dizia Salomão "Senhor, uma coisa te peço: não me dê nem mais do que preciso para não esquecer de Ti, nem menos para não blasfemar, mas apenas o necessário." E acho que irá ficar nesse nivel; alias, sinceramente, eu acho que 7mil é ainda muito. Ou seja, provavelmente, parte disso ainda usaria para ajudar outros. E ainte teria uma graninha na poupança o que acho que seria uma boa prevenção, quanto aos golpes da Fortuna.


Bem, e o que você faria caso ganhasse 119 milhões?

20 setembro 2010

Oh! São Paulo!

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Bem, faz um bom tempo que não posto, pois estou muito sem tempo, mesmo tendo tentando aumentar isso, maximizar o tempo útil para algumas coisas, boa parte deste tempo estou empregando ao livro...

Mas bem, venho apenas declarar duas coisas que me chamaram atenção ultimamente:

1. Ensurdecimento da População
Não sei quanto ao você, mas eu já estou bastante incomodado de como as pessoas estão ficando surdas, o que, consequentemente faz com que tais passem a falar e ouvir coisas tudo num volume mais alto.

Algumas pessoas estão falando gritando, e se você fala baixo, num nivel normal, sem forçar a garganta, elas simplesmente não escutam. Outra coisa, nos metros e onibus tem aumentado bastante o número de pessoas que botam o fone de ouvido, e em uma altura, que simplesmente, se a audição dela estivesse intacta ela não conseguiria suportar de dor de cabeça, tão alto, e tão surdos, que perdem a noção do que é algo baixo ou alto. Além disso, os grupos de música em geral, se percebe que hoje parece que ninguem vive sem recursos eletronicos e uma "boa caixa de som", para simplesmente, poder jogar os decibéis lá para estratosfera. Sem contar as igrejas, tudo sempre com volumes altos.

Os médicos dizem que os dois principais fatores disso está acontecendo em São Paulo é devido a "poluição sonora" e aos jovens estarem usando muito fone de ouvido e frequentando shows, baladas e coisas do tipo que o volume está sempre acima do saudável. E assim sendo, a perca auditivel é quase que inevitável.

A questão que pergunto é: Onde vamos parar? Bem, começo a achar que é uma boa idéia abrir uma empresa de aparelhos auditivos.

2. Dos Vicios Absurdos
Hoje vi no site da Folha uma proposta desenvolvida para melhorar o transporte em São Paulo, e com isso, reduzir em 25% o número de veículos na rua (fonte). Bem, acontece que isso simplesmente não vai acontecer. Pois vamos assim dizer, que o estado de São Paulo, e assim, da economia do Brasil, é tão delicada que ela depende de seus vicios. Um deles é o alto consumo de automóveis, gasolina e etc. Por mais absurdo que seja, esse caos acaba sustentando a economia. Um processo de reforma nisso, pode ser longo, e no curto prazo ser caótico economicamente. Pois o que se busca, é mais "melhorar o trafego", aumentando a capacidade de circulação de carros das ruas...

Entre vários outros... como os serviços de infra-estrutura que se concentram mais em atender centraulizações empresariais (e onde as pessoas trabalham), que são pequenas areas. Expandir isso, também não é bem visto.

Mas até onde esse caos e efeito bola de neve vai em São Paulo? Eu não sei, e sinceramente, não espero estar aqui para ver. A cidade campeã em stress e depressão do mundo! Aliás, um país bem a cara. De certo modo, são as empresas privadas e os estrangeiros que salvam alguma coisa por aqui. Pois olha como ao nível que se chegou a candidatura a politica no Brasil este ano? É pura palhaçada. Cada dia mais dificil de dizer "orgulho de ser brasileiro".

14 setembro 2010

Nossa Atitude Para Com As Crianças

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"Por vossa maneira de tratar com os pequenos, podeis pela graça de Cristo moldar-lhes o caráter para a vida eterna, ou por um modo errado de proceder podeis imprimir-lhes um caráter satânico. Nunca procedais seguindo a um impulso, no governo das crianças. Una-se o afeto à autoridade. Acariciai e cultivai tudo que é bom e amável, e levai-os a desejar o mais alto bem, mediante o revelar-lhes Cristo. Ao mesmo tempo que lhes negais as coisas que lhes seriam nocivas, levai-os a verem que os amais e quereis torná-los felizes. Quanto mais destituídos de atrativos eles são, tanto mais vos deveis esforçar por lhes revelar vosso amor a eles. Se a criança tem confiança de que a quereis tornar feliz, o amor derrubará toda barreira. Este é o princípio do trato do Salvador com os homens; é o princípio que tem de ser introduzido na igreja."

Ellen G. White, Carta 23a, 1893.

15 agosto 2010

Desconfianças da "Maré de Sorte"

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Sabe acho que sou desconfiado demais. Vamos dizer que desde que mudei de emprego as coisas meio que parecem dar certo, claro, não tudo o que gostaria... mas algumas até me impressionaram... já outras nem mesmo esperava direito. E parece que de forma geral as coisas estão boas demais para ser verdade, ou então muito confortantes e assim me acomodam.

Bem, mesmo sendo um estágio estou na empresa, vamos assim dizer, talvez, a mais cobiçada por muitas pessoas. Um trabalho extraordinariamente dentro da minha formação e que realmente exige muito do que aprendo na USP, e nivel USP de matemática. Aliás, todos os meus companheiros do setor no trabalho são formados na USP ou Unicamp... diga-se de passagem, que tudo tem Doutorado ou Mestrado (e olha lá) nessas universidades... e então, apenas tem eu, o estagiário, ainda na graduação, como o simples e mero mortal no meio de gente muito inteligente, ou como diria o diretor "As melhores cabeças de São Paulo estão aqui." Trabalhos desafiados para a raciocinio, intuição, dedução entre tantos outros... quais, de certo modo, praticamente não podem errar, pois o risco para tais erros podem ser de uma calamidade absurdamente grande para o Brasil, e talvez para o mundo. (e não estou exagerando). É muito desafiador, e realmente é um trabalho util, importante, sério, e realmente algo que impacta - sem as pessoas saberem - praticamente todos os brasileiros... ou seja, isso também quer dizer uma TREMENDA responsabilidade. Tamanha é esta responsabilidade que há um monte de Leis que preciso cumprir, e o descumprimento, pode envolver processos legais entre outros. Pois é, por outro lado, dá um pouco de friozinho na barriga este trabalho num ambiente um tanto intimidador. Além disso, alguns beneficios são muito bons como uma excelente academia, no qual pretendo manter uma frequencia de 3x por semanas pelo menos, e que já esta fazendo muito bem... pois há anos não conseguia fazer atividades fisicas tão regularmente, no máximo 1 ou 2x por semana - e normalmente eram aos domingos. Além de na faculdade, por incrivel que pareça peguei 2 professores bons... sei lá, de algum modo, até ressuscitou um pouco as esperanças com o IME.

Bem, além disso. Algumas outras coisas tem sido muito bom. Como no desenvolvimento pessoal, sabe no trem agora eu vou para o trabalho estudando filosofia e volto estudando a Bíblia. E sabe, esses dias eu fiquei arrepiantemente impressionado pela obra "Da Felicidade" do Sêneca, que ao meu ver, deveria mais se chamar "Um Discurso Sobre a Virtude". Sinceramente, acho que até Salomão ficaria extremamente surpreso. É muito bom mesmo, muito profundo. E eu tenho aprendido realmente MUITO. Sabe, eu sinceramente queria fazer um monte de postagens sobre muitas das coisas que Sêneca fala, aqui no blog, mas a falta de tempo, e o que sobra estou dedicando mais ao livro e em fazer um arranjo de uma música. Então fica aqui minha sugestão de uma leitura que acho que todo o ser humano deveria ler e estudar: "Da Felicidade da Vida" de Sêneca.

