07 outubro 2014

A Disputa Presidencial de 2014 - Brasil

Antes de iniciar este delicado texto, quero dizer ao caro leitor que não tenho ligação política, nem tampouco uma preferência partidária. Por outro lado, posso dizer que para alguns partidos e políticos, tenho muito mais suspeita e receio. Todavia, sou normalmente a pessoa que vota NULO em praticamente todas eleições, você concorde com isso ou não.
Vivemos num período de forte esfriamento do crescimento econômico em todo mundo. Dois dos principais motivos são o envelhecimento populacional e a concentração de riquezas/poder. Tais, como,consequência geram outros graves problemas: A Previdência (pagar/bancar/manter a classe de idosos/aposentados) e a estagnação do mercado (este dominado por grandes empresas que regulam, impedem o surgimento e crescimento de novas empresas que venham a competir). Os países mais jovens ou em desenvolvimento ainda tem um folego a mais.

Bem, não se trata apenas desta minimalista exposição, é mais complexo. Porem, quero dizer que toda a Economia depende muito de dois fatores extremamente correlacionados a tais pontos: (1) Superávit das finanças junto com grande oferta de mao de obra jovem e (2) crescimento real da economia. Porem, muito mais importe do que o passado e o presente são as perspectivas destes 2 pontos para o futuro. Ou mais simplista, a rigor, um país so funciona bem quando a confiança da população e estrangeiros para ele, no futuro, sobretudo de sua estabilidade econômica e crescimento são críveis.

É como pensar em saúde. Você casaria, continuaria o namoro, sabendo que seu seu companheiro iria contrair um câncer, ou enfrentar uma paralisia perpetua, a partir do ano que vem? Você sairia de casa se houver grande chance de  contrair uma grave doença la fora, num caso de epidemia? Certamente não.

Do mesmo modo que ha exames para monitorar a evolução da nossa saúde, existem diversos índices para medir a saúde econômica de uma nação e do mundo. Tais são importantes tão quão um hemograma, raio x, tomografia são para identificar doenças e problemas graves que muitas vezes requerem uma atitude radical, de emergência, como uma cirurgia.

Todavia, infelizmente, o que tem ocorrido no ultimo governo do PT, na pessoa da Dilma, foi uma declarada falta de atenção para esses índices. Até mesmo, tomando atitudes contrárias. Como se um medico após diversos exames dissesse: Seu paciente está com o quadro clínico pior, precisamos medica-lo com drogas mais fortes e interna-lo. Todavia, para você não perder a confiança do seu paciente você dissesse para ele: " Tenho ótimas noticias, estamos acompanhando a evolução do seu caso. Acreditamos que o senhor ira melhorar. Estamos tomando todas medidas para isso. Tome este remédio que você ira se sentir melhor." E então é ministrado um remédio apenas para aliviar os sintomas e a pessoa sentir-se mais confortável. Mas sem começar o tratamento com drogas fortes e a internação. A grosso modo, este foi o jeito que o PT tratou a economia nos últimos anos. Não tratando os problemas, antes vendo-os agravar, mas aplicando sedativos na sociedade (bolsa família, cargos comissionados, dentre outros). Enquanto, do outro lado, os médicos e os exames apontam o contrário, que o país está sofrendo um risco forte de recessão.

Mas o que isso significa? É algo que só importa para os ricos ou quem é investidor e tem dinheiro?
Infelizmente, Economia não é ensinado nas escolas. Descobri nessas eleições, pessoas que admirava, mesmo com mestrado em sociologia na USP, que para elas, a palavra 'economia' nada significa, é uma palavra que apenas os burguês e de direita se importam. O que é uma grande inverdade. Se a sociedade, o país pode ser representado pelo corpo humano, a Economia é seu sistema circulatório. Um fluxo negativo no PIB, no investimento, no crescimento economico, aumento na inflação, são como uma terrível hemorragia, se não for estancada, uma parada cardíaca pode vir a acontecer a qualquer momento. O que obrigaria a pessoa entrar em coma, podendo vir a óbito. Ou seja não é apenas o coração, o sangue, o dinheiro, bancos, ricos os afetados, mas sim todo o corpo. Ou seja, toda a nação, cada orgao e célula! E as primeiras a serem afetadas são as periferias do corpo, os orgaos menos importante. E os menos afetados, a principio, seria o próprio governo.

Mas qual é o grande risco? Podemos ser acometidos por uma grande depressão da economia. Isto significa que as pessoas estarão tomadas por perspectivas ruins, desconfiança. Investidores deixaram de investir, ou procuraram outros lugares no mundo. As empresas vao passar a produzir, vender e investir menos, consequentemente ira haver drasticos cortes (desemprego) e conflitos com os sindicatos. As empresas deixaram de contratar. Os bancos recearao emprestar dinheiro por medo de calote, os pequenos negócios ficarão profundamente temerosos e podem vir a falir rapidamente. As pessoas ficaram com medo de abrir um negocio, de empreender, de comprar. Um efeito bolo de neve ira se efetuar atacando e destruindo conforme os indicadores piorem. A inflação poderá explodir, fazendo com que muitas poupanças percam toda credibilidade. Os estrangeiros poderão ser oportunistas para comprar nosso pais a preço de papel. E como se levantar, como reverter? Quem emprestará dinheiro para o Brasil bancar as próprias necessidades básicas?

