Mononucleose, mais popularmente conhecido por "doença do beijo". Uma virose provocada pelo Epstein-Barr. Uma doença para o qual não foi produzido um remédio para tratá-la, nem mesmo está entre o leque de doenças para quais somos vacinados. Isto porque o é um vírus 'benigno', ou seja, que mesmo após infectar não causa danos na pessoa, não é letal. Ele vem e passa. Além disso, a maioria das crianças são infectadas pelo virus e rapidamente o sistema imunológico delas lidam com o vírus, sendo que muitos, assintomaticamente, enquanto outras apenas um leve quadro de virose que em poucos dias passa, e, assim, criam imunidade para o resto da vida.
Ah! Os adultos. Estes sim são um problema quando são infectados pelo vírus. Pois muitos deles, devido a baixa imunidade, ou, sobretudo, ao stress físico, o vírus ao infectar causa um bom estrago. E neste caso, eu fui um dos contaminados.
Inicio dos sintomas: 24/11
1º Dia: Senti uma absurda moleza no corpo. Mas não me impediu de ir na academia fazer um pouco de exercícios.
2º Dia: A moleza veio junto com uma fraqueza e muita dor muscular no corpo, como quando pegamos uma forte gripe com febre, mas não tive febre. Com dor no globo ocular esquerdo. Surgem algumas poucas e leves manhas vermelhas na região abdominal (rash cutâneo), junto com um inchaço das glandulas no pescoço, sobretudo uma ingua grande e dolorida do lado esquerdo.
3º Dia: A dor muscular melhorou levemente, mas tive febre durante a noite chegando a 37.6ºC.
4º Dia: Um sábado. Tive febre de 38.2ºC pela noite. Vou ao médico. Faço exame de sangue e urina, com forte suspeita de Dengue, fazem a sorologia para dengue. Os exames nada apontam, tudo normal, e a sorologia para dengue, negativa. A médica manda repousar, me receita apenas um remédio para dor muscular e tylenol para febre, e aguardar.
5º Dia: A dor diminui, a dor no globo ocular some. Por outro lado a febre aumenta, ficando o dia inteiro com febre de 38.6ºC, mesmo tomando paracetanol, não caia para menos de 38. E também passei a ter muita sensibilidade a luz (fotofobia).
6º Dia: Volto ao médico. Aparece fibrina, um pouco de pus nas amígdalas, mesmo não sentindo dor ou qualquer incomodo na garganta. A médica imediatamente suspeita de Mononucleose, me dá atestado para ficar de repouso até quarta-feira, para continuar com a medicação, e ao mesmo tempo, tomar um antibiótico de amoxicilina e um anti-inflamatório a base de neomicina. Neste dia começo a perceber que meu baço e figado estavam um pouco inchados, e até mesmo incomodando para fazer movimentos que exprimissem eles, assim como dormir de barriga para baixo.
Nos demais dias, continuei da mesma maneira, em repouso, até me senti levemente melhor.
8º Dia: A pedido da médica voltei ao consultório. Ela me examinou e descartou a suspeita de Mononucleose, pois a Amoxicilina era para ter dado uma reação de ter criado manchas vermelhas (rash cutaneo) generalizada por todo o corpo. E ao mesmo tempo, minha garganta ficou ainda mais inflamada e com mais pus, mesmo eu não sentindo incomodo algum nela. E diagnosticou uma amigdalite. E para pegar mais 2 dias de repouso.
10º Dia: Uma sexta-feira, me sentindo melhor, vou para o trabalho, em São Paulo. Todavia, após o almoço, comecei a me sentir muito fraco e cansado, querendo ir logo para casa. E na volta, sou surpreendido por um forte Rush, qual fico muito tempo em pé em filas, no metro, trem, muito apertado, abafado, e também em Santo André, espero por 20 minutos um onibus, qual ainda tive a sorte de conseguir sentar, mas que demorou, devido ao transito, 40min. para chegar em casa. E este stress da volta me causou um cansaço, fraqueza, moleza absurdo. Me senti lá embaixo novamente. Cheguei em casa e fiquei deitado.
11º Dia: Ainda com febre a noite, tendo em torno de 38.6ºC, decido voltar ao médico. Ao regressar, novamente mais exames. E após os exames, 2 médicas me examinam minuciosamente, dando mais atenção ao meu baço e figado. Pois meu exame acusou muitas anomalias, como os "itens" (digamos assim) do Figado, estavam todos absurdamente muito elevado, muito acima do normal, e também, com um número em torno de o dobro acima do máximo normal de linfócitos, na contagem. Eles então suspeitam que estava com alguma hepatite e me internam, fazendo sorologia para mononucleose e outras doenças.
Na internação passo a tomar antibiótico (Rocefin) devido a suspeita de poder ser uma bacteriose. E inicialmente, sou internado com uma Amigadalite Aguda com adenomegalia com aumento da transaminase. Quanto ao figado, a maior preocupação, era por ter uma hepatite trans-infeciosa, causada pela própria infecção, mas que conforme a infecção regredisse a infecção no figado também. Mas que tinham que observar isso com mais cuidado, por isso a internação.
13º Dia: A partir do segundo dia de internação, comecei a sofrer muito com secreção como que uma corisa interna, e ao mesmo tempo, muito catarro. Era muita secreção, não parava por um minuto sequer. Tinha que ficar andando com uma toalha onde ficava babando e escarrando, sobretudo para dormir, deixar a boca aberta deixando fluir, e mesmo assim, acordava várias vezes engasgando. Também comecei a ter muita nausea e crises de vômitos, principalmente a noite. E com isso, comecei a tomar remédios para o estomago e para nausea.