Bem a parte ainda ruim da coisa, claro, além do tempo apertado para muitas coisas... aliás, se não tivesse mais de ir para a faculdade, nossa! seria muito bom, teria mais tempo para fazer um monte de coisa. E uma das partes ainda nada agradáveis e nada boas fisicamente, e até mesmo mentalmente é o de dormir pouco. A rotina agora, é que em pelo menos 3 dias da semana eu durma em torno de 4 a 5 horas. E quando é 2 noites seguidas, nossa, isto me deixa o coió... ainda mais quando tem academia no dia seguinte. E nas demais noite, entre 5 - 6 horas, com muita sorte, 7 horas. Sabe ultimamente tenho sentido falta de tirar aquela soneca "até dizer 'chega' e levantar da cama."

Muitas tem se encaixado de forma muito clara e inesperada ultimamente, coisas que não passavam de esperança de que algumas sementes lançadas no passado desse fruto, e parecem que tem dado. Sabe isto dá um tom de animado e de querer agradecer a Deus que não tem tamanho. Claro, apesar de outras... Mas uma que me surpreendeu hoje foi de uma pessoa que eu fiquei sabendo de algo dela há uns tempos atrás, que eu desconfiava, tentei dar conselhos... mas sabe quando você tenta aconselhar e ajudar alguem e você é retribuido com ofensas e com um grande "Vai cuidar da sua vida!"? Bem, foi um pouco pior do que isso. Então, deixei isso de lado, não podia fazer mais nada, apenas orei por isto. E algumas semanas depois, para ser sincero, mais nas duas ultimas, meio que nas entrelinhas e visualmente notei na pessoa certas mudanças de perspectivas e de semblante que minha indução me fez pensar: "É acho que ela vai desistir ,vai me dar ouvidos, e vai me contar logo." Eu não esperava, mas hoje a pessoa veio me contar exatamente isto. Aliás, até tinha desabafado com umas amigas de como isso me atormentava, me importar tanto com as pessoas que caminham como zumbis para o precipício, tentando despertá-las... mas que parece ser em vão. E de repente, isto. Aliás, foi o que havia me levado a fazer o post: "Angustias, Ansiedades e Sofrimentos".

E além disso, hoje recebi noticias de caso muito especial de um amigo meu que está fazendo um tratamento especial, num caso que para a maioria ninguem mais teria esperanças. E as noticias são excelentes, são muito boas, e parece que tal está realmente se recuperando. E eu estou cheio de esperanças para com isso. Mesmo, que levarei meses para poder vê-lo e falar com ele.

Bem, é isto. Agora parece ser tudo questão de tempo. Contudo, sempre fico desconfiado se as coisas andam aparentemente tão boas, talvez esteja de algum modo cego para as coisas, me fazendo ter uma pensamento e atitude ingenua. E aí, de repente, a farsa se revela, e uma nova decepção. Ou então, algo que estou muito pensando e que Sêneca tem me ajudado muito, são quanto algumas mudanças pessoais de atitude, e que desconfio que estou pendendo um pouco para o luxo, status, e talvez a ambição. Espero que não. Pois uma vez que tenha sido infectado com isto, o tratamento e a cura podem ser extremamente difíceis, é que podem deixar seqüelas ou mesmo marcas. Aliás, doenças quais, os casos de cura relatados são raros.

08 agosto 2010

O Ser, A Vida, A Sociedade, O Trabalho = ?"

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Confesso que em certos aspectos tenho dado uma abandonada da Internet, inclusive do meu próprio PC e de alguns projetos pessoais que estou enrolando tocando nele. E sendo assim, a falta de tempo para com muitas outras coisas, a preguiça e certa indisposição mental para os poucos que sobram me fez com que desse uma sumida nos posts do Blog.

Quebrando o gelo. Bem, troquei de emprego- ops! quer dizer, estágio - e vamos dizer que a nova empresa oferece beneficios muito bons mesmo que chegam a ser aconchegantes e ao mesmo tempo, muitas das coisas, o ambiente os colegas de trabalho, são a maioria, vamos assim dizer, nivel USP, doutores (muitos), o que torna o ambiente muito estimulador e intrigantemente desafiador. Contudo, que também me fez até mesmo olhar mais de perto o mundo do luxo e daqueles que realmente TÊM $$$. Bem, não quero falar sobre o meu trabalho, nem sobre o que tenho feito em função de tal. Mas toda essa mudança, novo cenário, com novos personagens, ações, etc. Me provocou a ver muitas coisas e novamente repensar sobre a vida. Aliás, é em momentos como este que é primordial manter a leitura de obras como a filosofia de Sêneca e a Bíblia, para o conforto, luxo, vaidade, ambição e arrogância não serem alimentados - pois temos que matá-los de fome, isto sim.

E este novo cenário me provocou pensar um pouco sobre o que é a sociedade? O que é um trabalho? As atividades? O homem? O que são as relações do homem, o que é uma amizade, o que são colegas? Estou realmente me relacionando? O que realmente posso observar e confirmar tenho uma verdadeira relação de amizade para com tal... de modo tal, como no conceito de Sêneca, pelo qual temos por quem dar a nossa vida? E caso contrário, não for realmente isso verdadeiro, o que é então? E sabe, é meio triste, mas todo o trabalho, luxo, e comodos, de algum modo ABAFAM tudo isso, e meio que impõe um status algo nesse sentido: "Evandro, não pense nisso. Apenas aproveite, curta. E dê graças a Deus por isso." - Mas será que realmente isto é da vontade de Deus, ou talvez não tenho vindo como algum novo tipo de provação ou tentativa do inimigo de tentar anestesiar minha alma, e me atrair?

Bem, e diante de todos esses questionamentos, hoje encontrei um surpreende filme, com uma trilha sonora absurdamente INCRIVEL, abordando exatamente estes questionamentos que tenho feito. Veja:



Philip Glass (1937 - ) - Trilogia Qatsi - Koyaanisqatsi


Veja mais aqui

23 julho 2010

Liberalismo Economico

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Eu sou declaradamente a favor da "Pirataria", e já há anos. Claro, não ao ato de sabotagem, invasão, violencia, como antigamente os piratas faziam ao roubar "cargas", "navios" entre outros, que são bens físicos, materiais indivisiveis... uma verdadeira "propriedade" vamos assim dizer... apesar que a própria idéia de propriedade não me soa agradável - sim tenho um lado meio marxista. Porém, a pirataria hoje em si, envolve não materia, não algo fisico, mas "contudeo virtual". O que a grosso modo, não passa de mera 'informação'. E sim, considerar a "informação", o "conhecimento" como propriedades privadas isto soa muito estranho por um monte de implicações. Além disso, hoje sobretudo no que se trata de virtual, a tecnologia permite cada vez mais facilmente "copiar" as coisas, pois a idéia da DEMOCRÁTICA Internet é Share (compartilhar)... se compartilha informações pessoais (orkut, facebook...), imagens e fotos(google imagens, picasa, flick...), videos (youtube...), textos (blogs...), e porque não compartilhar "seus arquivos" (conteudo virtual)?

É tão simples: Ctrl+C e Ctrl+V, e pronto, se duplicou o conteudo e a informação. Não é preciso de uma linha de montagem e anos de desenvolvimento para gerar a cópia EXATA de algo. É simples. O único problema é que alguem quer ser sempre lucrar, e viver e girar uma economia e vida em torno desses lucros.

Na própria perspectiva do liberalismo economico e da propriedade privada, assim que você compra ou adquire algo que era de alguem (um DVD, por exemplo)... aquilo passa a ser totalmente seu, e você faz dele o que BEM ENTENDER, pois é seu. E claro, por que não, compartilhar? Lembro até quando se comprava Cartucho de Video Game, e no manual vinha dizendo que era até mesmo proibido "Emprestar" o cartucho, ou trocar, ou simples dar. É um cumulo do absurdo!