Posso estar sendo trágico? Talvez. Mas isso aconteceu ha pouco tempo. Veja logo ali, na Europa, Grécia, Portugal, Espanha. De repente chega o ponto que não tem como, aposentado não recebe seu salário.

Espero que nada disso aconteça. Pois se acontecer afeta absolutamente tudo. Desde as prateleiras do supermercado, a educação, saúde, preço da gasolina, imóveis, segurança publica etc.

O Grande Perigo de 2016

Mas para ver como a coisa é grave. O Governo, para fins de eleição e preservação da autoimagem, maquiou os resultados financeiros e os indicadores do Brasil. Alem disso, em 2016 a 'nota' do Brasil será reavaliada, em termos de risco de crédito. [Veja mais sobre isso] Que a grosso modo é qual é o risco/perigo de o Brasil dar um calote nos seus compromissos?!  Se a nota é boa, isso quer dizer que o Brasil é confiável, os estrangeiros irão investir em nós, irão financiar nossas dividas, dentre outros, tsmben teremos mais credibilidade para o mercado interno, e também para agirmos la fora. Pois ao invés de sermos de fato vistos como internados num hospital, passamos a ser encarados como atletas treinando em plena forma.

Um dos imensos grandes riscos não é o ano de 2015. Ha ha um consenso que será um ano terrível, independente de quem vença a eleição. Pois terá que lidar com muitas heranças de todos esses anos de PT. Será um desafio lidar com a inflação, juros, e com os setores e produtos que foram congelados ha anos pelo PT.  Dentre tantos outros desafios. Mas talvez mais crítico é o temor de que em 2016 nossa 'nota' seja rebaixada para um nível igual ou menor ao que era em 2007. Isso seria fatal, muito grave. Instantaneamente, diversos fundos que investem na ordem de bilhões aqui no Brasil deixariam de investir no Brasil. As consequências são extremamente pessimistas. Seria como se o Brasil tivesse uma perna amputada ou algo ainda pior. [Nota do Brasil em 2014 caiu de BBB para BBB-]

Novamente, não sou Petista, não sou PSDBista, nem tampouco PMDB, ou qualquer outro. Não confio na integridade nem da Dilma, nem do Aécio, tampouco da Marina, ou qualquer outros dos candidatos do 1o turno. Não coloco minha mão no fogo por nenhum deles e, metafisicamente, acredito que escondem crimes e golpes imorais (apesar de alguns serem explicitos).

Mas o ponto é que o PT, pelos últimos 4 anos, deixou explicito sua política e jeito de governar o país e a economia. Não demonstrou que ira mudar isso. Talvez algo simples, mas nada de medidas impopulares. Alem do mais, nem ao menos reconhece os próprios erros e equívocos que estão escancarados em todos os lugares. Porem, infelizmente, conheço pessoas que trabalham na Petrobras ou outros orgaos públicos, sem ter prestado concurso, com,vida mansa, viajando pelo o Brasil e o mundo, sempre de vida tranquila, que falam do PT como se fosse um deus. Atacam quem se opõe, desrespeitando a própria liberdade desses não serem a favor do PT. Alem das campanhas, onde não vimos o PT realmente propor propostas necessárias e críveis. Apenas atacaram, tentaram destruir a imagem dos concorrentes (a Marina que o diga). Implantou uma politica do medo, semelhante ao Nazismo, de que se o PT sair do governo é o fim do Bolsa Família e milhões de pessoas irão para a pura miséria, mesmo quando os concorrentes se comprometem que não irão fazer isso. A Marina ate mesmo, em desespero, propôs o 13, para os bolsistas - um terrível absurdo que a fez perder milhões de votos, de vez.

Se o Aecio for eleito? Não acredito que será o fim da corrupção. Não acredito que o Brasil passara a crescer 7% ao ano, com a inflação menor do que 6%, e os juros abaixo de 9 ou 10%. Não acredito que as empresas brasileiras crescerão milagrosamente. Não acredito que o Bradil deixará de ter milhões de pobres a beira da miséria. Não acredito que não teremos mais crise hidrica e energetica. Não acredito que todas as cidades do Bradil terão saúde publica de qualidade. Nem que nossas escolas disputaram o rank com a Suiça. Etc. Em todos esses blablablas eleitoreiros.

Qual é o ponto. Na Historia, observamos que é benéfico, ou, diminui alguns problemas, ou como alguns diriam ' é saudável para democracia' quando ha alternância de poderes. 12 anos de um partido, isso já implora por uma alternância, no mínimo como contigencia. Do mesmo modo, o estado de São Paulo necessita de uma alternância.

