09 julho 2008

Lei Seca


"Os brasileiros são mesmo engraçados. Vejam algumas observações curiosas que ouvi após a intensificação na fiscalização de quem bebe e dirige: "Quer dizer que não posso mais comer bombom de licor e dirigir?" Engraçado, de repente bombom de licor passou a ser a sobremesa preferida do brasileira! "Se usar enxaguante bucal posso ser preso por dirigir embriago". Acredito que a maioria mal escova os dentes, mas todos usam, religiosamente, enxaguente bacual. E enxaguante, enxagante bucal. E enxaguando com álcool é do tempo da minha avó! O dono do bar em entrevista diz: "Essa lei é absurda. Meu faturamento caiu 30%". E as vidas slavas com esses 30% não contam? E eu que não pedi a CPMF e tive que pagá-la. Conversa na fila do banco: "Você viu o acidente na marginal? O rapaz estava bêbado, perdeu o controle do carro e acabou com a vida dele e do pedestre que esperava o ônibus. Esses políticos não fazem nada!". Agora, a conversa é: "Essa lei é só para arrecadar. Duas latinhas de cerveja não me impedem de dirigir. Políticos não fazem nada mesmo!". Quem elege os políticos? Realmente nós, brasileiros, somos engraçados." - Rodrigo Grillo, Santo André (Palavra do Leitor, Diário do Grande ABC - 9 de julho de 2008)

É dificil, mas até que fim uma Lei realmente, na qual posso dizer: BOA. Não deve dar nenhuma brecha para dar a idéia: "Não há mal algum em beber." Mas sim claramente a posição: "Beber é uma das desgraçadas dessa sociedade e deve ser atacado." Lembro do discurso de George W. Busch para lutar contra o terrorismo, pois deve ser banido do mundo. Quando na verdade, a verdadeira empreitada deve ser tomada em prol de livrar as coisas que destroem a sociedade e não tenho a menor dúvida em dizer que o Alcool é maior vilã que o terrorismo. Terrorismo de verdade é o que as empresas que lucram através do vício, da entrega às paixões, do carnaval, concupscência do homem!

Não deve ser dado oportunidade alguma para empresas fazerem propagandas em prol de tais. De certa forma essa Lei é pouca, mas está bom para um primeiro passo. Mas leis mais intensas deveriam ser feitas quanto ao consumo de drogas, visto que o tráfico de drogas apenas há porque há consumidores, sendo a maioria classe média e classe alta. Leis duras e ceveras em combate ao consumo, obteriam grandes resultados. Como colocar o consumo num nível de um crime grave, tendo que passar tempo em prisão e pagar uma finhança considerável.

Veja por outro lado. O consumo de alcool está enraizado numa cultura, estilo de vida, o qual deve ser combatido. Após, supostos, avanços na sociedade, há ainda tanta gente que se entrega ao irracional, a perversão, a paixão, a liberdinagem, ao euísmo, ao carpe diem, ao nem aí para o próximo e o mundo; que se entregam ao consumo daquilo que deveria fazer parte do cardápio!

Hoje vivemos sim uma crise quanto aos alimentos, entre outros. Longe está de ser a maior pela qual o mundo passou na História registrada. Principalmente, devido a ocorrências climáticas, aumento do valor do petróleo e uma demanda maior que a oferta. Talvez essas coisas sejam temporais, a tecnologia dê um jeito; mas certamente irá agravar a produção, devido ao aumento da população no decorrer das décadas. Não só para isso, mas para diversas outras coisas. Não chegou a hora de deixar de lado tudo aquilo que for desnecessário?

Toda matéria-prima e derivados usado na produção de bebidas alcóolicas, guloseimas, entre tantas outras coisas, desde móveis até aparelhos tecnológicos, à automóveis FÚTEIS! Deveriam ser banidos. Devemos fazer um uso racional de todos os recursos que há no mundo e na administração deles. A curto prazo, lógico, empresas seriam atingidas drásticamente que dependem desse produto; assim como haveria certos incomodos na economia, mas a média e longo prazo, a coisa reverteria, e através de um sistema mais claro e racional, isso seria mais tendêncioso à estabilidade.

Veja alguns dados:

- o Brasil gasta 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano para tratar problemas relacionados ao álcool, que vão desde o tratamento de um dependente até a perda da produtividade por causa da bebida.

- As indústrias de bebidas alcoólicas movimentam no país 3,5% do PIB.

- O alcoolismo está entre as 10 causas de internações clínicas no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, em média 120 mil pessoas são hospitalizadas por ano, em virtude da doença, o que gera um custo de R$ 60 milhões aos cofres públicos.

- No Brasil, o alcoolismo já é a segunda causa de mortalidade e a sexta de internações. Oitenta por cento dos acidentes causados por falha humana, com socorro feito pelo Corpo de Bombeiros, envolvem a ingestão de álcool.

Limites! Opa, podemos destruir nosso corpo, nosso fígado, nosso imunológico, nossa mente... até um limite. Podemos destruir nossa sanidade mental, nosso discernimento nas palavras, podes retirar todo valor aos valores morais, ao valor do Templo do Espirito Santo (nosso corpo); podemos nos transformar em pessoas repugnantes, sem valor nas palavras e ações inempensadas, incalculadas; livrando-se - supostamente - de qualquer norma de valor e dever para com Deus e a sociedade. Aí estabelecem um limite, o qual é totalmente incerto. Passando, a ser determinado ao ponto de "Contando que não venha a prejudicar fisicamente uma segunda pessoa." O que ainda é discutível. Que limite é esse? O limite no qual a pessoa consegue decidir que não irá beber por uma semana, mas que beberia se houvesse oportunidade?

Sim, sou totalmente contra ao uso e consumo de algo. Graças a Deus nunca ingeri alcool. Mas compreendo que do mesmo modo que nunca bebi e não fui incentivado pelos meus pais desde crianças, muitos dos consumidores hoje fora o contrário. Ou mesmo tiveram vários agravantes que lhes tendenciaram a consumir e hoje tornaram-se "praticantes dessa religião", alguns, totalmente bebados. Outros, com dificuldades em sair dessa.

Apoio a medida quanto a proibição. Mas a fiscalização deve ser mais pesada. É fácil pegar um sujeito ou outro por aí. Mas cadê a fiscalização nos pólos de consumo? Os pontos de baladas. E lugares típicos onde pessoas, em maioria jovens, vão beber; e usam o carro como transporte. Os policiais deveriam fazer comandos especiais para pegar esse pessoal. Aliás, quero ver a fiscalização disso, em festas juninas, e nas fetas de fim de ano.

Mas é um primeiro passo. Gostei de algumas medidas adotadas quanto ao tabagismo. Sonho que daqui algumas décadas a humanidade estivesse livre de tais substâncias que agridem nosso corpo e mente. Que podessamos rumar para um mundo sóbrio, pelo menos para um Brasil sóbrio. E que assim, do mesmo modo, o dinheiro possa ser melhor e mais racionalmente usado e aplicado.

1 comentários:

Fred Torres disse...

Concordo plenamente.

Pena que no nosso século, as palavras não significam mais nada e os atos são vazios de significado.

Assim, fica fácil falar que não há problema nenhum em qualquer ato de libertinagem que se queira.

Moral? Cada um tem a sua, não é?
Pois é, ditadores e mercenários também pensam assim...