Sou uma das pessoas que teve o privilegio de pegar a juventude da Internet ali para 1996 - 2002. Em que praticamente era uma cidade sem lei alguma, a liberdade era tamanha... que era simplesmenta fantástico você simplesmente achar TUDO na Intener, e muito facilmente... e que tambem as pessoas realmente se procupavam em fazer coisas legais, como sites incriveis em Flash... ao invés de apenas em focar em "informação descartavel" (e maioria inútil) como hoje eu diria estar cheio na Net. Fora que todo mundo usava o KaZaA, tudo era muito bom e fácil. Se ACHAVA TUDO... de algum modo, pela primeira vez na vida, encaravamos algum tipo de democracia surreal. A única dureza era contar com a conexão Dial-Up, as vezes de 12 kbps... - acho que um dia terei pesadelo ainda com o som do modem conectando.

De repente, a Internet ficou de cheio de tralha, dificil de encontrar a informação, ou o que você quer. Quando o "capitalismo" invadiu fortemente a Internet... passamos a nos encontrar no meio novamnete de uma vida social onde ficamos no meio do fogo cruzado entre as empresas querendo lucrar com a nossa navegação... e, NA MAIORIA DAS VEZES, precisamos nos refugiar nas tricheiras que algumas companias oferecem, devido as capacidades gratuitas principalmente. E hoje, o futuro da Internet é muito incerto... Até a Google, nos ultimos tempos tem aderido cada vez mais a planos capitalistas de lucrar e lucrar... um sinal de queda é ver anuncios no Orkut. Alias, e se virarem uma nova Globo com o YouTube?

Contudo, interessante foi saber o que anda ocorrendo na Suécia. Para ter idéia, agora, quem hospeda o PirateBay é o Parlamento desse país. (Inacreditável!) [Dúvida? Veja aqui.]


Creio que a grande questão é quanto a Liberdade. Tal liberdade, tem duas barreiras principais. Um é o capitalismo e a necessidade de se obeter retornos e lucros para não morrer de fome. E o outro é a questão da confiança... é uma utopia imaginarmos nesse mundo um bom uso dessa liberdade. Pois pelo menos, a maior industria na Internet em conteudo é a Pornográfica (olha no que deu), além de hackers, pedófilos e virus, que acabam prejudicando muiiita gente. Mas isso creio eu ser para tudo. E é um dilema que teremos que encarar até o  fim:

LIBERDADE x CAPITALISMO x (Irresponsabilidade, perversão, violencia...)

E por fim, nem um, nem outro tem ganhado muito esta luta. Mas mais o Estado que de algum modo visa controlar e amenizar essas 3 frentes, e claro, permitindo que as pessoas lucrem muito com os serviços da Internet.

Sabe, no fundo tenho saudades da época em que ninguem tinha computador e saimos para jogar futebol na rua.

20 julho 2010

Resultados Desconhecidos

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Quantas vezes já ocorreu com você de ter feito algo, ou falado algo, a coisa certa, no momento certo, mas sem consciência, até mesmo sem propósito quanto a isso? Bem, estas “coincidências” sempre me surpreendem, apesar que de certo modo, não dou muita bola para essas ocorrências. Mas creio que vale aqui relatar algumas recentes.

Há poucos dias coloquei um vídeo numa comunidade no Orkut, da música de Pachelbel, o Canon em D, que realmente é muito bonito. Bem, 2 dias depois, uma garota que há MUITOS meses eu nem mesmo sabia se estava viva ou não, entrou em contato comigo para me agradecer por ter colocado aquele vídeo. O motivo é que ela está trabalhando das 8 – 22hrs, está absurdamente stressada, e haviam várias semanas que ela não sabia o que era ter uma boa noite de sono, seja não conseguir pegar no sono, ou então, acordando durante o sono, entre outros, e todas as péssimas consequências de não ter uma boa noite de sono, e isto, vários dias seguidos, segundo que para piorar ela também tem um problema cardíaco. Bem, aí, naquela noite, ela, por acaso ela viu este vídeo que coloquei e amou, a musica de algum modo a tranquilizou, e ela dormiu ouvindo aquela música. E por fim, ela dormiu PERFEITAMENTE bem, teve 8 horas ininterruptas de sono, e acordou muito, como já há muito, muito, MUITO tempo não sabia o que era.

Outro caso, foi eu ter iniciado uma conversa com uma amiga que estava passando por um certo momento de angustia, qual creio todos passamos, quando da vontade de chutar o balde e jogar tudo pro alto; desistir. E, de algum modo, não sei ao certo onde, da conversa, praticamente tudo aquilo se reverteu em uma nova esperança, força e animo para continuar a persistir, lutar, e ir avante na obra; mesmo que os mesmos problemas continuem (o que é a tendência). E ela me agradeceu por isso também... sendo, q de certo modo, como uma outra pessoa me disse, brava, certa vez: “Você não é exemplo para dar conselho.”

Porém, funcionou. Talvez é isto o que mais me impressiona. E de algum modo, isto te dá um gás extra, como um indicador que o que fazemos, não são inúteis, em vão. Dão resultados, mesmo que demore, ou que não fique sabendo, quando menos espero, vejo alguns resultados. E isto de algum modo me consolou pois ultimamente – ainda estou pouco – pessimista, quase que desesperançado que meus atos, ações, palavras, conselhos, podem realmente fazer alguma diferença na vida das pessoas.

Pois bem, é isso.

16 julho 2010

O Velho Mundo Novo

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Acabei de ver uma notícia sobre uma pesquisa estatistica de que para muitas pessoas a tatuagem está entrando em descrédito, não sendo algo atraente, nem para as mulheres, nem para os homens. E o principal fator é: "agora já é algo popular, logo, não é algo necessariamente atraente".

Isto me fez lembrar de minha infância. Muita gente, inclusive eu as vezes, queria de algum modo chamar a atenção do outro. Até meus 12 anos que eu lembre, ninguem usava cabelo curto e arrepiado, entre os homens; podia até levar bronca na escola se o fizesse. E aí, sempre um ou outro queria chamar a atenção, e então usava o "cabelo arrepiado" como sendo o "não-pode social". Depois eram coisas nas roupas, no tennis, sapato... E sempre e sempre, a multidão vai acompanhando, até que a coisa se torna comum... de modo, que de repente, quem diria, para chamar a atenção, o "não-pode social" era ter cabelo grande de novo.

Porém, quantas coisas não são assim? É como as ocilações de uma ação, ora em baixa ora em alta, conforme muda a tendencia. Historicamente foi o que aconteceu com as Escolas Literarias, ora se marcava pelo antropocentrismo, em seguida, teocentrisco, antropocentrismo, teocentrismo... E por aí vai... Aliás, quantos adultos hoje estão pessoalmente perdidos, pois a educação que receberam (e não apenas no aspecto de tecnicas utilitaristas profissionais) não prepararam o velho mundo novo?

A questão é em qual parte DO VELHO MUNDO o MUNDO DE HOJE se encontra? Eu diria que é no agravamento do comum, na perspectiva de se opor a toda doutrina e moral biblica. De certo modo, no inicio do ultimo século, o comum eram pessoas religiosas e protestantes nos EUA, e aí, os "rebeldes" para se chamar a atenção promoveram a Revolução Cultura, hippies, drogas, o sexo deliberado, os "ficar" da vida, os namoros e casamentos sem compromisso e responsa para com os pais e a comunidade... cada um passando a cuidar do próprio nariz e deixar de se importar com os demais. E aí entram o rock, os darks, os homossexuais, os góticos, os emos, os ateus, as pessoas nuas e semi-nuas e tudo qualquer lugar, e bla bla bla... falar em "atentado ao pudor", hoje é piada. (não porque é mentira, mas porque todos gostam e querem)... e toda essa farinha do mesmo saco, de se opor "aos antigos"...

