26 fevereiro 2007

Mudança de Vida - O Autoconhecimento

Há uns meses atrás eu postei um resumo da minha vida, de como ela era e como Deus transformou-me para aquilo que sou hoje e aquilo que ainda serei; um caminho que busca restaurar o homem ao plano original de Deus (quando o criara). Mas como é que foi o período dessa mudança? Como é essa mudança? Como é viver com isso? - Bem, é isto que espero revelar nesse post.

Vamos voltar no tempo, não como o Dr. Brow no "De Volta para o Futuro", mas nas minhas lembranças dessa época, 2003. Lá estava eu no inicio do Terceiro Colegial, e logo no inicio do ano, eu era uma pessoa totalmente egoista, ambiciosa e que ODIAVA às outras pessoas, nem ai para Deus, um verdadeiro anti-Cristo, aliás, nem sabia quem era Jesus. Era um briguento que odiava igreja tão quão detestava estudar, que ia muito mal na escola; também odiava ler. E que a vida se resumia em TV, cinema e futebol. Fora que me alimentava como um porco, apenas comia carne, frango, tomava muito refrigerante (não conseguia almoçar sem beber... pra ter idéia)... e não comia nem mesmo alface [para ver como era um total "anti-vegetariano"]. Ah!, e também sofria pelo menos com 2 ataques diários de rinite. E que costumava dormir bem tarde assistindo InterCine na Globo. Acordava cedo, umas 6h20 para ir pro colégio.

Mas aí aconteceu o dia D, em que Deus intercedeu na minha vida, de tal modo que levei uma rasteira, e assim, preso no fundo do poço, tive o privilégio de olhar para cima - a humildade de reconhecer que precisava de uma corda - e segurei nela; mesmo não sabendo direito quem era que estava me puxando para cima. (para ter mais detalhes desse ocorrido, leia "Minha História & Meu Deus").

[Já assistira o filme "
Os Miseráveis"? Farei alguns paralelos com ele.]

Lá estava eu em meu leito, a depressão circulava em minhas veias alimentando cada célula de meu organismo. A vida havia acabado para mim. Então, no mais profundo de meu arrependimento, ergui minha voz a Deus e pedi-Lhe perdão, uma segunda chance! Em sua obra, Victor Hugo criara o personagem Jean Valjean, e chegou um certo momento de sua vida, que um bispo, padre (algo assim) salva a sua vida, de tal modo, que Valjean não merecia e nem mesmo pedira. E após salvar a vida dele, o padre lhe fez um pedido, mais do que isso, uma promessa: "de que ele fosse um novo homem."

Foi esse o pacto que eu fiz com Deus. Ele me salvou. Na verdade eu não o busquei quando estava no fundo do posso. Foi Ele que veio até mim, veio me socorrer e lhe ofereceu Sua ajuda; disse para buscá-Lo. E após Ele me salvar, fora tamanhã a gratidão, que o minimo que eu podia fazer por Ele era ser um novo homem; E foi o que Lhe prometi.

Agora eu havia nascido de novo, era um novo homem, um bebe! Não sabia nem mesmo falar; não sabia pensar; não sabia comer; apenas sentia os meus instintos. E naquilo que minha consciência alegava ser certo, da vontade de Deus ,eu fazia. Mas não sabia nada, nada: Quem era o Homem que me tirara do poço?

De março até junho o meu carater, meu temperamento mudou, aos poucos foi mudando naturalmente. Não sei como explicar. Simplesmente era como se não fosse eu. Aliás como é que se faz isso? Eu não sei. E se alguem soubesse, seria um baita milhonário. Fui mudando, tornei-me uma pessoa mansa, para quem era um briguento de carteirinha. Tornei-me humilde, para quem era um orgulhoso e egoista. Em junho, houve uma semana de oração, na qual um pastor inspirado trouxe-me uma mensagem audaciosa "Desistir de minha vida. E entregá-la totalmente para Jesus." E eu fui atingindo por aquelas palavras, a mais profunda reflexão apoderou-se de mim; e então, fiz um novo pacto com Deus, de entregar a minha vida em Suas mãos. Morrer para o eu, e deixar que Deus vivesse em mim. Era tudo tão simples. Eu amava Deus, e esse amor fazia com que eu fizesse a vontade dEle sem exitar e com motivação.