No decorrer dos dias, meu estado foi se agravando, sobretudo a garganta, que entre o 13º - 16º dia tive o PICO da doença. Tive infecções secundárias: Faringite e Traqueobronquite. Saia até sangue com o catarro. Minha garganta ficou tão inflamada que as amigdalas quase fechavam totalmente a garganta, de modo que tinha dificuldade até para respirar, para dormir eu roncava. A dor na garganta era absurdamente forte, não suportava nem beber água, de modo que fiquei esses dias sem comer, apenas gelatina, era algo que ainda conseguia tomar. E então o hospital começou a me servir 2 unidades de suplemento 120ml todos os dias, quais, com muito sacrificio eu tomava. Pois para cada gole, era como cortar minha garganta com uma faca com os dentes todos tortos. Era um absurdo a dor de garganta, que se tornou meu maior incomodo. Apenas um antiinflamatório que tomava de 12 em 12hrs dava uma leve aliviada. Me deram vários remédios para tentar aliviar a dor, inclusive corticóide e um remédio controlado que chamava algo do tipo "ultra-mal"; mas tudo em vão. Foi bem tenso. Todavia, meus exames de sangue apontavam que eu havia chegado no pico da doença, e logo começaria a melhorar. A traqueobronquite foi responsável pela secreção, fiquei com muito catarro no pulmão. E tive que fazer fisioterapia quais eles forçavam minha respiração de modo a fazer a ter uns ataques fulminantes de tosse que me faziam expelir muito catarro, aqueles bem verdes. E também nesta fase, o Rash Cutaneo (manchas vermelhas) espalharam pelo meu corpo inteiro, rosto, pescoço, costas, braços, barriga, pernas, foi generalizado, só não muito nas mãos, canelas e pés, ficaram com uma cor forte as vezes até um roxo. as membranas em torno do olho incharam, ficando com aparência de olho de japonês Até mesmo para falar tinha dificuldade, e muita dor. Falava muito rouco, baixo, e em geral, permanecia quieto apenas falando o essencial, gesticulando mais do que tentando falar.
Apenas 4 dias depois a sorologia ficou pronta a qual apontou Mononucleose positivo. No 16º dia o Rocefin foi suspenso devido a suspeito de estar provocando uma reação alérgica que inchasse as amigdalas e agravasse tanto as manchas pelo corpo. Mas no dia seguinte, devido há uma suspeita de infecção por bacteriose secundária, de pegar uma infecção hospitalar nos pulmões, passaram a me dar um antibiótico controlado mais forte, o Tazocin.
17º Dia: Finalmente comecei a ter melhoras, apesar de ainda tendo crises de febre, a dor na garganta e inchaço começou a regredir, juntamente com as manchas. E a partir desse dia, foi uma melhora progressiva, em todos os sentidos, parei de ter crises de vomitos.
18º Dia: Consegui voltar a comer e engolir normalmente. E meu quadro clinico teve uma melhora exponencial.
20º Dia: A médica já queria me dar alta hospitalar, mas não podia devido a ter que ainda tomar mais alguns dias de Tazocin.
22º Dia: Finalmente tive alta hospitalar.
Foram 11, quase 12 dias de internação. Perdi quase 5 kg nos dias que quase não comi. Agora ainda devo permanecer por mais alguns dias de repouso, e para ser sincero, ainda sinto moleza, fraqueza. Ainda devo permanecer em abstinencia de atividade fisica até toda essa moleza e fraqueza passarem, o que, segundo a médica, deve levar entre 1 e 2 semanas, para não ter uma recaída imunitária e dar oportunidades para novas infecções, ou para que a que está passando aumente. Ainda tenho um pouco fibrina e infecção na garganta, é possível se ver o pus. Algumas manchas no corpo, mas estão passando. E devo fazer um check-up após sentir que tudo finalmente passou.
Atualização: Voltei a fazer exercicios em torno de 2 semanas após, mas a moleza totalmente só foi passar e eu voltar a me sentir normalmente em torno de 20 dias após alta do hospital. O rash, principalmente nos braços demorou bem mais para sumir, mesmo 2 meses depois há ainda um leve tom de sua presença, mas praticamente imperceptivel.
Atualização: Voltei a fazer exercicios em torno de 2 semanas após, mas a moleza totalmente só foi passar e eu voltar a me sentir normalmente em torno de 20 dias após alta do hospital. O rash, principalmente nos braços demorou bem mais para sumir, mesmo 2 meses depois há ainda um leve tom de sua presença, mas praticamente imperceptivel.
Minha Dica: Ao contrair os sintomas, a primeira coisa a se fazer é procurar fortalecer seu sistema imunológico com boa alimentação e muito repouso, até mesmo tomar vitamica C e complexo B. Procure seu médico, e se peça um exame sorologico. Todavia, como há muitas doenças com os mesmos sintomas, as vezes é necessário fazer sorologia para todos, o que é um custo maior para o Hospital/Convenio, por isso, pegue no pé e exija.
Rash Cutâneo Pernas (16º Dia)
Fibrina (pus) na amigdala da esquerda (9º Dia - antes da internação e do auge)
No auge, minha garganta eram apenas duas bolas gigantes e uma placa branca que cobria toda sua estenção, com um espaço muito pequeno, que mal passava um comprimido.