Esses dias estive muito a pensar em Salomão por conta da leitura de Eclesiastes [para quem não conhece, uma síntese da vida de Salomão, de um homem que buscou por TUDO, e apenas encontrou ilusão e um caminho] que estou fazendo (de novo) e em pedagogia (facul). E três pensamentos, três versos não me saíram da cabeça:
"Na verdade, quem sabe o que é bom para o homem, nos poucos dias de sua vida vazia, em que ele passa como uma sombra?"
Cap. 6, verso 12
"E quando Deus concede riquezas e bens a alguém e o capacita a desfrutá-los, a aceitar a sua sorte e ser feliz em seu trabalho, isso é um presente de Deus. Raramente essa pessoa fica pensando na brevidade de sua vida, porque Deus o mantém ocupado com a alegria do coração."
Cap. 5, verso 19 e 20
"Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez."
Cap. 3, verso 11
Na Faculdade de Educação da USP algo que sempre escuto, praticamente em todas as aulas que tive lá, sobretudo nas últimas que estive tendo de Didática e de Politicas Públicas da Educação Brasileira (POEB): "O que é educação para você?", "Por que educar?", "Qual é objetivo?", "Qual é o projeto de homem?", "Qual é o projeto de sociedade?"
Sempre! Sempre está pergunta. Por fim uma procura: O que é bom para o homem? O que é bom para a sociedade? É uma procura por um ideal, pelo um certo, por um razão. Alguns pedagogos falam como se tivessem as respostas, ou seja, sempre possuindo uma posição filosófica, raramente, uma cristã. E a coisa vaga continua. Mas como já disse Salomão: "quem sabe o que é bom para homem?" Quem pode responder essa pergunta? Um presidente? Um secretario da Educação? Um filósofo com PhD? Um super empresário? Uma estrela da música? Uma estrela de Hollywood? Um professor? Um pastor? A mãe, o pai? Quem? - Quem?
Rapidamente, nós cristãos tendemos apressadamente a dizer: "A Bíblia". Mas por que? Quem pode dizer que é melhor crer do que não crer? Tenho amigos que a vida se resume em trabalhar para conseguir dinheiro para conseguir ter status, e conseguir pegar o maior número de mulheres possível nos momentos de lazer. E essa é a vida dele. Agora, quem pode dizer que isso não é o melhor? Por que usar de toda a nossa moral cristã? Quem somos nós para dizer o que é melhor ou não? Pensando bem, quão loucura é pedirmos conselho. Porém, estamos no meio de um Jogo, como diria Wittgeinstein, e temos que seguir algumas regras se queremos participar dele ao invés de sermos chutados para fora na primeira jogada.
Mas então, Salomão ainda diz outra coisa. Diz que Deus colocou no homem "o anseio pela eternidade". É dificil imaginar outra espécie de animal ter esse desejo. Já que homem pode dizer com plena sinceridade que não o possui? Aliás, de certo modo, este anseio é o 'queijo' (pensando num rato correndo numa esteira tentando morder um pedaço de queijo suspenso) que faz o homem se mover, a sociedade e o mundo se mover: A busca pela eternidade! A busca por afastar a morte! A busca por enfrentar e vencer a morte! A busca para sempre viver! E poder cada vez mais aproveitar e desfrutar a vida!
Aqui talvez esteja o calcanhar de Aquiles de qualquer anti-religioso: o seu anseio pela eternidade. "E que os cientistas consigam achar um meio, logo, antes que eu morra, de perpetuar a vida!", no fundo, é um pouco do pensamento destes e de nós. Mesmo pouco se importando por questões demográficas e recursos naturais, fora mobilidade e urbanismo. O que nos faz pensar um pouco do pensamento darwnista da "sobrevivência do mais forte", quando lemos o verso abaixo:
"Descobri que todo trabalho e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas. Mas isso também é absurdo, é correr atrás do vento." Cap. 4, verso 4
Ou seja, se formos pensar numa pedagogia. Logicamente estamos pensando em 2 coias. (1) Na busca pela eternidade, por adiar a morte. Isto quer dizer, promover meios que sustentem ao máximo a vida. Ou seja, investir para que haja uma sociedade cada vez mais autosuficiente, com grandes avanços na medicina; em prender e exterminar aqueles que colocam a nossa vida em perigo; em cultivar alimentos para comer; controlar os reservatórios de água para bebermos; isto basicamente. O resto ou é um egoismo extra (se isso pode ser dito), pois não basta de buscar com mais vantagem a eternidade (poder). Aliás, porque temos caminhar jutnos de mãos-dadas como pensaria um Marxista comunista, nesta busca? Ainda mais num mundo, que daqui uns anos, não dará conta de manter tanta gente, não seria melhor exterminar alguns? Ops! Mas não eu, por isso, preciso de poder para poder obrigar que outro morra, enquanto eu ainda consiga prolongar e possibilitar viver ainda mais. Ao mesmo tempo, temos que pensar numa PEDAGOGIA, não das DIFERENÇAS como propôs uma filosofa, mas a pedagogia da competição. Ensinar a competir. Aliás, pensando mais a frente, caso eu tenha poder. Por que querer educar todo mundo? Fazer deles poderosos e poderem competir comigo, tirar minha vantagem nesta busca?