E comecei a tornar-me uma pessoa raciocinal; comecei a pensar nas coisas, a refletir: na vida, nos hábitos, no que fazer etc. E então Deus colocou uma pessoa no meu caminho que me conduziu a ler o livro "Ben Carson", a biografia de um neurocirurgião americano que nasceu pobrérrimo e hoje é renomeado mundialmente. E através desse livro eu passei a ter vontade, como um faminto, de "ler" e "estudar". Após esse livro, peguei outros para ler. No inicio era dificil a leitura, demorava cerca de 2 meses para ler um livro de bolso de 300pags. e com um dicionário sempre presente, como para desvendar o significado da palavra "discernimento". Até que então li um outro livro, do pr. Alejandro Bullon, "Conhecer Jesus é Tudo", e esse livro despertou-me a vontade de estudar a Bíblia (isso por volta de setembro, outubro).

Nesse tempo, eu havia decidido parar de tomar refrigerante, visto que percebi que não havia razão, lógica, razão para tomar. Então comecei a estudar a Biblia como um esfomeado devora um prato de comida. E ai cheguei com a primeira grande provação: Uma garota que eu gostava muito mas era de outra religião, espirita; Um amigo meu avisou-me que não deveria namorá-la; foi quando pela primeira vez li um livro da irmã Ellen G. White. E numa luta tremenda com Cristo, pois por um lado não queria acreditar naquilo, aquela mensagem "CONDENAVA" a minha vontade, o meu desejo. Então, num domingo, estava ali conversando com Deus, estudando a Palavra; quando lembrei-me de meus votos, lembrei que Ele havia me tirado do fundo do poço, de como Ele estava mudando não só a minha vida, mas meu caráter; então, foi quando aquele amor transbordou em meu peito, e com gozo, rejubilo, como um grito de vitória após o fim da batalha eu decidi fazer a vontade de Deus. No dia seguinte falei para ela, falei o motivo pelo qual desisti de namorá-la; mas com um espirito de vitória, alegria, libertação, gratidão. E ela ficou impressionada, tanto que, após isso, foi na minha igreja uma vez ou outra. Enquanto eu, ao passar por essa prova, fiquei feliz, alegre; o meu coração rejubilava de alegria a cada prova vencida.

As tentações e provações diárias aconteciam. Mas sempre eu estava revestido da armadura do cristão, como descreve Paulo. E com o passar do tempo eu crescia em conhecimento, já conhecia um pouco mais sobre Aquele que me extendera a corda; e quanto mais O conhecia, mais confiava nEle, mais me entregava, mas O temia, mais O amava...
Até que ali pelo final de novembro, em minha concepção de certo, eu fracassei. Não busquei a Deus. E pequei conscientemente. Isto me fez lembrar do "pacto" que havia feito lá em março. E conclui "lá se foi a minha segunda chance". Eu ainda era um menino, não conhecia o perdão de Deus, não conhecia a Sua graça. Satanás trabalhou fortemente e eu ia dando ouvidos, a tal ponto, que passei a acreditar que "já era", nunca vou conseguir abandonar o pecado; iria desapontar a Deus; não seria salvo etc. E entrei em uma profunda depressão do tipo, "chuta o balde". O pior é que minha consciência e raciocinio estava a tal ponto que eu também não via prazer, razão, motivo, gosto, nas coisas do mundo. Apenas Deus era a minha vida e nada mais tinha o mesmo a oferecer; mas agora eu estava fazendo uma coisa louca: "Era como se estivesse decidindo por Ele mesmo que iria me abandonar!"

Dezembro foi um mês estranho, do tipo "iô-iô", ora eu estava de boa, ora na depre. E num desses momentos bons, foi quando conheci a mensagem da Reforma da Saúde que Ellen White instruira; mas não por ela, mas por um médico americano chamado de Dr. Sang Woo Lee, em seu livro "Liberte-se". E lembro exatamente de uma tarde de sábado, quando tomei a decisão de nunca mais comer carne na minha vida, e fui até a cozinha e falei isso para a minha mãe. Mas não desanimado, como se aquilo fosse um fardo, "um não", "um amordaça". Mas alegre, vitorioso, com o cálice da libertação! Mas ai novamente fiquei "mal", e foi quando que em janeiro, Deus me revolou "o Seu perdão". Que bênção!