Porém, o tempo passa, e esta "nova sociedade" (que já ocorreu antes... alias, o que dizer da Rev. Francesa q tentaram banir a Bíblia? E até mesmo acabar com a semana? Matar Deus e religião...? Foi seguida dos mais fortes movimentos protestantes e religiosos que o mundo já viu.) Está se saturando, saturando, saturando. Ou seja, numa linguagem financeira: Seu poder de venda está muito alto, enquanto o de compra baixo, porque quase todo mundo já comprou e está faltando novos players (por isso, pais PROCRIEM, senão o seu mundo de hoje já era, vai mudar), assim, está começando a perder força e empurrando este papel para baixo, até ficar negativo... E o papel que tinha o poder de compra baixo, está aumentando, e assim valorizando. Ou seja, conforme o mundo fica claro, o escuro se destaca, e conforme o mundo se escurece, o claro virá destaque.

O velho mundo novo está novamente já com sinais de mudar de posição. As filosofias atéias já se tornaram banais. A velha história do Evolucionismo, cientificismo, já saturou muita gente com a dogmática "Teoria que Explica Tudo". Gente com tatu, pircing, vaidosas estilo modelo, mulheres loiras artificiais, todo mundo de cabelo liso (chapinha e escova)... boné... "pinta de mano"... já tudo isso já esta ficando saturado, se tornou comum e banal. E mais uma vez, como ocorreu no passado, as pessoas percebem que isto não é melhor, e que não promoveria a utópica felicidade que imaginaram.

Agora as coisas tendem a inverter novamente. De certo modo, as posições mais conservadoras estão crescendo. Até mesmo por necessidades financeiras no qual o mundo NECESSITA de posições mais conservadoras que pense no longo prazo, até mesmo para o bem e saúde do curto prazo. E quando menos se percebe, as coisas vão e voltam novamente.

Já dizia Salomão: "Não há nada de novo debaixo do sol."

logo, se já não é, quem é destaque, quem chama a atenção, quem é o diferente, o corajoso, o liberal, o tal: não é mais o escuro, mas o claro. Não é mais andar pelada pelas ruas, mas coberta (aliás, querem banir na França que muçulmanas usem aquela roupa que cobre tudo, porque as 'peladas' se sentem mal). Não é mais ser desonesto, mas honesto. Não é mais ser um comilão e comer qualquer coisa, mas os temperantes (alias mais de 60% dos brasilieros estão acima do peso... se for dizer dos adultos q tem 'barriga' então... o numero dispara!). Não é mais os beberrões mas os que se abstem (isso já é). Alias, o cigarro já entrou em descrédito.

E creio que a coisa vai muito mais do que no ambito dos "modismos sociais", mas envolve o aspecto religioso da vida. Ellen G. White profetizou que conforme se aproximasse os ultimos eventos, iria aumentar muito o interesse do mundo pela estudo da Palavra de Deus, pessoas rogariam por quem lhes ensinasse a Palavra. E diz, que chegaria um momento que toda alma teria clara concepção a respeito da doutrina biblica de Deus a respeito do sábado e da tradição humana do domingo, e assim escolheriam um ou outro.

Estamos novamente nos movendo, e a sociedade... - ao meu ver, isto é bom. Pois espero eu, que dessa vez, quando ocorrer (o que creio que talvez ocorra ainda na minha geração). A referência seremos nós. E talvez, espero eu, que seja logo o ápice da coisa, e todos os ultimos eventos ocorram loga, e assim, Jesus volte; e ponha um fim nesta palhaçada [se é que chega a ser engraçado] de mundo e sociedade.

Nota:
Há 1 ano, lembro ter visto, uma garota, de 21 anos (se não me engano), conseguiu leiloar sua virgindade por milhares e milhares de dólares na net.
O que é isto, senão uma clara amostra, de que o comum hoje são mulheres e garotas rodadas (que já ficaram, namoraram... com vários) e não virgens (e que, se casam, logo, terminam) que perderam o valor, que são comuns hoje... e que ninguem dá mais um centavo a tais, pois é só ir numa balada, ou combinar pelo facebook, e lá estão eles numa cama...? E ao mesmo tempo, o oposto: as conservadas, as moralistas, as que se preservaram estão virando raridades, preciosidades, e de grande valor? (Salomão já dizia que a mulher prudente era rara e mais valiosa do que rubis - hoje então!). Quem hoje pagaria milhares e milhares por uma não-virgem? Daqui a pouco haverá mulher leiloando: "casamento até a morte e sem divórcio". E já valerá milhões! - E o engraçado, é que até algumas décadas atrás, de certo modo, ninguem daria a minima por uma virgem que se casasse, pois era o comum. Isto nem seria notícia! E para estimular ainda mais a valorização de tais, a proporção hoje é em média de 3 mulheres para 1 homem.

Não estou sendo machista. Mas apenas lamento - e muito - por aqueles que são levados pelas ondas da moda e da socidade; ao invés, de permanecerem firmes e tranquilos sem necessidade de seguir tais mudanças, pois se está estável e firme em bases sólidas. Pois, quem se preparou para o velho mundo de hoje, está despreparado para o velho mundo de amanhã. Apenas quem está nessas fortes bases vive tanto o passado, quanto o futuro no presente... e que certamente, servirá de refúgio a todos quando se sentem abalados.

15 julho 2010

Angustias, Ansiedades e Sofrimentos

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Terça-feira foi realmente um dia complexamente díficil, que resultou de uma noite, literalmente, sem dormir. Porém, quase como um pesadelo acordado, a mente ardia em febre de tamanha preocupação, ansiedade e pensamentos... chegava a doer, e meu coração pulava de tamanha ansiedade e adrenalina... ficava me revirando na cama, até mesmo pensei que teria algum ataque ou algo do tipo devido a tamanha descontrole emocional... até mesmo pude sentir meu estomago doer. E nisso fiquei intrigado lembrando das palavras que há poucos dias havia dito para a Simone que estava muito preocupada com a Semana de Oração Jovem na igreja dela, e disse: "Não andai ansiosos por coisa alguma, antes levai em oração, suplica e ação de graça, vossos pedidos ao Pai. E a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus." (Filipenses 4) E ali estava eu pensando: "Como isso é possível agora?"

Por um lado meu espírito dizia: "Evandro, ore, entregue isso a Deus, e não se preocupe, Ele cuidará." Porém, ao mesmo tempo, muito intrigado, queria tomar para si a luta e um turbilhão pensamentos ocorriam dizendo: "Evandro, você tem que dizer alguma coisa, fazer alguma coisa... precisa ser o mais pertinente possível." E diante de tudo isso, nada me consolava, pois me deparava sempre com a problemática que desde Platão praticamente congela e fulmina os mais puros desejos de qualquer professor, aquele a quem quer ensinar, que deseja ensinar virtude, sabedoria, promover um bom caráter no próximo: "A virtude é passível de ser ensinada?"

Motivo
E tudo isso por quê? Porque fiquei sabendo de coisas que algumas crianças e amigos fizeram, e caminhos que estavam seguindo. Não choro, não me abalo muito por quem leva um tiro, ou fica ferido... essas coisas são de menos, o tempo cura; já o caráter... li ontem, enquanto folheava um pouco de psicologia numa livraria, que 80% dos hábitos, tendências e caráter de uma pessoa é definido até os 10 anos, e até os 16 anos, praticamente 100%, e depois disso, é praticamente um milagre qualquer mudança. Os quais estão cegos, cegos pelos vossos corações, desejos, e todas aquelas idéias "new ages" que vemos nos filmes e desenhos da Disney; além de um que foi ingenuo em fazer algo porque acho que seria legal, porque pessoas lhe disseram que ele seria "o cara" se fizesse tal coisa e assim assaltou uma casa... sem contar aqueles que conheço e que entraram nas drogas. E nisso fiquei pensando um pouco de tudo aquilo que meus olhos contemplaram, de jovens de caráter, pessoas realmente retas e de confiança... e que de repente, eram pessoas totalmente diferentes, muitos foram para o caminho das drogas, outros para as baladas, outros para o ficar, outros para os falsos relacionamentos afetivos, houve até mesmo quem abortou, outros que entraram num relacionamento e que praticamente disseram um "dane-se" para todo o resto. E aqui estou falando - na maioria - de crianças e jovens cristãos. E tudo isto porque permitiram plantar pequenas e 'inocentes' más sementes em suas vidas.

