08 janeiro 2010

Chuvas em São Paulo - 2009 e 2010

2009 foi ano que muito choveu, até mesmo em Julho, quem diria. Ao mesmo tempo, foi marcado por inundações. Porém, antes de haver alarmismo de que isso são coisas “apocalípticas”, de fim de mundo, aquecimento global. Dêem uma olhada bem séria nesses 3 gráficos:


- Ocorrências de alagamento em São Paulo (pontos por ano)
- Total de dias com registro de alagamento em São Paulo
- Chuva em São Paulo, mês a mês desde 2004

2009 foi chuvoso tão quão em 2006 em São Paulo, e que não ficou muito longe acima da média dos demais anos.

2009: 2.019mm = 168,25 a.m.
2008: 1.660mm = 138,35 a.m.
2007: 1.624mm = 135,33 a.m.
2006: 2.010mm = 167,5 a.m.
2005: 1.730mm = 144,16 a.m.
2007: 1.645mm = 137,08 a.m.

Média: 1.781,33mm = 148,44 a.m.

Logo, isso nos faz pensar sobre o problema com enchentes que houve. E não tem como fugir das principais razões:
- impermeabilidade do solo;
- evasão irregular: nível dos reios, e reservatórios que em geral se permaneceram alto, além de, boeiros entupidos e sistema de esgoto mal planejado;
- construções e ruas irregulares, em locais irregulares, como em margem de rios em suas planícies.

Dia 21/01/2010
Quinta-feira, e hoje tivemos uma trágica manhã na Grande São Paulo, inclusive Capital. Desde as 22 horas da noite anterior, uma forte chuva que continuou de madrugada. E por fim, tudo de importante ficou alagado. O que aconteceu? São Paulo parou.

No caminho para o trabalho, pego um forte congestionamento numa avenida entre duas montanhas, pois houve um dismoronamento, inclusive com arvores, de modo que apenas uma pista ficou livre. As principais vias (melhor, as artérias de São Paulo) tiveram pontos alagados. E diante de algumas imagens que vi nessa manhã [veja o video abaixo], algo me intrigou. No morumbi, um grande contraste, a nova ponte do morumbi, aquela imensa obra faraônica, bela, cara; e a poucos metros, a Marginal Pinheiros alagada.



A grande realidade é essa. Dinheiro gasto em obras faraônicas, enquanto que a infra-estrutura (se é que ela existe) não é lidada com o devido valor. Quando a as chuvas não eram frequentes como estão, quando não se chovia tanto, logo, não alagava, não incomodava e, absolutamente, ninguém, falava de um problema claro em São Paulo. A região não tem infra-estrutura alguma! Sobretudo para lidar com desastres. Sorte que é uma chuva, a água uma hora passa. Porém, e se fosse um terremoto?

O interessante é que é comum ver sempre alagamentos "nos mesmos pontos", diga-se de passagem na "Mg. Tiete" (sempre nos mesmos lugares). E mesmo nesss locais pontais, anos passaram, e não "reformaram" o lugar devidamente. Se há pontos de alagamento, deveriam haver uma infra-estrutura de alternativas para com esses pontos. Porém, o triste é que muitas das "vias" [alagadas] elas em si já são alternativas, construidas, às pressas, como aspirina para aliviar um pouco o congestionamento.

E outro grande problema é que não há um sistema eficiêncie de escoamento. Quais são as alternativas em São Paulo? Algumas represas, galerias, e os dois principais rios: Tiete e Pinheiros. E quando tais não darem conta do volume, acontece o que aconteceu. É quase uma piada uma das mais ricas cidades do mundo, o coração economico do Brasil e que ainda sente calafrios quando vê nuvens no céu.

No Japão construiram galerias subterraneas simplesmente colossais! Aqui há várias opções, diga-se de passagem, estamos bem a cima do nivel do mar, num mar de morros, há não muitos quilometros da "Serra do Mar", e do próprio mar. Mas, infelizmente, o que observamos politicos mais interessados em obras "visualmente" faraonicas (e que não resolve nada, apenas alivia sintomas) do que obras colossais "não-visuais", mas que resolvem. Pois que politico será lembrado por ter solucionado as enchentes quando elas não mais incomodarem? Porém, bem diferente é daquele no qual os cidadãos atravessam um ponte ou via com o nome dele.

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