E assim se vai add infinitun toda essa busca pela eternidade, e discussões pedagógicas. Há várias discussões e propostas, mas sempre girando em torno do mesmo eixo e as perguntas finais são sempre as mesmas.
Mas Salomão ainda diz que um homem que é abençoado muito por Deus, em riquezas, um trabalho prazeroso entre outras coisas; tal NÃO LIGA. Não se importa. Pois estão curtindo. Como Jesus disse: "Os ricos já tem seu consolo." E assim, tais não ficam pensando nessa questão que realmente importa: "Ansiamos pela eternidade, mas não a temos, e a morte se aproxima." Mas os 'poderosos' estão desfrutando do presente, iludidos com o que seus hormonios podem propocionar, nessa vida sem sentido e vazia, até que a morte chegue. E aí está: mais um que desfrutou de prazer enquanto viveu por alguns anos e que agora jaz no pó da terra.
Salomão chegou até mesmo a pensar como Nietzsche pensou: "Por isso desprezei a vida, pois o trabalho que se faz debaixo do sol pareceu-me muito pesado. TUdo era inútil, era correr atrás do vendo. Desprezei todas as coisas pelas quais eu tanto me esforçara debaixo do sol." (Cap. 2, verso 17 e 18)
E aí fica ainda a questão: Qual é o objetivo? Que projeto de homem? E a eternidade? E a educação? Para que educar? Para apenas formar servidores para os poderes? Para formar apenas pessoas que podem prolongar um pouco mais a vida na Terra, uma vida vazia e sem sentido? Ou educar em prol da Eternidade?
Todavia, ETERNIDADE. Esta palavra só existir numa perspectiva metafisica, religiosa! Como assim! Pois segundo a física, o tempo pode deixar de existir. Claro! Podemos negar a metafisica (será?) e a religião! Como podemos! E qual é a eternitiva senão dar o mesmo loop atrás e repetir toda a história de novo com milhões de perspectivas, teorias e projetos pedagógicos, e politicas e etc. E aí estudar e ler mais livros e livros. E mais informação, e mais coisas produzida pelo homem. E como Salomão disse "Não há limite para a produção livros." (cap. 12, verso 11) Ou seja, de certo modo, podemos nos enrolar indefinidamente, até chegarmos ao nosso túmulo. E a demanda continuará. Aliás, como disse a apóstolo "Estão sempre aprendendo, e jamais conseguem chegar ao conhecimento da verdade." (2Tim.3:7)
Mas então vêm o cristianismo, a Bíblia, e propõe um caminho, uma rota para a salvação. Porém, é uma rota dura em muitos aspectos. Pois de certo modo, ela é uma abnegação 'desta vida' como assim podemos dizer. Ou seja, pelo menos pelo periodo de tempo que estamos acostumados a chamar de vida e achar que é a 'única possível de obtermos'. Então, abrir mão dessa vida, dos tesouros e prazeres terrestres, por causa de uma ÚNICA remota possibilidade, de qual não temos como ter 100% de garantia (como para tudo nessa vida, além de que a morte se aproxima). Podemos recusar. Mas é isso que o cristianismo oferece, uma vida eterna. Aquilo que é o grande anseio de todo homem. É pegar ou largar, e se largar, não há outra coisa para pegar. Pois todos estamos debaixo da mesma condenação, crente ou não, bonzinho ou maldoso, um pervertido sexual, ou monge de 90 anos virgem, ou vilão ou um assistente social, não importa. Como Salomão disse: "O que acontece ao tolo também me acontecerá. ... Como pode um sábio morrer como um tolo?" (cap. 2, verso 15 e 16)
Por fim a única coisa que nos resta, nem que seja como uma esperança, é a proposta de Deus. E por fim, é esta a conclusão que Salomão teve, pois nada faz sentido, tudo é ilusão, é correr atrás do vento, e mesmo assim, ansiamos pela eternidade, mas estamos condenados a morte, e somos literalmente burros, não sabemos o que é melhor ou não; e podemos ler e escrever incontáveis livros, e ao virar a última página, a Interrogação sempre continuará em pé, em fonte Ariel Black tamanho 56 e negrito; a menos que estejamos iludidos. Iludidos como alguns gostam de fazer com discursos sofistas, com drogas e bebidas.
E assim Salomão termina:
"Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão:
Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o essencial para o homem. Pois Deus tratá a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mau."
(últimas palavras de Eclesiastes)
Por fim, justiça, platonicamente falando, será feita. E ou seremos punidos com a morte (como de certo modo já estamos convencidos e acostumados a ver), ou então recompensados com a vida eterna se tivermos ido pelo caminho que Ele propôs.
E agora pedagogos, que caminho tomar? Ainda continuar com o mesmo? E com as mesmas dicussões? Até quando? Pode ser intrigante, mas nosso anseio pela eternidade, por desfrutar e prolongar ao máximo nossa vida, pode muito bem fazer com que deixemos nosso passaporte para aquilo que mais ansiamos, a eternidade. Pois diga-se de passagem: Se hoje lhe fosse permitido escolher a eternidade ou qualquer outra coisa, o que escolheria? Bem, mas intrigantemente, o cristianismo disse que Deus, que Jesus, optou pela morte, para poder nos oferecer a eternidade. Como disse Salomão: Quem pode compreender totalmente os feitos de Deus? Inclusive o homem.
Procuramos a eterna paz. Onde a encontraremos?