Alem disso, o ponto que mais me preocupa é o futuro, de olho em 2016. Não sou apenas eu, mas tanto os economistas e especialistas nacionais, quanto internacionais, não acreditam que a Dilma irá corrigir seus erros e mudar drasticamente para mudar a economia. Os próprios mercados, a Bolsa, o índice ibovespa, a cotaçao do dolar, a correlação com a chance da Dilma continuar é inegável!!! E ATE NISSO, ela se recusa a reconhecer, nem ao menos busca acalmar os ânimos do Mercado. É como se dissesse: "Vocês terão que me engolir, queiram ou não."

E agora?! - É o que as pessoas, sobretudo jovens, de maior nível de educação se perguntam. Não conheço NENHUM PSDBista que votou no Aecio Neves para presidente. Repito: Nenhum! Mas sim pessoas de fato, preocupadas com a democracia, a economia e poder, caso a Dilma ganhe. Nso estão votando por serem fieis ao partido, mas por ser uma oposição ao governo Dilma. Não é uma luta contra a fantasiosa esquerda de outrora, mas contra a Dilma, contra o PT, contra essa política que estagnou e pôs o freio no Brasil, além de escancarar os maiores assalto da História do Brasil, pela corrupção. Inclusive pessoas que apoiaram e elogiaram o governo de Lula. São pessoas que estão acima de tudo preocupadas com o futuro do Brasil, não apenas o curto prazo e as medidas populistas. É a lanchonete da esquina com medo de fechar as portas, são os funcionários do banco com medo de pedir demissão e abrir um negócio, ou de não conseguir outro emprego. É o medo de agravarem ainda mais a crise das estatais brasileiras, da manipulação das massas com medidas e propagandas populistas. É o medo que a corrupção se agrave ainda mais. É o medo de o país acabar numa recessão como a Grécia. São os jovens sem perspectiva de futuro.

Do outro lado, na mão do PT, o que vemos é o partidarismo. Quem vota no PT são os PTistas, e as diversas famílias que foram manipuladas a acreditar que o PT é o seu deus, e  que votar no PT significa manter o Bolsa Família e que não votar no PT significa que vão perder a Bolsa, que por sua vez, tentam argumentar que o Brasil em muitos aspectos esta melhor do que em 2002 (ufa!!!!!!!! Ja pensou se nem isso? E o Brasil em 2002 não estava melhor do que em 1994?), ou então atacar os concorrentes como se eles quisessem destruir o país, os programas sociais, privatizar tudo (alias, pregam a privatização como sendo o demônio). Esse terrorismo ideológico e intolerante é a única arma que parece ter sobrado a um governo que se vê sem méritos.

Tudo isso é uma grande lastima. Sou a favor do projeto da Marina do fim da reeleição. Talvez, um fim da reeleição partidária também deveria ser pleiteada. Mas talvez esteja falando besteira.

Programa Bolsa Família

O gráfico acima precisa ser analisado por além do ponto de vista do quão o programa tem aumentado pelo Brasil. Infelizmente, não consegui encontrar um gráfico que mostre o déficit das famílias que precisam e ainda não recebem a Bolsa Família, o que mostraria o quão o programa ainda deve se extender. Outro ponto importante deste programa é que ele pode esconder 2 fatores importantes: (1) quantas famílias que iniciaram do Bolsa em 2003 sairam ao longo do tempo? (informação não encontrada) e (2) o gráfico ideal do Bolsa da Família é que ele atinga um Ponto Critíco de alta, onde passe a reverer e o programa passe a diminuir. Tais indicariam que tais famílias sairão da miséria, que a necessidade da Bolsa diminuiu, que houve desenvolvimento no Brasil, diminuição das famílias pobres, que elas conseguiram emprego e se manter por conta própria. Enfim, são como doentes que se curaram e um programa preventivo ocorreu eficientemente. Infelizmente, esses dados não consegui encontrar na Internet, isso faz criar uma especulação de que o Bolsa Família não somente está criando 'dependência', como está aumentando sua demanda (ou seja, possívelmente, mas famílias entrando em estado de pobreza).
Seja quem for o novo Presidente deverá lidar com esses 2 pontos; O aumento da oferta do Bolsa Família para famílias ainda não contempladas pelo prorama (e que precisam) e o de não criar dependência, mas sim, superação. Neste ponto, o Aécio e a Marina foram os únicos que tocaram nas campanhas. A Dilma permaneceu apenas no aspecto da ampliação, temendo que pudesse ser impopular medidas contra a dependência, podendo ser impopular.

Palavras Finais
Espero que o leitor possa refletir mais sobre esses pontos. No segundo turno. Há um perigo iminente. Pelo menos, a oposição declara que reconhece essa gravidade, essa hemorragia e se comprometeu a lutar, combater esta doença (que Dilma insiste em negar que exista), visando que a 'nota' do Brasil não caia em 2016.

Obs.: Dilma podia ter feito muito mais pelo Brasil e teria garantido facilmente a reeleição se tivesse conseguido aumentar esta 'nota' nestes últimos anos. Os benefícios para o Brasil teriam sido grandiosos.

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