E isto quase me infartou por uma noite. Eu realmente me importo com as pessoas. Eu realmente choro, lamento e quase infarto por seus erros. Alguns dizem: "Vai cuidar da sua vida, Evandro. E esquece a dos outros." Porém, digo que "Não tenho vida.", para ser sincero, a minha vida pouco ou nada me importa. Tudo o que me importa são os outros, sobretudo os mais achegados. Por mais que seria mais comodo para mim e não sofreria por isto, e ser este o caminho da maioria.

...
Tomando uma atitude
Uma das coisas que mais me contradigo é agir contra a sabedoria de Salomão apesar de compreendê-la e realmente considerá-la algo praticamente supremo comparado a tudo o que há. Mas nessas horas eu não dou muito ouvido. Porque, de acordo com tal, eu teria que ter uma atitude muito passiva, paciente, muita confiança em Deus, de depositar as coisas nas mãos dEle. Porém, de algum modo me encho de esperança e me iludo em achar que posso fazer algo, que posso dizer algo que a pessoa entenderá, compreenderá, dará ouvidos. Porém, lá vou eu, e então, a sabedoria de Salomão se confirma.

"Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará."

em outra versão:
"Repreenda o sábio, e ele te amará por isso. Repreenda o tolo e serás ofendido e se entristecerá por isto."
Provérbios 9:8

E é exatamente isso o que aconteceu. Não uma, nem duas, nem três... mas várias vezes. Porque sempre insisto; sempre confiou e tenho esperança de que a pessoa irá agir sabiamente; apesar de, estatisticamente, a probabilidade ser quase zero.
A Bíblia ainda insiste com isso: "Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras." Prov. 23:9

E ainda diz: "O tolo despreza a instrução de seu pai." (15:15). - Se até mesmo ao pai não dá ouvidos, por que então daria ouvidos ao pobre Evandro? - E por cima, dá um xeque-mate: "O tolo não tem prazer na sabedoria, mas só em que se manifeste aquilo que agrada o seu coraçäo." 18:2 Até o profeta Isaías já dizia: "Quem deu ouvidos a nossa pregação?!"

Por fim, o que tenho a conversar, instruir, conselhar? Não darão ouvidos! E ainda recebo ofensas por isso (apesar de não me importar com isso). Talvez seja porque não suporto de ver tais pessoas - muito queridas - brincar de pega-pega em cima de um campo minado, as quais não vêem, e nem se tem noção; e as vezes até tento entrar no campo, para convencê-las a sair dali. E acho que Deus já interviu muitas vezes na vida das pessoas impedindo que muitas dessas bombas explodissem. Porém, e se uma explodir? Pois cedo ou tarde acontecerá. Comigo foi assim (e várias explosões), e foi um milagre eu ter sido recuperado e transformado, apeasr de ainda sofrer duras consequencias de cada uma delas, quais, às vezes, também me tiram o sono e toda paz. Porém, dos que comigo estavam no campo minado brincando, não sei de mais nenhum que teve minha mesma sorte. (e eram muitos) E tudo, o que eu não quero contar, quando se tratam de pessoas, é de sorte, de casualidade; porém parece não ter como fugir desse mistério.


O que resta fazer então?!
Eu não sou o tipo que impõe, obriga, força - sou contra a tudo isto. Respeito a decisão de cada um, mesmo que esta seja beber enxofre. Mas por fim, o que nos resta, é apenas o que Paulo nos diz: "Ore, faça suplicas e ações de graças, levando todos os pedidos e ansiedades para Deus. E fique em paz. Confie nEle." Mas como isso é dificil! É quase impossível! - Até é, se não fosse Ele nos conceder o dom da paz. - Pois quero ter a utópica absoluta certeza de que tais desejos serão atendidos. Porém, eu sei que Deus respeita também o livre-arbitrio, não impõe. E assim como eu, tem que, muitas vezes, apenas contemplar nossas tolisses e merdas que fazemos, as pessoas com um caráter desvirtuoso que nos tornamos, ficando de mãos atadas.

Eis aí um grande mistério: "Como ficar em paz?!" Como confiar em Deus, se por fim, a decisão cabe ao homem - e Deus não é sofista?

Porém, desabafar com Ele, descarregar toda essa ansiedade nEle, realmente, alivia muito o fardo e o peso (já pude dormir bem esta noite). E claro!, ouvir a 1a. Sinfonia de Brahms para encher de esperança e alegria novamente, e da 9a. de Beethoven para encher de confianca em Deus e com uma alegre serenidade que supera toda infelicidade; acho que adicionarei Bruckner ao repertório para deixar de pensar um pouco nas coisas que acontecem neste mundo.

13 julho 2010

Sêneca & Salomão

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Estudando a obra "Da Tranquilidade da Alma" de Sêneca, fico espantado das muitas coisas que diz que são praticamente como se estivesse lendo a Bíblia. E duas delas compartilho aqui, por serem considerações muito pontuais, extremamente parecidas com o que vemos na obra de Salomão.

Quanto a escolher amizades e companheiros
     “Deve-se ter uma cuidadosa escolha dos homens, para sabermos quais são dignos de que lhes consagremos uma parte da nossa vida ou se é proveitoso que com eles percamos tempo.
(...)
     Atenodoro dizia que nem sequer iria jantar com alguém que pensasse que não lhe devia nada com alguém que pensasse que não lhe devia nada por isso. Penso que compreendes que muito menos iria à casa daqueles que igualam os jantares aos deveres dos amigos, os que contam os pratos pelas dádivas, como se a falta de moderação fosse uma honra aos outros.
(...)
     Nada, pois, é mais proveitoso a uma alma, do que uma amizade fiel e doce. Quão bom é encontrar corações preparados para guardar todo segredo. Tu temes menos a consciência deles que a tua própria. A conversa deles alivia a solidão. As sentenças deles se tornam conselhos. O seu gracejo dissipa a tristeza, a própria presença deleita!
     Tanto quanto for possível, devemos escolhê-los dentre os isentos de paixões desregradas, porque os vícios entram sutilmente e passam para quem está próximo e prejudicam pelo contato.
Assim, como em uma epidemia, deve-se cuidar de não nos aproximarmos de corpos já infectados e ardendo na doença, porque atraímos os perigos com a própria respiração.
     Assim, na escolha dos amigos, devemos ter trabalho de escolher os menos maculados. O inicio da doença resulta da mistura dos doentes com os sãos.” - VII

Se ler Provérbios, verás as várias vezes que tais pensamentos são expressos.

Quanto a ter dinheiro
"Bion elegantemente disse que não causa menos moléstia a um calvo que a um cabeludo que lhe arranquem algum cabelo. O mesmo se aplica tanto ao pobre quanto ao rico. Para eles, o tormento é igual, pois tanto a um quanto a outro o dinheiro adere de tal modo que não pode ser tirado sem dor.
Porém, como já disse, é mais tolerável e fácil não adquirir do que perder ,e por isso verás mais alegres aqueles a quem a sorte nunca olhou do que aqueles a quem a sorte abandonou.
(...)
Mais feliz é quem não deve nada a ninguém a não ser a si mesmo, a quem é fácil negar. Como não temos tanta força, certamente devemos estreitar o patrimônio para que estejamos menos expostos às injurias da sorte. Na guerra, são mais hábeis os corpos que podem se contrair e se proteger com os escudos que aqueles cujo grande tamanho os deixa expostos às feridas.
Com relação ao dinheiro, o melhor critério consiste em não cair na pobreza nem dela afastar-se totalmente." – VIII

Compare a Provérbios 30:7-9

22 junho 2010

Copa ou Droga do Mundo?