Minha vida recebeu um novo animo. No final de janeiro, eu decidi parar de comer carne branca. Passei a me tornar vegetariano. E entre fevereiro e maio eu segui a risca, perfeitamente os remédio de Deus, os principios de alimentação. Foi quando Jesus curou-me da Rinite Alérgica Hereditária - é considera incurável pela medicina secular. E os momentos mais incriveis da minha vida no sentido de bem estar fisico, mental e espiritual. Cada dia era um deleite, pois eu respirava Deus e Suas bênçãos, principalmente quanto a saúde. Mas ai, numa certa noite, em junho, eu comi "uma bolacha de maisena". Depois disso, nunca mais voltei a ter tamanho estado de saúde, de dilegencia nessa questão.

Aos poucos fui vacilando. Entrei em muitos altos e baixos. Recordo-me que junho foi um mes horrível (parecia um campenato de iô-iô). Mas nessa altura, eu não suportava nem mais sentir o cheiro de carne no fogão, o cheiro me dava um certo tipo de nojo, meu corpo rejeitava-o, como água ao estar sendo afogado.
.... .. ...

HOJE

Como descrever-me hoje? Descrevo-me como uma pessoa consciente de seu estado laodiceiano. Porém, com um diferencial, que busca, que deseja, que roga, para sair de tal. Busco o reavivamento; a chuva serôdia. Hoje minha consciência é imensurávelmente maior. Um dos dons que Deus me deu foi o "discernimento", até sobre aquilo que nunca estudei, eu consego perceber qual é a vontade de Deus. E isto é o que mais me abala, pois "aquele a quem é muito dado, muito será cobrado." É tantos detalhes, coisas do tipo "misturar arroz com feijão; beber um suco de laranja 1h depois do almoço" já são uma tentação. E de contra-partida, a igreja (pessoas) está cada vez mais moldada nos costumes e ideais do mundo; e percebo tão claramente "as coisas" como deveriam ser, e que não são, que sinto o dever dado por Deus em Isaias 58:1; mas toda vez que paro para ver, percebo claramente, que não tenho cumprido tal diligentemente.

Vejo-me como um Jonatas que tem uma mensagem, o poder que vem do Alto, para converter uma cidade, Ninive, em 40 dias! Mas que ao invés de ir lá e cumprir o meu dever a risca, com toda a diligência, tenho fugido por um barco, e tentar ministrar esse "dever" da forma mais comoda possível para as pessoas, escondendo-me no meio dos "pescadores e marinheiros".

Hoje muitas coisas são naturais para mim. Hábitos bons. Porém, muuuiiita coisa ainda tenho que mudar. Aliás, se algo percebi na minha vida é que, quanto mais você vislumbra o Santo dos santos, mais você percebe o quão é necessário mudar, reformar. Isto promove uma constante humildade e necessidade da Graça de Deus, pois você se percebe nunca merecer o perdão de Deus, muito menos estar puro. A única esperança, motivo pelo qual viver é Jesus.

Se tem algo que me deixa decepcionado é ver os outros serem hipócritas consigo mesmo; não confessam a verdadeira razão, não confessam que decidiram fazer tais coisas, que são culpados; mas sempre "amenam suas culpas". Como quando dizem "ah cara, esqueci!"; bem se esqueceu, já é culpado pois isso já quer dizer que não cuidou bem de sua memória, e não tratou com seriedade algo e tudo na vida é importante. Ou mesmo quando eu como um pedaço de bolo num aniversário, e depois os outros se sentem com "a consciência tranquila" porque o "Evandro" comeu. E então eu repreendo a mim mesmo por isso, diante deles, e eles ficam meio perplexos sem saber o que dizer, pois não querem se confessar; então vem com aquelas "de vez enquando não faz mal; isso é fanatismo; você é extremista!", e por ai vai. Eu não polpo a mentira, o engano, mas afirmo a verdade; e quando falho com ela, pode ter certeza, que errei mas com convicção de que era um erro, e não me escondo, não tenho medo de adimitir que errei e que pequei e que tal coisa é errada; aliás, como eu amo quando alguem me repreende "
com a verdade". Fora os casos em que as pessoas "nivelam a verdade com o popular", isso me irrita muito; como quando há casos que com espirito de reforma vou anunciar mesmo para a igreja, certas pessoas, "verdades impopulares", sobre musica e adoração, ou saúde, isso e aquilo; e essas pessoas, ao invés de olharem para a verdade, a razão, ter humildade e admitir que é um caminho pecaminoso, e estarem dispostos para fazer a pura e perfeita vontade de Deus, não! Eles olham para "a igreja", olham para "as pessoas", olham para "o que mais vê", "olham para as estatisticas", olham para "o popular"... e aceitão isto como sendo a verdade. Fazem da VERDADE uma questão de MODA! Como aquelas frases "no tempo da Ellen White...". Como isso decepciona!!!

