A história do povo de Israel, no período de interpolação no deserto tem muita coisas a nos revelar e ensinar. Dessa vez, é quanto a questão de "liderança" e de "atitudes de um fiel servo de Deus nos casos mais caóticos".
Ali estava o povo de Israel acampados em torno do Sinai, após aquele incrivel evento no qual Deus esteve no meio deles através de uma nuvem densa e negra, na ocasião que falou verbalmente a eles Os Dez Mandamentos. Moisés e Josué foram até a montanha onde então receberiam as tábuas dos dez mandamentos escritos pelo dedo de Deus.
Mas o povo impaciente e com muitas influncias ainda embutidas em seus pensamentos em caráter do paganismo do período no Egito, logo começaram a imaginar que não sabiam mais o que teria acontecido a Moisés, se ele voltaria e etc. Até mesmo pensaram que os deuses, ou o Deus de algum modo o teria aprisionado de modo que iriam querer que o povo fizesse algo para Ele, de modo a agradar-Lhe e assim libertar Moisés. E aos poucos, muitos começaram a ter idéias pagãs, de fazer um bezerro de ouro para representar Deus, ou mesmo voltar para o Egito, entre tantas outras coisas.
"O culto de Ápis era acompanhado da mais grosseira licenciosidade, e o relato das Escrituras denota que a adoração ao bezerro levada a efeito pelos israelitas foi acompanhada por toda a devassidão usual no culto pagão. Lemos: "No dia seguinte madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se para comer e beber, e levantou-se para divertir-se." Êxo. 32:6. A palavra hebraica traduzida "divertir-se", significa divertir-se com saltos, cânticos e danças. Estas danças, especialmente entre os egípcios, eram sensuais e indecentes. ... Tal ocasião crítica exigia um homem de firmeza, decisão e coragem inflexível; um homem que tivesse a honra de Deus em maior conta do que o favor popular, a segurança pessoal, ou a própria vida. Mas o atual líder de Israel não era deste caráter. Arão, com fraqueza, apresentou objeções ao povo, mas sua vacilação e timidez no momento crítico apenas os tornou mais decididos. O tumulto aumentou." - Patriarcas e Profetas, 315 e 316
Arão temeu por sua segurança, pela sua vida. E ao invés de manter-se nobremente reto e inabalável pela honra de Deus, rendeu-se às exigências da multidão. Enquanto Moisés e Josué permaneciam no monte.
Ellen G. White faz a seguinte reflexão quanto a este episódio:
"Quantas vezes em nossos próprios dias é o amor aos prazeres disfarçado por uma "aparência de piedade"! II Tim 3:5. Uma religião que permite aos homens, enquanto observam os ritos do culto, entregarem-se à satisfação egoísta ou sensual, é tão agradável às multidões hoje como o foi nos dias de Israel. E ainda há Arãos flexíveis, que ao mesmo tempo em que mantêm posições de autoridade na igreja, cederão aos desejos dos que não são consagrados, e assim os induzirão ao pecado. " - P. 317
Sejamos sinceros, não são raras as vezes em que vemos coisa semelhane ocorrerem na igreja, principalmente em nivel institucional, acontecer. Pessoas com uma idéia leviana e pagã de Deus, na qual buscam "meios materiais", "emocionais", "sensitiveis" como modo de conseguir favor de Deus e mesmo adorá-lo. Ações que promovam glutonaria, bebedeira e diversão. E muitos vezes buscam colocar a "diversão" na própria adoração como nas músicas, colocando-lhe danças, pulos e esses "tiques nervosos".
E, infelizmente, há muitos lideres, como pastores, anciões, departamentais, e até os de liderança mais simples, como diretor JA, de escola sabatina, diretor jovem, um instrutor des desbravadores, um regente de um coral... tomam a mesma atitude de Arão. Ao invés de serem firmes, resolutos em fazer a vontade de Deus e não permitir a manifestação de tais características pagãs; cedem, aceitam. Temendo, na maioria das vezes não a vida, mas a popularidade, para não ser considerado um "quadrado", um ultrapassado; para não perder amigos, influencia; e sim, estar em harmonia "com a onda".