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Ninguém nas ruas, ninguém no trabalho, ninguém na Internet. Onde estão todos? Reunidos: em família, entre amigos, ou a sós; mas pode crer que estão ligados focados num único evento. - Ou seria um ritual? - Um Estádio, milhares de torcedores, 22 jogadores, 1 bola, 1 juíz, 2 bandeirinhas, equipe técnica, banco de reservas, demais arbitros, gandulas e, não menos importante, a mídia fazendo o papel de mediadores, levando até nós o que ali ocorre.

Mas como é dificil, muitas vezes, ver o futebol. O  esporte em si vira um mero pretexto. O que rola mesmo, não é a bola, mas o  espetaculo. Uma guerra de preconceitos que alguns chamam de patriotismo, quase que soando como um tipo de ódio pelo próximo. Em campo, era mesmo futebol? Busca pela vitória? Busca pela superação de seus limites? Fazer o seu melhor? Não forcemos a idealização. Mas sim era uma catimba quando se faz o gol, ou melhor, "segurar o jogo". - "Se chegar perto, dou um chutão para frente!", "Enrole até o juíz aptar." - O que falar da habilidade técnica de driblar o adversário? Era assim que pude ver Pelé fazendo, em função de fazer o gol, superação, fazer o melhor, era o modo de se passar pela pessoa. Mas ontem, pude ver Robinho, idolatrado por uns, dar um drible extraordinário no lateral da Costa do Marfim, tudo parecia ser mais um lance incrivel em função do objetivo de um gol, mas nisso, ele voltou atrás apenas para 'fitar' mais uma vez o adversário, e depois, sem a minima necessidade, mais uma, até que o bravo (provacado), o cavalou. Futebol? Ou isso era "tirar uma", desrespeitar/humilhar o próximo e elevar o próprio ego?

Se formos pensar em termos de relacionamento afetivo educativo, que nota daríamos para o que contemplamos numa copa do mundo? Falta de caráter, não importa, contanto que apenas não dê um carrinho por trás. Vemos relacionamento, amizade? Ou apenas algum tipo de negócio/interesse? - "Você é do meu time, ele não." - Onde vemos afeto? É quando alguem bate no seu companheiro e, invocadamente, raivosamente, você vai para cima sem afeto algum para com o agressor (ao mesmo tempo, dando uma de 'possível agressor', para ele temê-lo)? É quando se abraça, beija, comemora, carrega no colo o companheiro que fez o gol, mas que certamente, não abandonaria sua carreira, nem "milhões" para ajudá-lo? E a educação? O que aprendemos no jogo? Pessoas que enrolam, que fazem corpo mole, que entram solando, que dão o corpo para sofrer a falta, que finjem dor, que cavam faltas; sem contar os zilhões de palavrões, bate-bocas, agressões físicas, gestuais ou orais; e que, idolatrados, são considerados "grandes homens", pois aliás, são famosos, e ganham MUITA GRANA e luxo; fazendo o quê? O que um garoto de 8 anos faz na rua ou na escola. Até que ponto tais foram educados? Ou será que apenas não demonstram ser jogadores? Aliás, na tela da TV que vemos os soberbos, luxuosos, sem-educação, intemperantes, lascívios, assassinos, ditadores e os mais, talvez, (sem preconceito) a escória da humanidade desfilarem, pessoas quais deveríamos desviar nossa atenção. O que há de bom em contemplar tais? O que há para aprender de forma educativa?

Diminuindo o Zoom agora também observamos o Estádio e toda a platéia de torcedores. Muitos questionamentos poderíamos fazer sobre: "O que fazem ali?" "Deveriam estar ali?" Quais, pela mídia, pude observar muitas pessoas embriagadas, enchendo a cara, desfilando o corpo como no carnaval; ou mesmo focando na sensualidade de torcedoras, como a torcedora do Paraguai dos peitos grandes que enfiou 'ali' seu celular, e, em meio a um jogo de futebol, com crianças no mundo todo assistindo, a camera dá um zoom, um close, não no jogo, mas nas "duas montanhas" da torcedora com um decote que também não visava esconder nada [Aliás, "tudo que é bonito não é para se mostrar?" - Menos a senha da conta bancária.]. Bem, ali eles gritavam, ali fugiam da realidade e dos verdadeiros problemas e questionamentos da vida; talvez estavam pagando para fugir de si mesmo, fugir da razão e da vontade, e, como zumbis, deixar que seu corpo desfrutasse de toda agitação, desejos e prazer que aquilo pudesse, de algum modo, proporcionar.

Ainda ali no Estádio, pude ver um torcedor grego, daqueles "super bombados" exibindo todo seu corpo e músculos, além da cerveja (suponho), comemorando euforicamente com seus amigos; os quais certamente deveriam ter 'algum dinheiro'; não parecia nem um pouco preocupados com a realidade dura que se encontra seu país. E isto é o mesmo que vejo do lado de cá da televisão, um show de tediados e raivosos com a vida que parecem ter sempre um grito na garganta pronto para sair, barulhentos, agora com as vunvuzelas (mas de querer aprender a tocar um instrumento musical de sopro mesmo, nada), cheios de muito churrasco e cerveja, para pensar ainda menos e dificultar ainda mais a sobrevivência do organismo. E, assim se ligam na tela da TV.

Ora, a Copa na África, a tão sofrida África qual sofreu e sofre com inúmeros conflitos sociais e ideológicos, além de ser marcada por pobreza, miséria e fome; foi totalmente abarrotada. O que vemos na TV? A África do Sul, em cidades tais quais como seriam em países desenvolvidos de altissimo IDH e renda per capita; o luxo de modernos estádios, modernos onibús, modernas chuteiras, roupas; e todos parecem estar felizes e sorridentes. Da África, não fiquei sabendo nada nesta copa, apenas conheci sua elite, ou melhor os torcedores que vieram (em maioria, pois os africanos mesmo, mostram pouco nas filmagens) de outras nações, mas fiquei sabendo que o Maradona desfilaria pelado. - Oh! Que tamanha futilidade!

Crise fiscal, crise na Europa, drásticos problemas de poluição nas cidades, rios, uma quantidade colossal de petróleo vaza no Pacífico, enchentes aqui e ali, fome, miséria... tantas coisas! Mas tudo foi posto de lado, desvinculado da realidade do individuo. Como? Sedando-os, anestesiando-os com a Copa do Mundo qual conseguiu fazer com que fizesse de zumbis e fantoches milhões de pessoas (talvez bilhões). Pobre da política do "Pão e Circo" em Roma, mal atingiu 1 milhão de pessoas.

Após o jogo fui para a aula de música; bem, quase que ninguém compareceu. No culto, quase todos pareciam ter esquecido de Deus naquele dia, menos do jogo. Depois ainda dei uma breve caminhada pelas desertas ruas do centro de Santo André e para a minha surpresa, numa noite fria, pude ver e ouvir que em apartamentos pessoas ainda gritavam e comemoravam alguma coisa (ou simplesmente faziam barulho), haviam bandeiras, tiras verdes e amarelas, jovens embriagados que passavam rasgando pelas ruas com carros enquanto assopravam as 'vunzelas' mas que ali na calçada, na fria noite, havia um pobre morador de rua, no chão, tentando dormir, sem um cobertor! Todos encolhidos, claramente com frio, dormiam pela exaustão (creio que só assim conseguem dormir em tais condições); aspecto abatido, com fome, diferente, dos "patriotas torcedores" que a tal altura estavam já recorrendo as fármacias para aliviar os sintomas dos quilos de carne e cerveja ingeridos. Um deles, mal estava vestido, a calça tinha um rasgo que ia da bunda até o joelho, onde certamente entraria um vento frio revoltante. Mais alguns quarteirões e vejo uma mulher nas mesmas condições e que tirou o usado e desgastado tenis e meia, enquanto dormia naquela noite fria, com os pés muito inchados. Mas onde estavam as pessoas? Na copa. Comemorando o quê? A Pátria que em maioria eram homens ricos, que vivem no luxo, e, alguns, há anos, moram no exterior, longe da realidade do dia-dia do brasileiro; mas a Pátria, aquela formada pelo necessitado do outro lado da rua, dormindo no chão duro e gelado... nem podiam ver, apenas as imagens daquilo que a cerveja proporcionava em suas mentes. Com todo tipo de papos fúteis, frívolos, sedentarismo, consumismo, glutonaria, beberrice e gritaria.