Se penso duas vezes antes de decidir fazer algo? Bem, no sentido de fazer a vontade de Deus, não. Eu já vou para a situação, e na hora de decidir eu sei qual é a vontade de Deus, pois claramente sinto uma voz dizendo "este é o caminho andai por ele". Fico sem qualquer dúvida de "por onde devo ir"! Porém, o que pode acontecer é que nessa hora, ao invés de eu fazer a vontade de Deus, o certo, o racional, o lógico, o perfeito, o equilibrado, o harmonico... eu simplesmente decido fazer a minha vontade. Por que? Por egoismo, orgulho, exaltação própria, burrice, tolice. Pois não há MOTIVO algum para fazer isso. Ou você acha que Lucifer teve alguma razão para desconfiar de Deus? Como diz o Espirito de Profecia, quando Deus julgar Satanás e perguntar-lhe "Por que?" Satanás ficará mudo, calado, pois não poderá apresentar argumento algum. E então, nessas ocasiões, eu sofro as consequencias em suas respectivas intensidades, conforme a vontade de Deus. E na grande maioria das vezes, por fim, acabo arrependido. E o pior de tudo é que há vezes em que faço o pior acontece, não me arrependo.

Algo que aprendi e vivenciei nessa "nova vida" é que: "Sim!, dá para viver perfeitamente, sem cair." Aliás, Jesus veio a Terra para afirmar isso. Venceu Satanás e nos promete este mesmo poder! É uma blasfêmia contra o nome de Deus dizer que há tentações e situações em que não se pode vencer; ou mesmo dizer que não dá para viver de acordo com as orientações de Deus! Muito pelo contrário, fomos criados para isso. É como no "Os Miseráveis", quando o Jean Valjean está no julgamento, em que um homem está para ser condenado injustamente, pois todos pensam que aquele homem é o Jean Valjean. E então Jean, após "muito exitar" levanta e confessa na frente de todos que ele era Jean Valjean e não o que estava sendo julgado. Mesmo que ele tenha exitado, lutado com a tentação de deixar o outro ser condenado e assim acabar (teoricamente) com os problemas da vida dele, ele decidiu levantar e ser sincero, humilde e integro. Eu já vivi por meses, nesse estado em que fazia tudo o que era certo segundo a minha consciência; mas claro, hoje percebo que quanto mais se aprende, mais se percebe os pecados inconsientes, e mais percebe que é hipocrisia, calunia dizer que "não tenho nenhum pecado".

Hoje sou uma pessoa que apesar de muitas vezes abandonar a Deus, fazer coisas erradas, pecados etc. busco a reforma! Luto pelo derramento do Espirito Santo! Luto pela integridade, para que Deus restaura-me um homem segundo a Sua imagem! Anelo pela pureza e pela verdade! Meus pensamentos estão focados no Céu, na vinda de Jesus, não tenho nada com este mundo aqui a não ser lutar pelos perdidos e preparar-me para a volta de Jesus.

[E terminarei com as seguintes mensagens, que creio, é que melhor descrevem minha pessoa.]

>> "Ensinai-me, e eu me calarei; e dai-me a entender em que errei." Jó 6:24
>>- "Ainda que perfeito, não estimo a minha alma; desprezo a minha vida." Jó 9:21
>>- "Porventura alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso?" Jó 11:7

"Quem usa a completa armadura de Deus e separa algum tempo cada dia para meditar, orar e também estudar as Escrituras, estará ligado ao Céu e terá uma influência transformadora e salvadora sobre os que o rodeiam. Terá importantes pensamentos, nobres aspirações e claras percepções da verdade e da obra de Deus. Anelará pela pureza, pela luz, pelo amor e por todas as Graças celestiais." (Testimonies, Vol. 5, pág. 112.)

"A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus". EGW,Educação,p.56e57

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que a questão mais difícil seja "desistir de minha vida". É duro abrir mão das coisas que vc mais gosta, daquilo que vc ñ consegue deixar de perguntar: "mas pq isso é pecado?" por amor a Deus. Me pergunto se abrir mão d'algumas coisas ñ é extremismo demais, se ñ posso conciliar tdo.. Às vezes parece que seguir a Deus é tb perder algumas coisas.

Anônimo disse...

é deixar o bom para fazer o melhor ainda, o perfeito.