E o mais estranho de tudo, isso ocorrera logo após aquele sagrado evento que ocorreu no Sinai, nos quais ouviam os Mandamentos de Deus proferidos como trovões, de modo tal que quase fulminaram-lhes de tamanha santidade. De modo tal que fizeram-lhes pedirem a Moisés que Deus parece de falar com eles, mas que Moisés falasse as palavras e Deus para que não fossem mortos. Isso mostra como até mesmo nos eventos mais serenos, ou após um evento super consagrado, coisas tão horríveis e nojentas podem ocorrer com o povo de Deus.
Contudo, se parece por aqui, talvez muitos iriam suscitar o caráter de critica, duvida e até mesmo de abandono para com a Igreja. Mas a história tem mais a nos ensinar.
Deus, no monte, avisa Moisés o que o povo estava fazendo. Havisou Moisés, sabia o que acontecia, o que é logico diante de Sua oniciência e onipresença. Então Ellen White escreve:
" "Deixa-Me, que os consuma", foram as palavras de Deus. Se Deus Se propusera a destruir Israel, quem poderia pleitear em seu favor? Quantos não teriam deixado os pecadores entregues à sua sorte! Quantos não teriam alegremente trocado um quinhão de labutas, encargos e sacrifício, pagos com ingratidão e maledicência, por uma posição de comodidade e honra, quando era o próprio Deus que oferecia o livramento! " - p. 318 (ênfase acrescentada)
Mas qual fora a atitude de Moisés? Ele intercedeu pelo povo. Amava o povo. Via esperança neles. Não lhe desejava a destruição e a morte. Isto não só servio para provar a Deus e capacitar Moisés ainda mais para ser o verdadeiro lider pelo qual lideraria ainda esse povo tão inculto e indisciplinado por longos anos no deserto; mas também serve para alertar a todos nós hoje, que um dia em seu pensamento deseja que seus irmãos, sua igreja, seja consumida, destruida, pelos erros que cometem. E a própria critica tem por base um coração com uma certa dose de vingança, raiva, ódio...
Abandonar, criticar etc. devido aos seus atos. Não é uma atitude de um verdadeiro cristão, de um servo de Deus. Mas sim a misericórdia, benevolência, mansidão, amor e esperança. Moisés rogou a Deus em favor daqueles que estavam praticando paganismo de modo tão repugnante; de modo algum concordava com a prática daquilo, não justificava o pecado; mas sim, sobressaia o amor pelos pecadores.
Continuando...
"Descendo do monte, Moisés e Josué, trazendo o primeiro "as tábuas do testemunho", ouviram as aclamações e algazarra da multidão exaltada, evidentemente em estado de selvagem alvoroço. Para Josué, soldado, o primeiro pensamento foi um ataque de seus inimigos. "Alarido de guerra há no arraial", disse ele. Mas Moisés julgou com mais exatidão a natureza daquela comoção. O ruído não era de combate, mas de orgia. "Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas o alarido dos que cantam eu ouço." Êxo. 32:15, 17 e 18.
Aproximando-se do acampamento, viram o povo a aclamar e dançar, em redor de seu ídolo. Era uma cena de alvoroço gentílico, imitação das festas idólatras do Egito; mas quão diverso do solene e reverente culto de Deus! Moisés ficou consternado. Acabava de vir da presença da glória de Deus, e, embora tivesse sido avisado do que estava acontecendo, não estava preparado para aquela hedionda mostra de degradação em Israel. Acendeu-se-lhe a ira. Para mostrar aversão pelo crime do povo, arrojou as tábuas de pedra, e elas se quebraram à vista de todos, significando com isto que, assim como haviam quebrantado seu concerto com Deus, assim Deus quebrava Seu concerto com eles.