E ao voltar para casa, o papo não era outro senão "Cacá" ou a cavalisse dos 'negões' marfinherios e ainda tive que ouvir bronca porque fugi da cultura da família e da sociedade, da qual, se reunir com a família para cultuar a copa do mundo e esquecer o resto do mundo, os deveres, necessidades, abstinência e a virtude; apenas para ali estar, preenchendo um espaço, o campo de visão e a audição, os quais, certamente não estavam dispostos para um relacionamento afetivo, muito menos educativo, apenas curtir a festa. O que me lembrou das palavras de Salomão: "Há mais sabedoria na casa de luto do que onde há festa."

Se formos pensar então nos ambitos espirituais. Se eu fosse Satanás, estaria também festejando com a copa do mundo, os gols do Brasil, as brigas em campo e até mesmo com a transmissão em High Definition; até diria com orgulho que perdi a conta das mentes que desviou da contemplação da Verdade, das coisas celestes (como Jesus nos rogou), da santidade, consagração, caridade, missão; até mesmo conseguiu fazer do Cacá virar piada de crente(cristão) e levar a blasfêmia Deus atra'ves da frivolidade que passaram a tratar os dízimos e ofertas com a piada; e que conseguiu promover com grande sucesso o entorpecimento da mente, do fígado, a algazarra, a frivolidade, a vaidade, a futilidade, a literal perca de tempo, desvio da oração vigilante e da Palavra de Deus. - Que tamanho sucesso! Deve estar contabilizando os ganhos ainda.

Assim foi meu dia, o que para alguns foi festa, para mim, uma tarde de domingo perdida (apesar de ter dormido no primeiro tempo, e ter perdido parte do segundo tempo enquanto estava tomado pela atenção num canal de documentários). E no final do dia, uma frase retomei do livro de Rudy Maxwell, algo assim:

"O mundo está rindo enquanto caminha para o inferno. E os cristãos também."

15 junho 2010

Da Vida Sentada: Da Educação à Aposentadoria

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Sabe, uma das coisas que muito me alegra em ver na Cidade Universitária (USP Butantã) além da abundância de verde são muitas pessoas praticando esportes, sobretudo correr e pedalar. A faixa etária média eu diria ser entre os 28-50 anos, e são muitos. Ontem, indo para mais uma aula de Filosofia na Faculdade de Educação, pude me deparar com vários desses esportistas pró-saúde. - Que inveja! Enquanto eles ali corriam, suavam a camisa com roupas e tênis confortáveis, lá estava eu, de roupa social, vindo direto do trabalho, após 2, 3 horas de sedentários momentos sentados ou parado em pé em ônibus, trem, metro; com uma mochila nas costas um pouco desconfortável, indo para uma aula, onde - acredite - ficaria novamente sentado por mais 2 horas.

Será que "sentado" é a posição do século XXI? Ou então, ficar em pé parado, seja numa fila ou numa lotação? E as endorfinas? Onde elas ficam? Estas que são liberadas quando nos exercitamos, movemos, porque são tão negligenciadas, melhor, ignoradas? Aliás, creio que um dos motivos das pessoas estarem tão ansiosas, estressadas, seja a falta de endorfina, intimamente ligada a falta de verdadeira movimentação física de qualidade.

Além disso, enquanto aquelas pessoas respiravam ao céu aberto um ar limpo (bem, o de São Paulo longe está disso) devido a toda vegetação uspiana; eu acabara de respirar por 1 hora um ar literalmente empoeiradado do Onibus que faz o trecho de Sertãozinho - Maua até Santo André, passando pelas obras do Rodoanel (muito pó!); depois, 1 hora de trem e metro apenas com a abafada ventilação interna do vagão, porém, no qual haviam dezenas de pessoas, muitas, visualmente com alguma virose, algumas até espirravam, e lá, eu, respirando aquele ar contaminado (e hoje, aqui estou eu com algum inicio de virose).

Por algum momento fiquei entre uma gratidão a Deus pelo meu sistema imunológico e uma certa ansiedade em saber se tal suportaria mais uma semana dessa rotina doentia, e sobretudo, no frio inverno sem chuvas, com um ar super carregado de poluentes (alias, o céu de São Paulo já está laranja, cinza, roxo).

E mais uma aula sobre Filosofia, uma discussão sobre o ENEM. Porém, pensando em tudo que estudamos e questionamos a respeito da Escola Básica, Pedagogias e do Ensino no Brasil; as seguintes objeções me vieram em mente:

1-) Por que o ensino não se foca na qualidade de vida? Na saúde física? Na atividade física?
Ora, de fato, antigamente, os nobres assim eram educados. Pois eles eram os lutadores da sociedade. Como se dizia, os servos trabalhavam, os nobres lutavam e o clero rezava. Esparta então, uma educação voltada para a Guerra, assim era o ensino, em formar guerreiros, lutadores. Mas e hoje? Provavelmente, o foco é totalmente outro: o de alguém sentado atrás de um computador, de uma mesa, num escritório, seja como administrador, programador ou engenheiro; no melhor dos casos, um médico, que terá que ficar em pé e ter mãos firmes; e em casa, sentados na frente da TV ou computador. E assim, desde crianças, eramos obrigados a passar tediantes horas sentados em cadeiras. Quantas vezes não queria eu me exercitar - ops! quer dizer, jogar futebol? Parece que desde crianças somos doutrinados a sermos sedentários na escola pelo simples fato de 95% do conteúdo escolar são sempre com o aluno na posição de "sentado", e 5% de raras aulas de educação física e recreio .

Sou novo, 24 anos, mas não tenho sombra de dúvidas que os jovens e crianças de hoje são muito mais sedentários do que na minha infância (ops, isto há 10 anos atrás! como o tempo passa rápido.). Na minha época, era rotina diária brincarmos na rua, estávamos sempre suados, sujos, corriamos, jogávamos bola, e diversas brincadeiras, das quais, quase a maioria, eram em essencia, cheias de movimentos. Hoje, é quase que raro eu ver algo semelhante a isto, e quando vejo, é esporádico e de curta duração. De fato, passávamos horas na frente da TV, video-game, computador, mas sempre dava o "tédio da cadeira", e logo, estávamos a procura os amigos e colegas para bater um futebol na rua, entre outras coisas, onde até mesmo as meninas participavam. Mas hoje, a maioria das crianças que conheço e tenho amizade (e olha que não são poucas), toda a movimentação, atividade fisica, brincadeiras do tipo, praticamente se limitam a Educação Física na escola, e ainda mais raro, são aquelas que fazem, por fora, academia, ou escolinha de futebol, ou judo, ou natação... e por aí vai. Os quais não são todos os dias da semana; os quais muitas vezes, duram menos de 1 hora.

Estamos passando por um processo de educação que eu chamaria de "atrofiamento da sociedade" ou "abundamento" (de tanto tempo que ficamos com as bundas sobre uma superficie plana e/ou estofada).

Provavelmente, se hoje há tanta insatisfação dos alunos para com suas escolas, provavelmente, isto deve estar diretamente ligado com o nível de stress, que por sua vez deve estar grandemente relacionado a falta de endorfinas produzidas por atividade física. Pois parece que encaramos os alunos, como computadores, Hardwares, partes duras, sólidas, que ficam paradas apenas recebendo e processando informação; e o que ensinamos (Matemática, Português, História...) são os softwares. Porém, não foi feito o homem para de fato suar a camisa?

