As vezes, é dificil nos dar conta. Mas quando o damos, percebemos que um Sistema está nos controlando, está sugando nossas vidas, nossas energias. De repente você se olha e se vê um animal domesticado, passando 9, 10, 12 horas do seu dia sentado, olhando para um computador trabalhando para aqueles que de modo algum exigiriam o mesmo de seus pais e filhos. De repente se dá conta que mal consegue viver fora desse cubículo, suas artes, seus pensamentos parecem atrofiar, assim como seu físico, percebe que sua vida pessoal se definha de modo que mal consegue cuidar de si.
E este sacrificio que fazemos de nós, o fazemos por um salário, por uma certa dose de "paz". Ou de "segurança". Mas que Futuro tal está realmente construindo a custa do Presente? Quando realmente nos damos conta, não são dadas escadas com degraus suficientes para pular as muralhas da prisão. Quanto mais tempo, mais nos vemos domesticados dentro destas. Estamos do lado de cá, trabalhando para eles. Consumindo nosso vigor, juventude, inteligencia dentro dessa prisão que a sociedade, o trabalho, a educação nos instaurou.
Quando olhamos bem, percebemos que o único modo de realmente alcançarmos nossa liberdade, está lá fora, fora do muro. Num mundo desconhecido, perigoso e arriscado. Onde não nos é garantido a merenda de cada dia, as roupas lavadas, e a cela para dormir. Mas é apenas ali fora desta prisão que poderemos construir uma vida. Vida de nossos sonhos. Vida de nossos filhos e família. Vida que possa nos prosperar além dos limites destes paredões. Vida em que podemos correr mais do que 100 metros sem dar de com um limite nos imposto.
Que sonho de eu, de libertar, de viver além destas muralhas.
Uma fulga, um plano?
Como sair? - Pergunto.
A alma que com seu grito, ruge o sentimento de se libertar.Em memorial a Queda do Muro de Berlim (1989).