Entrando no acampamento, Moisés passou através das multidões entregues à dissolução, e, lançando mão do ídolo, atirou-o ao fogo. Em seguida reduziu-o a pó, e, havendo-o derramado sobre a torrente que descia do monte, fez com que o povo dela bebesse. Assim se mostrou a completa inutilidade do deus que estiveram a adorar.
O grande líder chamou a seu irmão culposo, e perguntou-lhe severamente: "Que te tem feito este povo, que sobre ele trouxeste tamanho pecado?" Arão esforçou-se por defender-se, alegando o clamor do povo; declarando que, se não se tivesse conformado com seus desejos, teria sido morto. "Não se acenda a ira do meu senhor", disse ele; "tu sabes que este povo é inclinado ao mal; e eles me disseram: faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque não sabemos o que sucedeu a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito. Então eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no forno, e saiu este bezerro." Êxo. 32:21-24. Ele queria levar Moisés a crer que se operara um prodígio: que o ouro fora lançado no forno, e por um poder sobrenatural se transformara em um bezerro. Suas desculpas e prevaricações, porém, de nada valeram. Foi com justiça tratado como o principal culpado." - p. 319 e 320
"Se Arão tivesse tido coragem para se pôr do lado do direito, sem se incomodar com as conseqüências, poderia ter impedido aquela apostasia. Se houvesse inabalavelmente mantido sua fidelidade para com Deus, se houvesse mencionado ao povo os perigos do Sinai, e os tivesse feito lembrar de seu concerto solene com Deus, para obedecerem a Sua lei, ter-se-ia sustado o mal. Mas sua conformação com os desejos do povo, e a calma segurança com que se pôs a executar os seus planos, fizeram com que se atrevessem a ir mais longe, no pecado, do que antes lhes viera à mente fazer." - p. 320
Pessoal, quando hoje a idolatria, e toda sorte de ideologias pagãs baterem a porta. Não dê ouvidos como dera Arão. Sejamos firmes na Palavra de Deus, nos Seus designios e pricinipios. Inabaláveis. Mesmo que isso custe nossas vidas, como já ocorrera com muitos cristãos, em especial, apóstolos, os reformadores. Não apenas em vista as virtudes disso, as bênçãoes naturais que receberemos por estar fazendo conforme a vontade de Deus. Mas também em vista, que um simples "sinal verde" não apenas permitirá que o proposto ocorra, mas que seja introduzido toda uma "nova linha de ações pecaminosas". Permita hoje que a bateria seja tocada na igreja, e amanhã estará permitindo o "rock de Jesus". Começa a dizer que tem que erguer as mãos para ter favor de Deus e daqui a pouco estará cantando "erguei as mãos", com tudo mundo levantando as mãos, ou até mesmo batendo palma. Permita a maquiagem, daqui a pouco terá que permitir os demais ardonos. E por ai vai. Comece a dizer que há periodos de tempos mais sagrados e outros menos no sábado, e daqui a pouco bla bla bla. Comece a comer bolacha de maisena e daqui a pouco estará comendo bolacha recheada de chocolate. E por ai vai.
O pecado, as atitudes equivocadas... apenas conduzem a mais pecados, a perda de força moral, a perda de principios, a acomodação com tais... é conduzido ao que chamo de "anestesia para o pecado", você não o sente. Quando produz tal, não sente mais dor espiritual. Mais repugnancia e ódio por tal. E também começa a influenciar os outros com isso, a dizer "não tem nada demais". "qual o problema?", "isso era apenas no passado".
Pessoal, aprendamos com os erros de Israel. Aprendamos com os erros de Arão. E principalmente, aprendamos com a atitude de Moisés.
Recomendação: Sugiro a leitura do capitulo "Idolatria no Sinai" do livro Patriarcas e Profetas.
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