2-) Irrelevância da vida pessoal
Vemos na Educação - aliás difícil é fugir disto - um foco para o utilitarismo social. É capacitar-nos para o convívio social e exercer atividades renumeradas na máquina econômica. Porém, o homem em si precisa tomar banho, ter higiene, vestir-se, usar calçados, comer, lavar roupas, limpar a casa, organizar nosso espaço em casa, na sociedade, relacionar com as pessoas. Mas o Sistema de Ensino simplesmente deixou tudo isto de lado. Não aprendemos a tomar banho (apenas temos vaga noção), mas não sabemos o quanto de sabonete usar, como escolher um sabonete, se o devemos usar sempre, como lavar a cabeça, quanto de shampoo usar, qual tipo... e assim, muitos tem problemas de saúde e uma pele envelhecida prematuramente por simplesmente tomar banho muito quente; assim como não somos educados a como tomar banho consumindo pouco tempo, água e energia. (aliás, NUNCA somos ensinados a sermos MODERADOS e TEMPERANTES no CONSUMO). Aprendemos como limpar a unha, a orelha, entre outros, ou apenas temos vagas noções genéricas? Vestuário? Ops! Sem ensino, a moda é a regra. Mas não aprendemos nada sobre tipos de tecido, o que é mais confortável no frio, calor, vento, chuva, mais fácil de lavar ou não; o que sua estética transmite, de quanto em quanto tempo lavar, como lavar, como usar cada tipo de produto para limpar a roupa... Aliás, nossas mães e os mais antigos se tornaram os dedentores deste conhecimento que está próximo a extinguir-se, e aí, seremos fantoches das publicidades e marketing das empresas que vendem tais produtos de limpeza. Aliás, quem aprende a se relacionar com alguem na escola? O que aprendemos é ter não uma amizade, mas algum tipo de "negócio", pois quase sempre envolve interesse e status quo. Se há uma instituição que ainda procura fazer isto - e olha lá - tal é a igreja (religiõe). Pois isto, que ainda chamamos de "educação", se alguem é bem educado ou mal educado, é responsabilidade de todos - e alguns insistem ser totalmente 'responsa' dos pais, quais não têm tempo para educar seus filhos, pois são tomados pelo trabalho, ou pela escola; aliás, uma sociedade que até as mães precisaram encarar está sociedade (foram educadas para isto). Por fim, as esperanças de uma educação pessoal, de certo modo, ficou - utopicamente - para as empregadas domésticas e babas.

3-) Viver em função do utilitarismo do trabalho
A educação doutrinou as pessoas a serem utilitaristas, trabalhadores e consumidores. Outro dia, o motorista do ônibus, um aposentado, soltou a pérola: "Fazer alguma coisa. [estou trabalhando aqui por isso] Pois vivemos a vida inteira estudando trabalhando, e aí se aposentar para quê? Ficar em casa sentado, coçando o saco vendo TV?" - Sêneca possuia umas grandes pérolas a respeito disto, sobre o verdadeiro ócio do sábio; porém, que a maioria não sabem ter este ócio, mas para tais é apenas algum tipo de vadiagem, inutilidade, vazio, muitas vezes lançados aos vícios.

A aposentaria deveria ser algum ideal para podermos viver e desfrutar integralmente daquilo que gostamos, dos nossos planos de vida, sem ter que ficar correndo pelo sustento, dinheiro e ficando sem tempo. Então deveria ser de fato, a melhor fase da vida, a qual poderíamos dedicar à longas e prazerosas leituras, pensamentos, projetos, obras de arte, a música, a composição, a reforma da casa, ao trabalho comunitário, dar assessoria aos amigos, viagens, conhecer o mundo ou cidades, regiões, culturas, poder desfrutar muito melhor e por mais tempo da mulher, da familia, dos filhos (se não estiverem sugados pelo trabalho), dos netos, na contemplação da Natureza, em longos estudos da Palavra de Deus...

Porém, não fomos educados a isto. Não fomos educados a de fato desfrutar da literatura como a uma torta de limão. Não fomos educados musicalmente (na verdade, isto foi praticamente fulminado das escolas), de modo, que a música que se desenvolveu então, eu diria ser apenas alguma manifestação de rebeldia desta vida, da escola, da sociedade, um certo tipo de fulga ou critica, ou um inquieto choro por um sonho de uma vida que não se sucedeu; mas nunca, de fato, a música em si (não platonicamente falando). As pessoas em geral não foram educadas a tais coisas, a escola [ou o Estado?] não educou e não se vê ter papel nisto. Nem tampouco a sociedade cultiva tais durante a vida, para quando chegar a aposentadoria poder usufruir.

Mas o mais triste disto, talvez, seja em reconhecer que quando se chega a aposentadoria, a grande maioria está já tão calejada, tão amassada, mastigada, sugada pelos demais anos de vida voltados para a sobrevivencia e ao utilitarismo, a correria, que talvez não tenham mais saúde, nem disposição fisica e/ou mental. Ou, ainda, com a aposentadoria tão curta, que o dinheiro não cobre nem os remédios, alimentação e demais impostos. E da melhor fase da vida, de maior disposição - a juventude - tudo isto fora retirado; a menos que, o afortunado seja patrocinado por uma pai "bem da grana" e assim, não precisar seguir este sistema para sobreviver. Uma elite, qual, muitos jovens sempre invejou e almejou; alguns, se rebelaram, ora tomando oposição a ela, querendo acabar com tais, ora querendo roubá-los e tomar para si tal posição, ora apenas por tê-los como ambição.

4-) Democracia
Democracia? Democratização do ensino? Se este é o paradigma filosófico (indefinido) que move as atuais politicas, talvez deve-se ser melhor questionada. Tal não seria um tipo de manifestação, revolta e inquietude, e não pela injustiça, pelas oportunidades; mas talvez pelo sonho e ambição de acreditar que a Democracia seria poder ser como os "poucos privilegiados", dos "bens de grana", sair, fugir do sistema, e aproveitar um ideal de vida pós-aposentadoria na juventude? O qual é utopia em qualquer conceito de democracia, pois isto desnutriria a base motora que sustenta e move a sociedade, a produção, a máquina econômica, o utilitarismo, o grande tempo que deve ser empregado para isto. Mesmo nas comunidades, tribos, que conviviam num número mais sustentável de pessoas com os processos de manutenção, produção e o meio-ambiente, ainda assim, foi necessário a hierarquia, a base trabalhadora que sustenta o sistema, e o privilégio de poucos que podem (e talvez precisam sair do sistema); claro, não num nível tão drástico como no mundo capitalista hoje. Porém, para uma população de bilhões de pessoas, acentuado e acumulado por tantos séculos, e, por cima, globalizado; era de se esperar menos? Esperamos menos porque focamos ideais, talvez fantasias que gozam a alma; mas que talvez, na fria observância, teríamos que concluir que não haveria outro jeito, mesmo tendo perspectivas caóticas.

Se a democracia visa lutar por algo (que não está definido e longe está de ser concenso). Talvez, primeiro, deveríamos nos perguntas: "Contra o que estamos de fato lutando?" E creio ser algo entre o tédio, a insignificância, desconfiança, descontentamento da vida que não se sustém, e uma morte inevitável. Apenas demos mais um nome ("democracia"), que dá mais rodeios, mas que não foge deste ponto; pois somos humanos mortais; e longe de ser uma sociedade com tamanhos ideiais biblicos de "arvore da vida" qual suas folhas "cura as nações" e seu fruto promove praticamente uma vida inesgotável.

Por este motivo, essas filosofias, muitas vezes me enche, por dar muitos rodeios, mas nunca se direcionar para o centro do problema; o que, segundo a Bíblia é o pecado: "Se pecares, certamente, morrereis." E então vivemos numa busca utópica de encontrar a vida pecando. E digo isso, não como um mero religioso com um chiche biblico, mas na verdadeira essência do que significa pecado (e que não são coisas, não é cristalizado em coisas e ações).

E aí Platão? E aí Heráclito? ... Sócrates, Agostinho, Hanson, Passmore, Rousseau, Ryle, Wittgeinstein, Kunn, Popper, Azanha, Dewey, Arendt, Perrenoud, Marx...? O que me dizem?

Mas enquanto isso, esperemos sentados, a morte, pois ainda resta muito trabalho à fazer.